quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A Apostasia de Israel Foi Predita – Deuteronômio 31


Depois da promessa da misericórdia para o arrependimento de Israel de uma futura apostasia que vimos no capítulo anterior, nós vemos neste capítulo 31º de Deuteronômio, uma solene profecia e advertência de Deus contra a apostasia de Israel depois da morte de Moisés.
Foi dado a este, por revelação divina, as palavras do cântico que está registrado no capítulo 32 que serviriam para protestar contra o pecado que Israel viria a cometer mesmo tendo sido alertados previamente pelo Senhor.
O pecado deles e a punição justa do pecado de apostasia ficariam antecipadamente registrados para que soubessem que não foi por falta de aviso da parte do Senhor, que se afastariam da Sua presença.
O Senhor não se fia aos homens porque lhes conhece o coração que é desesperadamente corrupto.
“e não necessitava de que alguém lhe desse testemunho do homem, pois bem sabia o que havia no homem.” (Jo 2.25).
As promessas de fidelidade por parte dos homens a Deus, de que não pecarão, e enfim, tudo o que possam dizer com a boca nem sempre corresponderá ao que está no coração, e mesmo quando é o caso, a natureza terrena se levantará, não raro, para revelar que não há no homem tal capacidade para não pecar.
É a graça do Senhor, o poder do Seu Espírito, o único poder que pode vencer o pecado e habilitar o homem à obediência a Deus.
Não seria difícil presumir o que viria a ocorrer no futuro em relação aos israelitas, que não tinham em sua grande maioria um andar dependente da graça de Deus.
Os que confiam na carne, no braço de carne e não no Senhor e no Seu braço poderoso que subjuga a carne e aplica a graça ao coração, não prosperarão.
O fim deles é ruína e fracasso, porque a suficiência que nos põe de pé, não se encontra em nós mesmos, antes vem do alto, do Pai das luzes, para aqueles que se submetem à Sua vontade.
O único remédio para os israelitas é apontado em todo o tempo nos livros da Lei, e especialmente neste de Deuteronômio, onde repetidas vezes é dito que eles deveriam se apegar ao Senhor e à Sua Palavra.
A meditação constante nos mandamentos de Deus.
O ato de aprendê-los, ensiná-los e praticá-los todos os dias era o único remédio contra a apostasia, e a causa desta, que reside na fraqueza da carne.
Por isso é ordenado que fosse feita uma leitura da Lei, a cada sete anos, na festa dos tabernáculos, para o mesmo propósito.
Isto é muito significativo e aprendemos por princípio da Lei, que é guardando a Palavra de Deus no nosso coração, por meditar nela em todo o tempo, que não apenas o jovem pode manter puro o seu coração, como todos aqueles que desejam viver para Deus. 
“Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti.” (Sl 119.11).
Deus assegurou que não abandonaria o povo.
Ele faria a Sua parte na aliança sendo fiel a eles.
Mas os israelitas iriam abandoná-lo.
O Senhor o declarou antes que acontecesse para testemunhar contra a infidelidade deles.
O autor de Hebreus se referiu à fidelidade de Deus à aliança com o Seu povo:
“Seja a vossa vida isenta de ganância, contentando-vos com o que tendes; porque ele mesmo disse: Não te deixarei, nem te desampararei.” (Hb 13.5).
Seria muito bom se fosse possível dizer o mesmo da fidelidade dos homens em relação a Deus.
Mas se enfatiza a fidelidade de Deus no pacto ao Israel espiritual para que a fé deles seja encorajada, e fiquem firmes na esperança, uma vez que Deus jamais falhará em cumprir o que tem prometido.
Isto foi retirado provavelmente pelo autor de Hebreus da promessa do versos 6:
“Sede fortes e corajosos; não temais, nem vos atemorizeis diante deles; porque o Senhor vosso Deus é quem vai convosco. Não vos deixará, nem vos desamparará.”
A questão da apostasia de verdadeiros cristãos da Igreja de Cristo é colocada em termos pelo próprio Jesus que não é possível enganar os eleitos de uma forma final (Mt 24.24) porque, como no dizer de Judas, o próprio Jesus guarda o Seu povo de heresias arruinadoras que venham a lhes afastar definitivamente dEle (Jd 1, 24).
Como a Nova Aliança é feita apenas com pessoas de fé, e que são justificadas e regeneradas, não há como caírem numa apostasia final, ainda que estejam sujeitos a apostatar temporária e parcialmente da fé, conforme afirma o apóstolo Paulo em I Tim 4.1:
“Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios,”
 E, se esta palavra se aplica a autênticos cristãos, pelo contexto geral das Escrituras, sabemos que esta apostasia não é uma apostasia final, para uma queda final da fé, senão um desvio da fé do qual o verdadeiro cristão se recuperará por causa da graça que lhe é concedida por Deus.
Ainda que este venha a ser entregue a Satanás para a destruição da carne, o espírito será salvo no dia do Senhor.
Disto se aprende que ainda que Deus venha a corrigi-los com a punição extrema da morte física, eles serão achados na glória, aperfeiçoados em seu espírito, por terem sido justificados e regenerados pela graça que um dia eles receberam pela fé.
Entretanto, que ninguém se anime a ser salvo como que pelo fogo, e tendo a carne destruída por Satanás, por motivo de apostatar da fé.
Que todo cristão seja achado se esforçando em perseverar na fé, e para isto fará bem se der atenção ao aprendizado e à prática da Palavra de Deus, que lhe impedirá de errar e se afastar dos caminhos do Seu Senhor.   
Moisés chamou Josué e o confirmou diante de todo o povo com estas palavras:
“Então chamou Moisés a Josué, e lhe disse à vista de todo o Israel: Sê forte e corajoso, porque tu entrarás com este povo na terra que o Senhor, com juramento, prometeu a teus pais lhes daria; e tu os farás herdá-la. O Senhor, pois, é aquele que vai adiante de ti; ele será contigo, não te deixará, nem te desamparará. Não temas, nem te espantes.” (v. 7,8).
Moisés ordenou também que uma cópia do livro de Deuteronômio que ele estava acabando de escrever fosse colocada com as demais Escrituras do Pentateuco ao lado da arca da aliança (v. 24 a 26), não para ser escondida, mas para ser preservada como original que evitaria possíveis futuras falsificações.
Não havia lugar mais seguro para ser guardada a Palavra revelada do Senhor, uma vez que somente o sumo sacerdote poderia entrar no lugar onde estava a arca, uma vez por ano, no dia da expiação nacional. 



“1 Prosseguindo Moisés, falou ainda estas palavras a todo o Israel,
2 dizendo-lhes: Cento e vinte anos tenho eu hoje. Já não posso mais sair e entrar; e o Senhor me disse: Não passarás este Jordão.
3 O Senhor teu Deus passará adiante de ti; ele destruirá estas nações de diante de ti, para que as possuas. Josué passará adiante de ti, como o Senhor disse.
4 E o Senhor lhes fará como fez a Siom e a Ogue, reis dos amorreus, e à sua terra, aos quais destruiu.
5 Quando, pois, o Senhor vo-los entregar, fareis com eles conforme todo o mandamento que vos tenho ordenado.
6 Sede fortes e corajosos; não temais, nem vos atemorizeis diante deles; porque o Senhor vosso Deus é quem vai convosco. Não vos deixará, nem vos desamparará.
7 Então chamou Moisés a Josué, e lhe disse à vista de todo o Israel: Sê forte e corajoso, porque tu entrarás com este povo na terra que o Senhor, com juramento, prometeu a teus pais lhes daria; e tu os farás herdá-la.
8 O Senhor, pois, é aquele que vai adiante de ti; ele será contigo, não te deixará, nem te desamparará. Não temas, nem te espantes.
9 Moisés escreveu esta lei, e a entregou aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca do pacto do Senhor, e a todos os anciãos de Israel.
10 Também Moisés lhes deu ordem, dizendo: Ao fim de cada sete anos, no tempo determinado do ano da remissão, na festa dos tabernáculos,
11 quando todo o Israel vier a comparecer perante ao Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher, lereis esta lei diante de todo o Israel, para todos ouvirem.
12 Congregai o povo, homens, mulheres e pequeninos, e os estrangeiros que estão dentro das vossas portas, para que ouçam e aprendam, e temam ao Senhor vosso Deus, e tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei;
13 e que seus filhos que não a souberem ouçam, e aprendam a temer ao Senhor vosso Deus, todos os dias que viverdes sobre a terra a qual estais passando o Jordão para possuir.
14 Também disse o Senhor a Moisés: Eis que vem chegando o dia em que hás de morrer. Chama a Josué, e apresentai-vos na tenda da revelação, para que eu lhe dê ordens. Assim foram Moisés e Josué, e se apresentaram na tenda da revelação.
15 Então o Senhor apareceu na tenda, na coluna de nuvem; e a coluna de nuvem parou sobre a porta da tenda.
16 E disse o Senhor a Moisés: Eis que dormirás com teus pais; e este povo se levantará, e se prostituirá indo após os deuses estranhos da terra na qual está entrando, e me deixará, e quebrará o meu pacto, que fiz com ele.
17 Então se acenderá a minha ira naquele dia contra ele, e eu o deixarei, e dele esconderei o meu rosto, e ele será devorado. Tantos males e angústias o alcançarão, que dirá naquele dia: Não é, porventura, por não estar o meu Deus comigo, que me sobrevieram estes males?
18 Esconderei pois, totalmente o meu rosto naquele dia, por causa de todos os males que ele tiver feito, por se haver tornado para outros deuses.
19 Agora, pois, escrevei para vós este cântico, e ensinai-o aos filhos de Israel; ponde-o na sua boca, para que este cântico me sirva por testemunha contra o povo de Israel.
20 Porque o introduzirei na terra que, com juramento, prometi a seus pais, terra que mana leite e mel; comerá, fartar-se-á, e engordará; então, tornando-se para outros deuses, os servirá, e me desprezará, violando o meu pacto.
21 E será que, quando lhe sobrevierem muitos males e angústias, então este cântico responderá contra ele por testemunha, pois não será esquecido da boca de sua descendência; porquanto conheço a sua imaginação, o que ele maquina hoje, antes de eu o ter introduzido na terra que lhe prometi com juramento.
22 Assim Moisés escreveu este cântico naquele dia, e o ensinou aos filhos de Israel.
23 E ordenou o Senhor a Josué, filho de Num, dizendo: sê forte e corajoso, porque tu introduzirás os filhos de Israel na terra que, com juramento, lhes prometi; e eu serei contigo.
24 Ora, tendo Moisés acabado de escrever num livro todas as palavras desta lei,
25 deu ordem aos levitas que levavam a arca do pacto do Senhor, dizendo:
26 Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca do pacto do Senhor vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra vós.
27 Porque conheço a vossa rebeldia e a vossa dura cerviz; eis que, vivendo eu ainda hoje convosco, rebeldes fostes contra o Senhor; e quanto mais depois da minha morte!
28 Congregai perante mim todos os anciãos das vossas tribos, e vossos oficiais, para que eu fale estas palavras aos seus ouvidos, e tome por testemunhas contra eles o céu e a terra.
29 Porque eu sei que depois da minha morte certamente vos corrompereis, e vos desviareis do caminho que vos ordenei; então este mal vos sobrevirá nos últimos dias, quando fizerdes o que é mau aos olhos do Senhor, para o provocar à ira com a obra das vossas mãos.
30 Então Moisés proferiu todas as palavras deste cântico, ouvindo-o toda a assembleia de Israel:“ (Dt 31.1-30).

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