quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Consequências da Rejeição da Oferta de Paz do Evangelho – Deuteronômio 2


Moisés relata no segundo capítulo de Deuteronômio  que o número de dias, que os israelitas haviam peregrinado no deserto desde a incredulidade de Cades-Barneia, até passarem o ribeiro de Zerede, a sudeste do Mar Morto, para chegaram às planícies de Moabe, foram trinta e oito anos, até que toda aquela geração, dos homens de guerra incrédulos, fosse consumida do meio do arraial, como o Senhor lhes jurara, e lhes fizera, fazendo com que a Sua mão fosse contra eles para destruí-los do meio do Seu povo, até havê-los consumido (v. 13-15).
Muitos consideram que este juízo de Deus sobre os israelitas incrédulos foi extremamente duro, mas, na verdade foi uma grande prova da Sua infinita misericórdia e amor à humanidade, como forma de alertar às gerações subsequentes, de todas as épocas, pela ilustração daquele juízo, que há uma condenação eterna terrível aguardando por todos aqueles que não abandonarem a incredulidade, para que temendo, creiam em Cristo como o Senhor e Salvador de suas vidas.      
Não é dito nada sobre o que aconteceu naqueles 38 anos de peregrinação no deserto, exceto que lhes foi ordenado por Deus que retornassem em direção ao Mar Vermelho.
Foram dadas ordens expressas por Deus para que os israelitas não guerreassem contra os edomitas, e contra os moabitas e amonitas, por serem respectivamente descendentes de Esaú, filho de Isaque, e de Ló, sobrinho de Abraão, como também, não ocupassem nenhum dos seus territórios, porque havia lhes dado como herança aquelas terras.
Não pela fidelidade dos edomitas, moabitas e amonitas, mas por amor a Isaque e a Abraão.
Nisto se cumpre a promessa do Senhor de que usa de misericórdia com milhares da descendência daqueles que O amam e guardam os Seus mandamentos. 
Em Dn 4.17, 25, 32 se repete a citação:
“o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até o mais humilde dos homens constitui sobre eles.”
Deste modo, a terra não será herdada pelos violentos, mas por aqueles a quem o Senhor a tem destinado como herança, a saber os mansos (Mt 5.5).
O homem não prevalecerá pela força, porque é Deus que tudo dirige, assim como deu aos amonitas uma terra de gigantes.
Eles não puderam resistir aos amonitas porque o Senhor pelejou por eles (v. 20, 21) e fez com que prevalecessem sobre os gigantes que habitavam a terra, que passaram a ocupar.
Os gigantes que foram expulsos pelos amonitas, pela ajuda do Senhor foram temidos pela geração de Israel, que veio a perecer no deserto.
Que desonra para eles! Que vergonha para a sua falta de fé! Pois eram eles e não os amonitas que traziam a promessa de receberem Canaã por herança, conforme Deus havia prometido desde Abraão.
Apesar de Moisés ter enviado uma embaixada ao rei Siom, de Hesbom, como se vê no livro de Números, propondo-lhe condições de paz para passar por suas terras em direção a Canaã, este foi endurecido pelo Senhor, tal qual faraó, e veio guerrear contra os israelitas, de modo que entraram na posse daquele território.
Não se entenda este endurecimento de modo incorreto, porque Deus a ninguém tenta, então, o seu signficado só pode estar associado ao fato de não ter recebido graça da parte do Senhor, para abandonar a perversidade do seu mau caminho.
Cabe ainda, em nome do que é justo, esclarecer que a todas as nações com as quais Israel guerreou, foi ordenado por Deus, que antes, lhes fosse proposta a paz.
Como havia rejeição e até mesmo coligação de naçções, com a intenção de destruir Israel, então o Senhor agia para dar a vitória ao Seu povo.
Não houve portanto uma carnificina realizada por Israel contra as cidades estado fortificadas da terra de Canaã, como alguns costumam pensar, sem que tenham feito uma análise adequada e completa de todo o registro bíblico acerca de tais fatos históricos.   
Eles entrariam em Canaã com Josué, não muito tempo depois, cruzando o rio Jordão, que se abriu para que passassem a pé enxuto para o outro lado, à altura de Jericó, e do extremo norte do Mar Morto, e Hesbom ficava naquela direção, e seria deste modo, um lugar estratégico para ser ocupado pelos israelitas, antes da sua travessia do Jordão.
Desta forma, Deus daria aos israelitas aquelas terras, mas teriam que lutar para conquistá-las.
Aquilo que Deus nos dá, devemos nos esforçar para adquirir. Se Ele nos fizer promessas, não devemos nos acomodar, mas orar com perseverança para que elas sejam cumpridas.
Contudo devemos confiar não na nossa própria força e capacidade mas no fato de que Ele pelejará por nós conforme nos tem prometido, pois sem fé, por mais que nos esforcemos, isto em nada lhe agradará, porque estaríamos buscando mérito e louvor para nós mesmos e não ocasião para que o nome dEle e exclusivamente Ele sejam glorificados.
Por isso sempre faz a promessa em nossas lutas, de que é Ele quem peleja por nós, assim como fizera em relação a Israel (Dt 1.30; 3.22).
A paz oferecida por Moisés foi rejeitada por Siom, por causa da dureza do seu próprio coração e do seu povo.
Tal como o evangelho que é oferecido também a todas as pessoas, com sua oferta de paz do pecador com Deus, por meio do recebimento gratuito da justiça de Cristo para a nossa justificação.
E há muitos que, como Siom e o seu povo, rejeitam tal oferta de paz, e permanecem numa atitude de guerra espiritual contra a vontade de Deus.
Não é necessário dizer qual será o resultado da tomada de tal atitude.



  “1 Depois viramo-nos, e caminhamos para o deserto, pelo caminho do Mar Vermelho, como o Senhor me tinha dito, e por muitos dias rodeamos o monte Seir.
2 Então o Senhor me disse:
3 Basta de rodeardes este monte; virai-vos para o norte.
4 Dá ordem ao povo, dizendo: Haveis de passar pelo território de vossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir; e eles terão medo de vós. Portanto guardai-vos bem;
5 não contendais com eles, porque não vos darei da sua terra nem sequer o que pisar a planta de um pé; porquanto a Esaú dei o monte Seir por herança.
6 Comprareis deles por dinheiro mantimento para comerdes, como também comprareis deles água para beberdes.
7 Pois o Senhor teu Deus te há abençoado em toda obra das tuas mãos; ele tem conhecido o teu caminho por este grande deserto; estes quarenta anos o Senhor teu Deus tem estado contigo; nada te há faltado.
8 Assim, pois, passamos por nossos irmãos, os filhos de Esaú, que habitam em Seir, desde o caminho da Arabá de Elate e de Eziom-Geber: Depois nos viramos e passamos pelo caminho do deserto de Moabe.
9 Então o Senhor me disse: Não molestes aos de Moabe, e não contendas com eles em peleja, porque nada te darei da sua terra por herança; porquanto dei Ar por herança aos filhos de Ló.
10 (Antes haviam habitado nela os emins, povo grande e numeroso, e alto como os anaquins;
11 eles também são considerados refains como os anaquins; mas os moabitas lhes chamam emins.
12 Outrora os horeus também habitaram em Seir; porém os filhos de Esaú os desapossaram, e os destruíram de diante de si, e habitaram no lugar deles, assim como Israel fez à terra da sua herança, que o Senhor lhe deu.)
13 Levantai-vos agora, e passai o ribeiro de Zerede. Passamos, pois, o ribeiro de Zerede.
14 E os dias que caminhamos, desde Cades-Barneia até passarmos o ribeiro de Zerede, foram trinta e oito anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumiu do meio do arraial, como o Senhor lhes jurara.
15 Também foi contra eles a mão do Senhor, para os destruir do meio do arraial, até os haver consumido.
16 Ora, sucedeu que, sendo já consumidos pela morte todos os homens de guerra dentre o povo,
17 o Senhor me disse:
18 Hoje passarás por Ar, o limite de Moabe;
19 e quando chegares defronte dos amonitas, não os molestes, e com eles não contendas, porque nada te darei da terra dos amonitas por herança; porquanto aos filhos de Ló a dei por herança.
20 (Também essa é considerada terra de refains; outrora habitavam nela refains, mas os amonitas lhes chamam zanzumins,
21 povo grande e numeroso, e alto como os anaquins; mas o Senhor os destruiu de diante dos amonitas; e estes, tendo-os desapossado, habitaram no lugar deles;
22 assim como fez pelos filhos de Esaú, que habitam em Seir, quando de diante deles destruiu os horeus; e os filhos de Esaú, havendo-os desapossado, habitaram no lugar deles até hoje.
23 Também os caftorins, que saíram de Caftor, destruíram os aveus, que habitavam em aldeias até Gaza, e habitaram no lugar deles.)
24 Levantai-vos, parti e passai o ribeiro de Arnom; eis que entreguei nas tuas mãos a Siom, o amorreu, rei de Hesbom, e à sua terra; começa a te apoderares dela, contendendo com eles em peleja.
25 Neste dia começarei a meter terror e medo de ti aos povos que estão debaixo de todo o céu; os quais, ao ouvirem a tua fama, tremerão e se angustiarão por causa de ti.
26 Então, do deserto de Quedemote, mandei mensageiros a Siom, rei de Hesbom, com palavras de paz, dizendo:
27 Deixa-me passar pela tua terra; somente pela estrada irei, não me desviando nem para a direita nem para a esquerda.
28 Por dinheiro me venderás mantimento, para que eu coma; e por dinheiro me darás a água, para que eu beba. Tão-somente deixa-me passar a pé,
29 assim como me fizeram os filhos de Esaú, que habitam em Seir, e os moabitas que habitam em Ar; até que eu passe o Jordão para a terra que o Senhor nosso Deus nos dá.
30 Mas Siom, rei de Hesbom, não nos quis deixar passar por sua terra, porquanto o Senhor teu Deus lhe endurecera o espírito, e lhe fizera obstinado o coração, para to entregar nas mãos, como hoje se vê.
31 Disse-me, pois, o Senhor: Eis aqui, comecei a entregar-te Siom e a sua terra; começa, pois, a te apoderares dela, para possuíres a sua terra por herança.
32 Então Siom nos saiu ao encontro, ele e todo o seu povo, à peleja, em Jaza;
33 e o Senhor nosso Deus no-lo entregou, e o ferimos a ele, e a seus filhos, e a todo o seu povo.
34 Também naquele tempo lhe tomamos todas as cidades, e fizemos perecer a todos, homens, mulheres e pequeninos, não deixando sobrevivente algum;
35 somente tomamos por presa o gado para nós, juntamente com o despojo das cidades que havíamos tomado.
36 Desde Aroer, que está à borda do vale do Arnom, e desde a cidade que está no vale, até Gileade, nenhuma cidade houve tão alta que de nós escapasse; tudo o Senhor nosso Deus no-lo entregou.
37 Somente à terra dos amonitas não chegastes, nem a parte alguma da borda do ribeiro de Jaboque, nem a cidade alguma da região montanhosa, nem a coisa alguma que o Senhor nosso Deus proibira.“ (Dt 2.1-37).

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