O
capítulo 18º de Deuteronômio é introduzido com a ordem de que os
sacerdotes e todos os levitas não se envolvessem com os negócios desta vida,
nem se empenhassem em serem ricos segundo o mundo, senão do Senhor e da Sua
graça.
Eles
deveriam viver das ofertas que lhes eram devidas pelo restante do povo, segundo
determinado e prescrito pela lei.
Este
modo de vida é designado somente para aqueles que têm sido chamados pelo Senhor
a viverem de tal forma no exercício integral do ministério.
São
reafirmadas também neste capítulo as severas proibições de todo tipo de
idolatria e especialmente a prática abominável de oferecer os filhos como
sacrifício a Moloque, um ídolo que representava o sol, e que sendo feito de metal
ficava incandescente com o fogo que se acendia nele, para que as crianças que
fossem colocadas em seus braços fossem inteiramente consumidas pelo fogo.
Outras
práticas malignas foram expressamente proibidas, pois todas são feitas por
inspiração e atuação de espíritos malignos, tais como as citadas nos versículos
10 e 11.
Satanás
e os demônios foram expulsos do céu e são grandes inimigos de Deus, e assim
todos aqueles que se associam às obras deles são, por conseguinte, inimigos do
Senhor.
É o
próprio Deus que ordena que se tenha plena confiança na Sua providência, e que
nos sujeitemos à Sua vontade soberana, sendo pacientes na tribulação, e que nos
regozijemos nEle com contentamento, em toda e qualquer circunstância, mediante
a graça que Ele supre aos que O temem.
Esta
é a Sua vontade para todos aqueles que fazem parte do Seu povo e que, por
conseguinte, devem viver como seus amigos, sendo-Lhe leais e fiéis em tudo, e
em todas as circunstâncias.
Ele
jamais justificará por maior que seja, a aflição ou angústia de espírito, que
algum de seus filhos esteja experimentando, se ele se voltar para os Seus arqui
inimigos espirituais a fim de buscarem resposta e solução para os seus
problemas, pois é através destas aflições e dificuldades que a fidelidade e o
amor deles ao Senhor são colocados à prova.
Estas práticas abomináveis tinham sido a
causa da ruína dos cananeus, pelas destruições divinas determinadas sobre eles,
para exemplo de que não somente Satanás e os demônios serão condenados à
destruição eterna no inferno, como também todos os seus seguidores.
A
graça de Deus não pode ser obtida das mãos do diabo e dos seus demônios.
A Sua
vontade não pode ser conhecida entre os falsos profetas, que não amam e
praticam a Sua Palavra, e que nunca foram enviados por Ele.
Não
será entre adivinhos, encantadores, quiromantes, necromantes, cartomantes,
feiticeiros, falsos profetas, falsos sacerdotes e quaisquer pessoas que se
dizem agentes a serviço do céu para beneficiar os homens, e que na verdade, não são,
que se achará a vontade, a graça, a verdade e o
favor de Deus, senão na revelação, que estava fazendo através de Moisés,
e que estava sendo registrada por Ele, nos
cinco primeiros livros da Bíblia (Pentateuco), nos profetas
que ainda seriam levantados em Israel, e cuja autenticidade ministerial seria
atestada pelo cumprimento das profecias que falariam da parte do Senhor (demais
livros do Antigo Testamento), e especialmente por meio de Jesus que é o Profeta
e Mediador do qual Deus havia falado a Moisés que revelaria toda a Sua vontade
para o Seu povo (Deut 18.15 a 19).
Quando
os israelitas ouviram a voz de Deus do meio do fogo, quando estava proferindo a
eles os dez mandamentos, a partir do cume do monte Sinai, eles pediram a Moisés
que fosse Mediador entre eles e Deus, de modo que ouviriam e cumpririam tudo o
que Deus dissesse a Moisés como a Sua vontade para eles.
Foi
comentando esta afirmação deles que Deus disse a Moisés o que lemos no verso
17:
“Falaram
bem naquilo que disseram.”
Isto
foi dito porque seria através de um Mediador que Ele se revelaria a Seu povo,
assim como toda a Sua vontade.
Isto
seria feito através de Jesus, conforme revelou a Moisés nos versos seguintes
(18 e19).
Deste
modo, toda a profecia que fosse proferida em Israel deveria ser avaliada
segundo o critério de se verificar a sua procedência (se verdadeiramente do
Senhor) e a sua veracidade, por estar relacionada a um fiel cumprimento do que
foi profetizado e por estar em perfeita consonância com a vontade de Deus,
revelada em Sua Palavra.
Na
verdade, os versículos finais deste capítulo, quanto à identificação dos
verdadeiros profetas de Deus, estão relacionados ao Grande Profeta, que é
Cristo, que se levantaria do meio dos israelitas no futuro.
Esta
promessa feita a Moisés era em si mesma uma grande profecia, pois afirma que
Jesus seria um israelita.
Se
Jesus tivesse nascido em outra nação, diferente de Israel, seria para se
duvidar que era o Cristo, porque a profecia diz que o Messias nasceria em
Israel, já a partir desta profecia dada a Moisés.
Jesus
é o Profeta por excelência, porque foi por causa dEle e para falar a respeito
dEle que foram levantados todos os demais profetas.
Desta
forma, Ele não é um Profeta entre os profetas, mas o Profeta dos profetas,
assim como é o Rei dos reis, e o Senhor dos senhores.
Deste
modo, o profeta de Deus não é um mero prognosticador de eventos futuros, ele é
alguém que deve falar da parte de Deus, relativamente à Sua vontade para o Seu
povo, de modo que este ande nos Seus caminhos.
Um
bom profeta é aquele que conduz o povo a andar segundo a vontade do Senhor.
Por
conseguinte, todo aquele que se levantasse em Israel e falasse em nome dEle
aquilo que Ele não havia falado, especialmente por não estar em conformidade
com a Sua vontade revelada na Sua Palavra, tal profeta deveria ser morto,
sobretudo aqueles que falassem em nome de outros deuses (v. 20).
Desta
forma, o Grande Profeta que é Cristo, instituiu uma Nova Aliança, com o perdão
dos pecados dos que se arrependem e crêem no Seu nome, e ao falar da parte de
Deus aos homens, confirmou a Lei de Moisés, não a revogando, porque a natureza
terrena é de tal forma corrompida e avessa à vontade de Deus, que Ele nos deu o
registro da Sua Palavra como testemunho a todos e em todas as gerações, do modo
como devem viver os Seus filhos.
Todos
os que rejeitarem a Cristo e as palavras que Ele nos tem ordenado da parte do
Pai, prestarão contas em juízo da Sua desobediência,
conforme afirmado neste texto de Deuteronômio.
Os
próprios cristãos bem farão em não andarem segundo os ditames do
mundo, mas segundo os mandamentos de Jesus, porque Ele tem definido os que são
seus amigos e os que lhe amam, como sendo apenas aqueles que cumprem os Seus
mandamentos.
Quão
dura coisa é andar em inimizade com Jesus, por não cumprir os Seus mandamentos,
ainda que tenhamos sido salvos da ira futura, por tê-lo como Salvador, mas
importa conhecê-lo não apenas como Salvador, mas, sobretudo como Senhor, pois
foi para isto que fomos salvos.
“Vós
sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.” (Jo 15.14).
“E
por que me chamais: Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu vos digo?” (Lc 6.46).
“E
sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós
mesmos.” (Tg 1.22).
Vivemos
numa época de rebeliões declaradas aos mandamentos do Senhor, e
no meio do próprio povo de Deus encontraremos muitas pessoas que não estarão
dispostas a abandonarem suas próprias convicções pecaminosas, para se renderem
à vontade de Deus.
“1 Os
levitas sacerdotes, e toda a tribo de Levi, não terão parte nem herança com
Israel. Comerão das ofertas queimadas do Senhor e da herança dele.
2 Não
terão herança no meio de seus irmãos; o Senhor é a sua herança, como lhes tem
dito.
3
Este, pois, será o direito dos sacerdotes, a receber do povo, dos que
oferecerem sacrifícios de boi ou de ovelha: o ofertante dará ao sacerdote a
espádua, as queixadas e o bucho.
4 Ao
sacerdote darás as primícias do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e as
primícias da tosquia das tuas ovelhas.
5
Porque o Senhor teu Deus o escolheu dentre todas as tribos, para assistir e
ministrar em nome do Senhor, ele e seus filhos, para sempre.
6 Se
um levita, saindo de alguma das tuas cidades de todo o Israel em que ele
estiver habitando, vier com todo o desejo da sua alma ao lugar que o Senhor
escolher,
7 e
ministrar em nome do Senhor seu Deus, como o fazem todos os seus irmãos, os
levitas, que assistem ali perante o Senhor,
8
comerá porção igual à deles, fora a das vendas do seu patrimônio.
9
Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te dá, não aprenderás a fazer
conforme as abominações daqueles povos.
10
Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua
filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro,
11
nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem
consulte os mortos;
12
pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa
destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti.
13
Perfeito serás para com o Senhor teu Deus.
14
Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os
adivinhadores; porém, quanto a ti, o Senhor teu Deus não te permitiu tal coisa.
15 O
Senhor teu Deus te suscitará do meio de ti, dentre teus irmãos, um profeta
semelhante a mim; a ele ouvirás;
16
conforme tudo o que pediste ao Senhor teu Deus em Horebe, no dia da assembleia,
dizendo: Não ouvirei mais a voz do Senhor meu Deus, nem mais verei este grande
fogo, para que não morra.
17
Então o Senhor me disse: Falaram bem naquilo que disseram.
18 Do
meio de seus irmãos lhes suscitarei um profeta semelhante a ti; e porei as
minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.
19 E
de qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu
exigirei contas.
20
Mas o profeta que tiver a presunção de falar em meu nome alguma palavra que eu
não tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta
morrerá.
21 E,
se disseres no teu coração: Como conheceremos qual seja a palavra que o Senhor
falou?
22
Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem
suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com presunção a falou o
profeta; não o temerás.“ (Dt 18.1-22).
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