segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O Pastor e as Ovelhas – Zacarias 11



Os versos 12 e 13 da profecia de Zacarias 11 citam detalhes da traição de Jesus por Judas. 
Isto comprova que o conteúdo de toda esta profecia não pode ser limitado ao povo de Israel na Antiga Aliança, depois do retorno deles de Babilônia.
Certamente, o propósito de Deus foi o de demonstrar as Suas ações relativas especialmente aos pastores infiéis e inúteis, para o cumprimento dos Seus santos propósitos.  
Há aqui uma declaração de guerra, da parte do Senhor, contra estes pastores.
A par da ação destes muitos pastores infiéis, Deus fará a Igreja prosperar e florescer, porque até mesmo a traição do Messias pelo preço ajustado de trinta moedas de prata, daria cumprimento ao plano de Deus para resgatar as Suas ovelhas, em todas nações do mundo, porque aquela traição precipitaria todos os eventos que culminariam com a morte de Jesus por nós, na cruz. 
Além dos falsos pastores e todos aqueles que viessem a rejeitar a Cristo, porque são inimigos do rebanho de Deus, serão juntamente destruídos e totalmente abandonados à completa ruína.
O Senhor buscará e reunirá as Suas ovelhas desgarradas mas julgará a estes que a profecia chama de bodes, porque estes nada têm a ver com ovelhas.
São parecidos mas de natureza e hábitos bastante diferentes.  
Um pastor fiel para o povo do Senhor deve amar o rebanho e dar a sua vida pela Igreja, conduzindo as ovelhas a viverem no aprisco de Deus, que é o abrigo da Sua Palavra.
No entanto, foi exatamente o contrário disto que fizeram os líderes de Israel, mesmo depois de o Senhor ter restaurado a nação depois de tê-los trazido de Babilônia.
Estes líderes gananciosos e interesseiros haviam se enriquecido às custas do rebanho do Senhor, e não tinham misericórdia do povo colocado debaixo do seu cuidado.
Eram homens ricos e elevados em sua própria estima.
Mas o Senhor os derrubaria em um só mês, quando trouxe os romanos para destruírem o templo e todas as residências de Israel, matando a muitos e espalhando os demais por todas as nações da terra.  
Este mesmo juízo aguarda por todo falso líder elevado, que se enriquece às custas daqueles que eles deveriam pastorear e conduzir à verdade. 
 Se o Senhor cortou e derrubou aqueles sacerdotes e  escribas de Israel; se não mostrou nenhuma consideração para com eles, quanto mais não poderiam estar certos do Seu juízo todo o restante do povo, mesmo os pobres da terra!
Ninguém se iluda portanto, com a suntuosidade de templos, e a aparente glória de muitos pastores e daqueles que se intitulam a si mesmos apóstolos e não são, quanto a que escaparão do justo juízo de Deus, caso em vez de apascentarem o rebanho do Senhor na verdade com humildade, acham ocasião para engordarem a si mesmos explorando as ovelhas do Senhor.  
A queda dos grandes é um alerta do Senhor a todos. Se Ele derrubou os carvalhos, quanto mais os arbustos de espinheiros frágeis não seriam também derrubados por Ele. 
Aqueles que uivavam nos dias dos seus triunfos haverão de uivar no dia dos seus horrores (v.3), quando o Senhor trouxer sobre eles os Seus juízos.
O dever dos pastores é proteger o rebanho da ação do Inimigo, e não agirem eles próprios como lobos, ainda que em pele de ovelha.
Aqueles que abusam orgulhosamente do poder que lhes foi dado, agindo como leõezinhos que uivam, em vez de serem pastores, podem esperar certamente, que Deus abaterá o seu orgulho (v.3).
Assim como o Senhor julgou aqueles líderes religiosos de Israel, que exploravam as ovelhas, oprimindo pela usura e vendendo seus próprios irmãos israelitas como escravos, de igual modo Ele julgará aqueles que têm feito da Sua Igreja ocasião de negócio.
É uma grande responsabilidade ser pastor, porque a conta terá que ser prestada diretamente a Deus, e Ele fará certamente esta prestação de contas, com todos aqueles que chamou para apascentar as suas ovelhas, no Dia do Juízo.
Parte uma ordem do Senhor desde os céus para que as ovelhas sejam apascentadas, porque aqueles que as matam não se têm culpados por isto; ao contrário, eles louvam ao Senhor pelo fato de terem enriquecido (v. 4, 5).
Eles estavam atribuindo a Deus o mérito pelo enriquecimento deles, como se Ele fosse sócio das suas maldades e iniquidades.
É somente por aquilo que nós adquirimos honestamente, que podemos dar graças a Deus.
Entretanto, como é comum vermos em nossos dias, tantos tributando a Deus a causa da prosperidade que alcançaram ilicitamente, ou para fazerem dela um uso egoísta e ímpio!
Como pode o Deus santo e justo se agradar destas coisas?
Por isso Jesus se manifestou a Israel para ser Ele próprio o Pastor das ovelhas, que estavam sendo mortas, espiritualmente, por estes falsos pastores interesseiros (v.7).
O Senhor destruiu os três pastores de Israel num só mês porque a Sua longanimidade havia se esgotado para com eles, e assim como eles haviam se enfastiado do Senhor e dos Seus mandamentos, Ele também havia se enfastiado deles (v. 8).
Estes três pastores eram os governantes, os juízes e os sacerdotes de Israel.
Todos eles haviam se corrompido na sua função de conduzirem o povo do Senhor, em justiça e debaixo do Seu temor.
Estes líderes pensavam somente nos seus próprios interesses egoístas, e de igual modo, há muitos pastores na Igreja, que não demonstram nenhuma misericórdia ou ternura pelas almas preciosas, que eles devem apascentar.
E estará doente a Igreja em que o pastor não olhar com compaixão ao ignorante, ao tolo, ao fraco e até mesmo ao mau, porque se exige que seja longânimo para com todos (I Tes 5.14).
O judeus haviam rejeitado a Cristo dizendo que não reconheciam a nenhum outro rei, senão somente a César, e tiveram o salário que lhes foi pago pelo Império Romano, sob as mãos de Tibério César em 70 d.C, que os destruiu e expulsou de Israel .  
Muitos erram, ainda hoje, na Igreja, por rejeitarem o governo de Cristo, para se amoldarem e se sujeitarem aos ditames deste mundo.
E não aprendem da história do que ocorreu aos judeus no passado, por terem rejeitado o senhorio de Cristo.
Como o quadro de infidelidade ao Senhor em Israel havia se agravado muito, Ele pronunciou o juízo de quebrar a Antiga Aliança (v. 10), assim como havia profetizado antes, através de Jeremias, que faria uma Nova Aliança, diferente da antiga (Jer 31.31-34). 
A graça que havia sido manifestada a Israel, mantendo-o em seu território como povo da aliança, seria quebrada, e Deus revogaria o compromisso que vinha tendo com eles, para manter a aliança que havia feito através de Moisés. 
Ele promulgaria uma Nova Aliança, através da mediação de Cristo, para que houvesse maior efetividade na ação daqueles que apascentam o Seu rebanho, e na vida das próprias ovelhas que são apascentadas.
Jesus não foi dado portanto, à Igreja, para dar às ovelhas um oceano de facilidades, mas para que fossem apascentadas na verdade.
Foi por isso que ordenou a Pedro que apascentasse as Suas ovelhas, como a melhor prova do Seu amor devotado a Ele.   
A Igreja não é portanto, um grupo de pessoas reunidas, para se divertirem como um clube, nem para outros fins, senão para cumprirem a missão de ganhar almas e edificá-las na verdade.  
A Igreja deve andar nas pegadas do Seu Senhor e Mestre, porque Jesus andou curando e pregando o evangelho a todos, e nunca excluiu qualquer pessoa da possibilidade de ser curada, liberta, salva, inclusive os mais pecadores, até mesmo dentre os pobres e desfavorecidos.
Ele não veio devorar as ovelhas, mas para lhes dar vida abundante.     
No verso 17 há uma maldição proferida contra os pastores inúteis, que abandonam o rebanho, quando a maioria das pessoas necessita dos seus cuidados.  
Afirma-se que a espada do juízo de Deus cairá sobre o braço e o olho direito deles, e que o braço se secará e o olho escurecerá completamente.
O braço direito é o principal braço, e sendo secado isto significa que aqueles aos quais é dirigida a maldição ficarão inúteis para ajudar os seus amigos quando forem solicitados.
E o fato de o olho direito ficar totalmente cego, significa que não poderá discernir o perigo que vier sobre o seu rebanho, e nem saberá o que fazer para achar alívio. 
Esta maldição se cumpriu completamente nos fariseus, a quem o Senhor chamou de guias cegos (João 9.39-41). 




“1 Abre, ó Líbano, as tuas portas para que o fogo consuma os teus cedros.
2 Geme, ó cipreste, porque o cedro caiu, porque os mais poderosos são destruídos; gemei, ó carvalhos de Basã, porque o bosque forte é derrubado.
3 Voz de uivo dos pastores! porque a sua glória é destruída; voz de bramido dos filhos de leões, porque foi destruída a soberba do Jordão.
4 Assim diz o SENHOR meu Deus: Apascenta as ovelhas da matança,
5 Cujos possuidores as matam, e não se têm por culpados; e cujos vendedores dizem: Louvado seja o SENHOR, porque tenho enriquecido; e os seus pastores não têm piedade delas.
6 Certamente não terei mais piedade dos moradores desta terra, diz o SENHOR; mas, eis que entregarei os homens cada um na mão do seu próximo e na mão do seu rei; eles ferirão a terra, e eu não os livrarei da sua mão.
7 Eu, pois, apascentei as ovelhas da matança, as pobres ovelhas do rebanho. Tomei para mim duas varas: a uma chamei Graça, e à outra chamei União; e apascentei as ovelhas.
8 E destruí os três pastores num mês; porque a minha alma se impacientou deles, e também a alma deles se enfastiou de mim.
9 E eu disse: Não vos apascentarei mais; o que morrer, morra; e o que for destruído, seja destruído; e as que restarem comam cada uma a carne da outra.
10 E tomei a minha vara Graça, e a quebrei, para desfazer a minha aliança, que tinha estabelecido com todos estes povos.
11 E foi desfeito naquele dia; e assim conheceram os pobres do rebanho, que me respeitavam, que isto era palavra do SENHOR.
12 Porque eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o meu salário e, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata.
13 O SENHOR, pois, disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro, na casa do SENHOR.
14 Então quebrei a minha segunda vara União, para romper a irmandade entre Judá e Israel.
15 E o SENHOR disse-me: Toma ainda para ti o instrumento de um pastor insensato.
16 Porque, eis que suscitarei um pastor na terra, que não cuidará das que estão perecendo, não buscará a pequena, e não curará a ferida, nem apascentará a sã; mas comerá a carne da gorda, e lhe despedaçará as unhas.
17 Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho! A espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho direito; e o seu braço completamente se secará, e o seu olho direito completamente se escurecerá.”. (Zacarias 11.1-17)


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