Os
versos 12 e 13 da profecia de Zacarias 11 citam detalhes da traição de Jesus
por Judas.
Isto
comprova que o conteúdo de toda esta profecia não pode ser limitado ao povo de
Israel na Antiga Aliança, depois do retorno deles de Babilônia.
Certamente,
o propósito de Deus foi o de demonstrar as Suas ações relativas especialmente
aos pastores infiéis e inúteis, para o cumprimento dos Seus santos
propósitos.
Há aqui
uma declaração de guerra, da parte do Senhor, contra estes pastores.
A par
da ação destes muitos pastores infiéis, Deus fará a Igreja prosperar e
florescer, porque até mesmo a traição do Messias pelo preço ajustado de trinta
moedas de prata, daria cumprimento ao plano de Deus para resgatar as Suas
ovelhas, em todas nações do mundo, porque aquela traição precipitaria todos os
eventos que culminariam com a morte de Jesus por nós, na cruz.
Além
dos falsos pastores e todos aqueles que viessem a rejeitar a Cristo, porque são
inimigos do rebanho de Deus, serão juntamente destruídos e totalmente
abandonados à completa ruína.
O
Senhor buscará e reunirá as Suas ovelhas desgarradas mas julgará a estes que a
profecia chama de bodes, porque estes nada têm a ver com ovelhas.
São
parecidos mas de natureza e hábitos bastante diferentes.
Um
pastor fiel para o povo do Senhor deve amar o rebanho e dar a sua vida pela
Igreja, conduzindo as ovelhas a viverem no aprisco de Deus, que é o abrigo da
Sua Palavra.
No
entanto, foi exatamente o contrário disto que fizeram os líderes de Israel,
mesmo depois de o Senhor ter restaurado a nação depois de tê-los trazido de
Babilônia.
Estes
líderes gananciosos e interesseiros haviam se enriquecido às custas do rebanho
do Senhor, e não tinham misericórdia do povo colocado debaixo do seu cuidado.
Eram
homens ricos e elevados em sua própria estima.
Mas o
Senhor os derrubaria em um só mês, quando trouxe os romanos para destruírem o
templo e todas as residências de Israel, matando a muitos e espalhando os
demais por todas as nações da terra.
Este
mesmo juízo aguarda por todo falso líder elevado, que se enriquece às custas
daqueles que eles deveriam pastorear e conduzir à verdade.
Se o Senhor cortou e derrubou aqueles
sacerdotes e escribas de Israel; se não
mostrou nenhuma consideração para com eles, quanto mais não poderiam estar
certos do Seu juízo todo o restante do povo, mesmo os pobres da terra!
Ninguém
se iluda portanto, com a suntuosidade de templos, e a aparente glória de muitos
pastores e daqueles que se intitulam a si mesmos apóstolos e não são, quanto a
que escaparão do justo juízo de Deus, caso em vez de apascentarem o rebanho do
Senhor na verdade com humildade, acham ocasião para engordarem a si mesmos
explorando as ovelhas do Senhor.
A queda
dos grandes é um alerta do Senhor a todos. Se Ele derrubou os carvalhos, quanto
mais os arbustos de espinheiros frágeis não seriam também derrubados por
Ele.
Aqueles
que uivavam nos dias dos seus triunfos haverão de uivar no dia dos seus
horrores (v.3), quando o Senhor trouxer sobre eles os Seus juízos.
O dever
dos pastores é proteger o rebanho da ação do Inimigo, e não agirem eles
próprios como lobos, ainda que em pele de ovelha.
Aqueles
que abusam orgulhosamente do poder que lhes foi dado, agindo como leõezinhos
que uivam, em vez de serem pastores, podem esperar certamente, que Deus abaterá
o seu orgulho (v.3).
Assim
como o Senhor julgou aqueles líderes religiosos de Israel, que exploravam as
ovelhas, oprimindo pela usura e vendendo seus próprios irmãos israelitas como
escravos, de igual modo Ele julgará aqueles que têm feito da Sua Igreja ocasião
de negócio.
É uma
grande responsabilidade ser pastor, porque a conta terá que ser prestada
diretamente a Deus, e Ele fará certamente esta prestação de contas, com todos
aqueles que chamou para apascentar as suas ovelhas, no Dia do Juízo.
Parte
uma ordem do Senhor desde os céus para que as ovelhas sejam apascentadas,
porque aqueles que as matam não se têm culpados por isto; ao contrário, eles
louvam ao Senhor pelo fato de terem enriquecido (v. 4, 5).
Eles
estavam atribuindo a Deus o mérito pelo enriquecimento deles, como se Ele fosse
sócio das suas maldades e iniquidades.
É
somente por aquilo que nós adquirimos honestamente, que podemos dar graças a
Deus.
Entretanto,
como é comum vermos em nossos dias, tantos tributando a Deus a causa da
prosperidade que alcançaram ilicitamente, ou para fazerem dela um uso egoísta e
ímpio!
Como
pode o Deus santo e justo se agradar destas coisas?
Por
isso Jesus se manifestou a Israel para ser Ele próprio o Pastor das ovelhas,
que estavam sendo mortas, espiritualmente, por estes falsos pastores
interesseiros (v.7).
O
Senhor destruiu os três pastores de Israel num só mês porque a Sua
longanimidade havia se esgotado para com eles, e assim como eles haviam se enfastiado
do Senhor e dos Seus mandamentos, Ele também havia se enfastiado deles (v. 8).
Estes
três pastores eram os governantes, os juízes e os sacerdotes de Israel.
Todos
eles haviam se corrompido na sua função de conduzirem o povo do Senhor, em
justiça e debaixo do Seu temor.
Estes
líderes pensavam somente nos seus próprios interesses egoístas, e de igual
modo, há muitos pastores na Igreja, que não demonstram nenhuma misericórdia ou
ternura pelas almas preciosas, que eles devem apascentar.
E
estará doente a Igreja em que o pastor não olhar com compaixão ao ignorante, ao
tolo, ao fraco e até mesmo ao mau, porque se exige que seja longânimo para com
todos (I Tes 5.14).
O
judeus haviam rejeitado a Cristo dizendo que não reconheciam a nenhum outro
rei, senão somente a César, e tiveram o salário que lhes foi pago pelo Império
Romano, sob as mãos de Tibério César em 70 d.C, que os destruiu e expulsou de
Israel .
Muitos
erram, ainda hoje, na Igreja, por rejeitarem o governo de Cristo, para se
amoldarem e se sujeitarem aos ditames deste mundo.
E não
aprendem da história do que ocorreu aos judeus no passado, por terem rejeitado
o senhorio de Cristo.
Como o
quadro de infidelidade ao Senhor em Israel havia se agravado muito, Ele
pronunciou o juízo de quebrar a Antiga Aliança (v. 10), assim como havia
profetizado antes, através de Jeremias, que faria uma Nova Aliança, diferente
da antiga (Jer 31.31-34).
A graça
que havia sido manifestada a Israel, mantendo-o em seu território como povo da
aliança, seria quebrada, e Deus revogaria o compromisso que vinha tendo com
eles, para manter a aliança que havia feito através de Moisés.
Ele
promulgaria uma Nova Aliança, através da mediação de Cristo, para que houvesse
maior efetividade na ação daqueles que apascentam o Seu rebanho, e na vida das
próprias ovelhas que são apascentadas.
Jesus
não foi dado portanto, à Igreja, para dar às ovelhas um oceano de facilidades,
mas para que fossem apascentadas na verdade.
Foi por
isso que ordenou a Pedro que apascentasse as Suas ovelhas, como a melhor prova
do Seu amor devotado a Ele.
A
Igreja não é portanto, um grupo de pessoas reunidas, para se divertirem como um
clube, nem para outros fins, senão para cumprirem a missão de ganhar almas e
edificá-las na verdade.
A Igreja
deve andar nas pegadas do Seu Senhor e Mestre, porque Jesus andou curando e
pregando o evangelho a todos, e nunca excluiu qualquer pessoa da possibilidade
de ser curada, liberta, salva, inclusive os mais pecadores, até mesmo dentre os
pobres e desfavorecidos.
Ele não
veio devorar as ovelhas, mas para lhes dar vida abundante.
No
verso 17 há uma maldição proferida contra os pastores inúteis, que abandonam o
rebanho, quando a maioria das pessoas necessita dos seus cuidados.
Afirma-se
que a espada do juízo de Deus cairá sobre o braço e o olho direito deles, e que
o braço se secará e o olho escurecerá completamente.
O braço
direito é o principal braço, e sendo secado isto significa que aqueles aos
quais é dirigida a maldição ficarão inúteis para ajudar os seus amigos quando
forem solicitados.
E o
fato de o olho direito ficar totalmente cego, significa que não poderá
discernir o perigo que vier sobre o seu rebanho, e nem saberá o que fazer para
achar alívio.
Esta
maldição se cumpriu completamente nos fariseus, a quem o Senhor chamou de guias
cegos (João 9.39-41).
“1
Abre, ó Líbano, as tuas portas para que o fogo consuma os teus cedros.
2 Geme,
ó cipreste, porque o cedro caiu, porque os mais poderosos são destruídos;
gemei, ó carvalhos de Basã, porque o bosque forte é derrubado.
3 Voz
de uivo dos pastores! porque a sua glória é destruída; voz de bramido dos
filhos de leões, porque foi destruída a soberba do Jordão.
4 Assim
diz o SENHOR meu Deus: Apascenta as ovelhas da matança,
5 Cujos
possuidores as matam, e não se têm por culpados; e cujos vendedores dizem:
Louvado seja o SENHOR, porque tenho enriquecido; e os seus pastores não têm
piedade delas.
6
Certamente não terei mais piedade dos moradores desta terra, diz o SENHOR; mas,
eis que entregarei os homens cada um na mão do seu próximo e na mão do seu rei;
eles ferirão a terra, e eu não os livrarei da sua mão.
7 Eu,
pois, apascentei as ovelhas da matança, as pobres ovelhas do rebanho. Tomei
para mim duas varas: a uma chamei Graça, e à outra chamei União; e apascentei
as ovelhas.
8 E
destruí os três pastores num mês; porque a minha alma se impacientou deles, e
também a alma deles se enfastiou de mim.
9 E eu
disse: Não vos apascentarei mais; o que morrer, morra; e o que for destruído,
seja destruído; e as que restarem comam cada uma a carne da outra.
10 E
tomei a minha vara Graça, e a quebrei, para desfazer a minha aliança, que tinha
estabelecido com todos estes povos.
11 E
foi desfeito naquele dia; e assim conheceram os pobres do rebanho, que me respeitavam,
que isto era palavra do SENHOR.
12
Porque eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o meu salário e,
se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata.
13 O
SENHOR, pois, disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui
avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro,
na casa do SENHOR.
14
Então quebrei a minha segunda vara União, para romper a irmandade entre Judá e
Israel.
15 E o
SENHOR disse-me: Toma ainda para ti o instrumento de um pastor insensato.
16
Porque, eis que suscitarei um pastor na terra, que não cuidará das que estão
perecendo, não buscará a pequena, e não curará a ferida, nem apascentará a sã;
mas comerá a carne da gorda, e lhe despedaçará as unhas.
17 Ai
do pastor inútil, que abandona o rebanho! A espada cairá sobre o seu braço e
sobre o seu olho direito; e o seu braço completamente se secará, e o seu olho
direito completamente se escurecerá.”. (Zacarias 11.1-17)
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