sábado, 22 de dezembro de 2012

Batalhas na Transjordânia e a Serpente de Bronze – Números 21



O ataque que o rei cananeu de Arade fez aos israelitas no caminho de Atarim, levando a alguns deles como prisioneiros, serviu para estimular aquela nova geração de Israel à guerra, e eles fizeram um voto ao Senhor se caso lhes desse vitória sobre o rei de Arade, destruiriam totalmente as suas cidades (Números 21.1,2) e com isto começavam a cumprir o propósito do Senhor de exercer um juízo sobre as práticas e idolatrias abomináveis dos cananeus, pela destruição dos seus altares, postes-ídolos e pela tomada deles das terras que pertenciam por direito divino aos israelitas, pois foram dadas por Deus por promessa à descendência de Abraão.
Assim, o Senhor atendeu ao pedido dos israelitas e lhes entregou os cananeus e eles os destruíram totalmente, e às suas cidades (Nm 21.3).
Surpreendentemente, quando partiram do monte Hor para rodearem a terra dos edomitas, a Palavra diz que a alma do povo se impacientou, por causa do caminho.
Eles agiram de novo, como em Meribá, com a fala precipitada dos lábios, em razão de terem se irritado com as condições adversas do deserto, e como havia escassez de pão e água, chamaram o maná de pão vil, e que estavam enfastiados em comê-lo durante todos aqueles anos. E, se queixaram de Deus e de Moisés por tê-los tirado do Egito para morrerem naquele deserto (Nm 21.5).
Mas desta vez o Senhor não deixou de visitar a murmuração deles com juízos e lhes enviou serpentes venenosas, que os mordiam e mataram a muitos (Nm 21.6).
Só que diferentemente de seus pais, estes israelitas se arrependeram do seu pecado e vieram a Moisés e confessaram que haviam pecado contra ele e contra Deus, e lhe pediram que intercedesse em seu favor para que o Senhor os livrasse daquelas serpentes.
Tendo Moisés orado por eles, o Senhor lhe ordenou que fizesse uma serpente de bronze e que a colocasse sobre uma haste, e todo aquele que tivesse sido mordido e olhasse para aquela serpente de bronze seria curado e não morreria. De fato todo aquele que olhava para a serpente de bronze vivia (v. 7-10).
Jesus se referiu à salvação que seria operada por Ele quando fosse levantado na cruz, em seu discurso com Nicodemos, que esta exigiria o mesmo tipo de fé daqueles que foram livrados da morte pelas mordeduras das serpentes venenosas no deserto, nos dias de Moisés, pois do mesmo modo que Moisés havia levantado a serpente de bronze numa haste no deserto, Ele seria levantado na cruz para que fosse salvo todo aquele que nele cresse, assim como os israelitas creram que olhando para a serpente seriam curados e não morreriam.
De fato a salvação é unicamente pela fé, pelo simples ato de olhar a Jesus com os olhos espirituais da fé.
“E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna.” (Jo 3.14,15)
 “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” (Gál 3.13)
 A serpente foi amaldiçoada no Éden, e a comparação que foi feita por nosso Senhor com aquele ato que foi feito no deserto significava esta verdade de que para nos livrar da maldição Ele se faria maldição por nós, e como vimos, a melhor figura para a maldição seria a serpente, e por isso Deus usou esta figura no passado, para nos ensinar esta grande verdade espiritual, de que se somos abençoados é porque Jesus nos resgatou da maldição, fazendo-se a Si mesmo maldição nosso lugar.    
O acesso a esta bênção, a sua obtenção, exige que olhemos tão somente para Cristo, com os olhos da fé.
É assim que somos livrados da morte espiritual e eterna e alcançamos a vida eterna.
“Olhai para mim, e sede salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.” (Is 45.22).    
Os israelitas prosseguiram em suas jornadas vindo a se acamparem em Obote, Ije-Abarim, Zerede, e além do rio Arnom, entre os moabitas e os amorreus (v. 10-13).
Prosseguiram em suas jornadas até chegarem ao cume de Pisga (v. 20).  
Tendo enviado mensageiros ao rei dos amorreus, Siom para que lhes deixasse passar por suas terras, este respondeu com ações de guerra tendo vindo ao encontro de Israel no deserto, mas foram derrotados e os israelitas se apoderaram da sua terra desde o rio Arnom até o rio Jaboque, e assim as cidades dos amorreus foram tomadas pelos israelitas em Hesbom (v. 21-31). 
Os moabitas eram os antigos donos das terras que os amorreus ocupavam nos dias de Siom, e eles não poderiam protestar a posse da terra, agora que esta fora perdida por Siom para os israelitas, porque de há muito eles já não a ocupavam, e não foram eles, mas os israelitas que tomaram a posse de um território que lhes havia sido dado por Deus por herança, e não aos moabitas.
Os amorreus que estavam em Jazer foram também expulsos pelos israelitas (v.32) e daqui eles partiram para Basã, e Ogue, rei de Basã veio com seu povo lutar contra Israel em Edrei, mas o Senhor disse a Moisés que não o temesse porque lho havia entregue, como ao seu povo, em sua mão, como havia entregue a Siom dos amorreus (v. 33,34).
Assim se apoderaram da terra de Basã depois de terem exterminado a todo o seu povo (v. 35).   
Israel estava sendo a espada do juízo de Deus contra a idolatria e as práticas abomináveis do mundo pagão, para que no lugar deles, e de seus caminhos malignos de morte, a terra fosse ocupada por uma nação que ensinasse ao mundo os caminhos de vida de Deus.



“1 Ora, ouvindo o cananeu, rei de Arade, que habitava no Negebe, que Israel vinha pelo caminho de Atarim, pelejou contra Israel, e levou dele alguns prisioneiros.
2 Então Israel fez um voto ao Senhor, dizendo: Se na verdade entregares este povo nas minhas mãos, destruirei totalmente as suas cidades.
3 O Senhor, pois, ouviu a voz de Israel, e entregou-lhe os cananeus; e os israelitas os destruíram totalmente, a eles e às suas cidades; e chamou-se aquele lugar Horma.
4 Então partiram do monte Hor, pelo caminho que vai ao Mar Vermelho, para rodearem a terra de Edom; e a alma do povo impacientou-se por causa do caminho.
5 E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para morrermos no deserto? pois aqui não há pão e não há água: e a nossa alma tem fastio deste miserável pão.
6 Então o Senhor mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que o mordiam; e morreu muita gente em Israel.
7 Pelo que o povo veio a Moisés, e disse: Pecamos, porquanto temos falado contra o Senhor e contra ti; ora ao Senhor para que tire de nós estas serpentes. Moisés, pois, orou pelo povo.
8 Então disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente de bronze, e põe-na sobre uma haste; e será que todo mordido que olhar para ela viverá.
9 Fez, pois, Moisés uma serpente de bronze, e pô-la sobre uma haste; e sucedia que, tendo uma serpente mordido a alguém, quando esse olhava para a serpente de bronze, vivia.
10 Partiram, então, os filhos de Israel, e acamparam-se em Obote.
11 Depois partiram de Obote, e acamparam-se em Ije-Abarim, no deserto que está defronte de Moabe, para o nascente.
12 Dali partiram, e acamparam-se no vale de Zerede.
13 E, partindo dali, acamparam-se além do Arnom, que está no deserto e sai dos termos dos amorreus; porque o Arnom é o termo de Moabe, entre Moabe e os amorreus.
14 Pelo que se diz no livro das guerras do Senhor: Vaebe em Sufa, e os vales do Arnom,
15 e o declive dos vales, que se inclina para a situação Ar, e se encosta aos termos de Moabe
16 Dali vieram a Beer; esse é o poço do qual o Senhor disse a Moisés: Ajunta o povo, e lhe darei água.
17 Então Israel cantou este cântico: Brota, ó poço! E vós, entoai-lhe cânticos!
18 Ao poço que os príncipes cavaram, que os nobres do povo escavaram com o bastão, e com os seus bordões. Do deserto vieram a Matana;
19 de Matana a Naaliel; de Naaliel a Bamote;
20 e de Bamote ao vale que está no campo de Moabe, ao cume de Pisga, que dá para o deserto.
21 Então Israel mandou mensageiros a Siom, rei dos amorreus, a dizer-lhe:
22 Deixa-me passar pela tua terra; não nos desviaremos para os campos nem para as vinhas; as águas dos poços não beberemos; iremos pela estrada real até que tenhamos passado os teus termos.
23 Siom, porém, não deixou Israel passar pelos seus termos; pelo contrário, ajuntou todo o seu povo, saiu ao encontro de Israel no deserto e, vindo a Jaza, pelejou contra ele.
24 Mas Israel o feriu ao fio da espada, e apoderou-se da sua terra, desde o Arnom até o Jaboque, até os amonitas; porquanto a fronteira dos amonitas era fortificada.
25 Assim Israel tomou todas as cidades dos amorreus e habitou nelas, em Hesbom e em todas as suas aldeias.
26 Porque Hesbom era a cidade de Siom, rei dos amorreus, que pelejara contra o precedente rei de Moabe, e tomara da mão dele toda a sua terra até o Arnom.
27 Pelo que dizem os que falam por provérbios: Vinde a Hesbom! edifique-se e estabeleça-se a cidade de Siom!
28 Porque fogo saiu de Hesbom, e uma chama da cidade de Siom; e devorou a Ar de Moabe, aos senhores dos altos do Arnom.
29 Ai de ti, Moabe! perdido estás, povo de Quemós! Entregou seus filhos como fugitivos, e suas filhas como cativas, a Siom, rei dos amorreus.
30 Nós os asseteamos; Hesbom está destruída até Dibom, e os assolamos até Nofá, que se estende até Medeba.
31 Assim habitou Israel na terra dos amorreus.
32 Depois Moisés mandou espiar a Jazer, e tomaram as suas aldeias e expulsaram os amorreus que ali estavam.
33 Então viraram-se, e subiram pelo caminho de Basã. E Ogue, rei de Basã, saiu-lhes ao encontro, ele e todo o seu povo, para lhes dar batalha em Edrei.
34 Disse, pois, o Senhor a Moisés: Não o temas, porque eu to entreguei na mão, a ele, a todo o seu povo, e à sua terra; e far-lhe-ás como fizeste a Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom.
35 Assim o feriram, a ele e seus filhos, e a todo o seu povo, até que nenhum lhe ficou restando; também se apoderaram da terra dele.” (Nm 21.1-35).


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