quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Expiação, Comunhão, Gratidão – Levítico 7



O sétimo capítulo de Levítico descreve:

a) a lei da oferta pela culpa;
b) a lei das ofertas pacíficas;
c) conclusão relativa às leis das ofertas. 

a) Lei da Oferta pela Culpa (7.1-10):

Já vimos anteriormente que a palavra para culpa no hebraico é asham, e designa a condição da alma que está sujeita ao julgamento e à condenação de Deus em razão do pecado.
Como está intimamente ligada às transgressões dos mandamentos de Deus, por isso é dito que a lei da oferta pela culpa e da oferta pelo pecado é uma única lei (7.7), no sentido de ser do sacerdote, que fizer expiação com ambas.
Isto tinha por alvo incentivar os sacerdotes à realização de suas tarefas, porque isto lhes traria recompensa para o seu trabalho.
Quanto mais formos frequentes e diligentes no nosso serviço a Cristo, mais nós colheremos das vantagens disto.
Quanto mais semearmos mais colheremos. Isto é uma lei tanto no mundo natural quanto espiritual.
A fidelidade no espiritual pode não somente trazer bênçãos espirituais, quanto naturais, como recompensa vinda da parte de Deus pelos nossos esforços e fidelidade.  
Já nos referimos que isto aponta para a eficácia dupla do sacrifício de Jesus, que tanto perdoa o nosso pecado, quanto remove a nossa culpa, e daí se dizer que somos apresentados perante Ele, santos, inculpáveis e irrepreensíveis (Col 1.22).
Era dado também ao sacerdote o couro do animal oferecido em holocausto (7.8), bem como a oferta de manjares, que tinha uma parte memorial queimada no altar.
Deus faz provisões para aqueles que têm chamado para ministrarem a Seu serviço, ordenando que seja provido o que for necessário para a subsistência dos Seus ministros.
O obreiro é digno do seu salário, especialmente o obreiro fiel, e uma forma de honrá-lo é recompensá-lo com bens materiais pelos serviços espirituais que presta ao seu povo, especialmente se o faz em tempo integral por chamada de Deus, de modo que não possa se dedicar a atividades seculares para prover a si mesmo e à sua família.    

b) Lei das Ofertas Pacíficas (7.11-34):

É descrito neste capítulo que as ofertas poderiam ser apresentadas por: a) ações de graça (v 12) ou b) para cumprimento de voto ou voluntariamente (v. 16).
 No caso de oferta por ações de graça era admitido que fosse oferecido pão levedado (v. 13), juntamente com bolos asmos, sendo que este pão levedado não deveria ser queimado no altar, mas somente era usado para melhorar o sabor do banquete de alegria, que seria realizado na presença de Deus e do sacerdote.
Neste caso de oferta por ações de graça, tudo deveria ser comido no mesmo dia, diferentemente da oferta voluntária ou para cumprimento de voto que poderia ser consumido em até no máximo o dia seguinte, porque no terceiro dia, tudo que sobrasse deveria ser queimado no fogo (v. 16-18).
Qualquer coisa imunda que tocasse a carne deste sacrifício a tornaria imprópria para ser consumida; assim como aquele que estivesse imundo, segundo a lei cerimonial, não poderia comê-la (v 19).
Quem consumisse a carne sem atender a estas prescrições deveria ser eliminado do povo (v 20 e 21).
Como a carne deste sacrifício pacífico poderia ser levada para casa, para ser consumida no dia seguinte, então o Senhor acrescentou estas ameaças de modo que ela não recebesse um tratamento comum, uma vez que havia sido consagrada no santuário.
Em 7.22-27 é reafirmada a proibição de comer gordura e sangue.
Em 7.28-34 é reafirmado que o peito e a coxa do lado direito dos animais oferecidos como sacrifícios pacíficos pertenciam ao sacerdote que os oferecesse. 
Finalmente nos versos 35 a 38 é feita uma conclusão relativa a todas as prescrições referentes às ofertas que deveriam ser apresentadas no tabernáculo, afirmando-se que estava pois determinada a porção que cabia aos sacerdotes, e que era esta a lei referente ao holocausto, à oferta de manjares, à oferta pelo pecado, à oferta pela culpa, à consagração e ao sacrifício pacífico que deveria ser aplicada nos serviços do tabernáculo, conforme o Senhor ordenou a Moisés no monte Sinai, como mandamento para os filhos de Israel. 
Queremos destacar que o que aprendemos também neste último capítulo sobre a reverência que se deveria ter para com as coisas sagradas oferecidas no tabernáculo, deve ser muito maior quando participamos dos elementos da ceia do Senhor, que representam a sua carne e o seu sangue.
Tal é a importância que Deus dá a estes elementos, que muitos na igreja de Corinto estavam sendo enfermados e mortos exatamente pela falta de reverência com os mesmos, porque simbolizam o sacrifício de Jesus.
Não é somente pão e vinho o que comemos e bebemos, como se fosse algo comum, pois ainda que não devamos idolatrar tais elementos, porque a adoração é devida somente a Deus, é nosso dever reverenciá-los e ter o devido apreço e respeito por eles, porque são cousas santíssimas aos olhos de Deus, assim como eram todas as ofertas apresentadas no tabernáculo, e que representavam em figura o sacrifício de Jesus.
O pão e o vinho assim como os sacrifícios do Velho Testamento, não são o próprio sacrifício de Jesus.
Mas nós entendemos que estes elementos representam efetivamente o sacrifício de nosso Senhor, assim como foi do Seu desejo instituí-los como tal, como sendo um memorial, uma lembrança da Sua morte até que Ele venha.
Devemos participar, portanto da ceia do Senhor com santo temor e reverência, conforme é da vontade de Deus, pois vimos no nosso estudo sobre estes sete primeiros capítulos de Levítico que Ele atribui uma grande importância e valor ao sacrifício de Seu Filho, e especialmente nós os que fomos resgatados do pecado por causa dele, deveríamos dar-lhe igual  importância e valor.
A santa ceia é um momento muito oportuno para podermos expressar então toda a nossa gratidão e reconhecimento deste valor e importância. 



“1 Esta é a lei da oferta pela culpa: coisa santíssima é.
2 No lugar em que imolam o holocausto, imolarão a oferta pela culpa, e o sangue dela se espargirá sobre o altar em redor.
3 Dela se oferecerá toda a gordura: a cauda gorda, e a gordura que cobre a fressura,
4 os dois rins e a gordura que está sobre eles, e a que está junto aos lombos, e o redenho sobre o fígado, juntamente com os rins, os tirará;
5 e o sacerdote os queimará sobre o altar em oferta queimada ao Senhor; é uma oferta pela culpa.
6 Todo varão entre os sacerdotes comerá dela; num lugar santo se comerá; coisa santíssima é.
7 Como é a oferta pelo pecado, assim será a oferta pela culpa; há uma só lei para elas, a saber, pertencerá ao sacerdote que com ela houver feito expiação.
8 Também o sacerdote que oferecer o holocausto de alguém terá para si o couro do animal que tiver oferecido.
9 Igualmente toda oferta de cereais que se assar ao forno, como tudo o que se preparar na frigideira e na assadeira, pertencerá ao sacerdote que a oferecer.
10 Também toda oferta de cereais, seja ela amassada com azeite, ou seja seca, pertencerá a todos os filhos de Arão, tanto a um como a outro.
11 Esta é a lei do sacrifício das ofertas pacíficas que se oferecerá ao Senhor:
12 Se alguém o oferecer por oferta de ação de graças, com o sacrifício de ação de graças oferecerá bolos ázimos amassados com azeite, e coscorões ázimos untados com azeite, e bolos amassados com azeite, de flor de farinha, bem embebidos.
13 Com os bolos oferecerá pão levedado como sua oferta, com o sacrifício de ofertas pacíficas por ação de graças.
14 E dele oferecerá um de cada oferta por oferta alçada ao Senhor, o qual pertencerá ao sacerdote que espargir o sangue da oferta pacífica.
15 Ora, a carne do sacrifício de ofertas pacíficas por ação de graças se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até pela manhã.
16 Se, porém, o sacrifício da sua oferta for voto, ou oferta voluntária, no dia em que for oferecido se comerá, e no dia seguinte se comerá o que dele ficar;
17 mas o que ainda ficar da carne do sacrifício até o terceiro dia será queimado no fogo.
18 Se alguma parte da carne do sacrifício da sua oferta pacífica se comer ao terceiro dia, aquele sacrifício não será aceito, nem será imputado àquele que o tiver oferecido; coisa abominável será, e quem dela comer levará a sua iniquidade.
19 A carne que tocar alguma coisa imunda não se comerá; será queimada no fogo; mas da outra carne, qualquer que estiver limpo comerá dela;
20 todavia, se alguma pessoa, estando imunda, comer a carne do sacrifício da oferta pacífica, que pertence ao Senhor, essa pessoa será extirpada do seu povo.
21 E, se alguma pessoa, tendo tocado alguma coisa imunda, como imundícia de homem, ou gado imundo, ou qualquer abominação imunda, comer da carne do sacrifício da oferta pacífica, que pertence ao Senhor, essa pessoa será extirpada do seu povo.
22 Depois disse o Senhor a Moisés:
23 Fala aos filhos de Israel, dizendo: Nenhuma gordura de boi, nem de carneiro, nem de cabra comereis.
24 Todavia pode-se usar a gordura do animal que morre por si mesmo, e a gordura do que é dilacerado por feras, para qualquer outro fim; mas de forma alguma comereis dela.
25 Pois quem quer que comer da gordura do animal, do qual se oferecer oferta queimada ao Senhor, sim, a pessoa que dela comer será extirpada do seu povo.
26 E nenhum sangue comereis, quer de aves, quer de gado, em qualquer das vossas habitações.
27 Toda pessoa que comer algum sangue será extirpada do seu povo.
28 Disse mais o Senhor a Moisés:
29 Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quem oferecer sacrifício de oferta pacífica ao Senhor trará ao Senhor a respectiva oblação da sua oferta pacífica.
30 Com as próprias mãos trará as ofertas queimadas do Senhor; o peito com a gordura trará, para movê-lo por oferta de movimento perante o Senhor.
31 E o sacerdote queimará a gordura sobre o altar, mas o peito pertencerá a Arão e a seus filhos.
32 E dos sacrifícios das vossas ofertas pacíficas, dareis a coxa direita ao sacerdote por oferta alçada.
33 Aquele dentre os filhos de Arão que oferecer o sangue da oferta pacífica, e a gordura, esse terá a coxa direita por sua porção;
34 porque o peito movido e a coxa alçada tenho tomado dos filhos de Israel, dos sacrifícios das suas ofertas pacíficas, e os tenho dado a Arão, o sacerdote, e a seus filhos, como sua porção, para sempre, da parte dos filhos de Israel.
35 Esta é a porção sagrada de Arão e a porção sagrada de seus filhos, das ofertas queimadas do Senhor, desde o dia em que ele os apresentou para administrar o sacerdócio ao Senhor;
36 a qual o Senhor, no dia em que os ungiu, ordenou que se lhes desse da parte dos filhos de Israel; é a sua porção para sempre, pelas suas gerações.
37 Esta é a lei do holocausto, da oferta de cereais, da oferta pelo pecado, da oferta pela culpa, da oferta das consagrações, e do sacrifício das ofertas pacíficas;
38 a qual o Senhor entregou a Moisés no monte Sinai, no dia em que este estava ordenando aos filhos de Israel que oferecessem as suas ofertas ao Senhor, no deserto de Sinai.” (Lev 7.1-38).

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