terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O Reino Espiritual de Deus Antes de Tudo o Mais – I Reis 9


As palavras dos primeiros nove versículos do 9º capítulo de I Reis, correspondem às palavras do texto de II Crôn 7.13-22.
Como prova de gratidão ao rei de Tiro, Hirão, depois de ter colaborado com ele por vinte longos anos, na construção do templo (7 anos), e dos seus palácios em Jerusalém e no  Líbano (13 anos), Salomão lhe deu 20 cidades na Galiléia, que não agradaram a Hirão, e que foram devolvidas por ele a Salomão, como se vê em II Crôn 8.2, e este prosseguiu com suas construções a partir destas cidades, as quais, remodelou e fez habitar nelas os israelitas.
Certamente Hirão as rejeitou não somente pelas poucas residências que deveriam haver nestas cidades e pelo pouco valor que elas teriam para os seus interesses comerciais, que estavam mais voltados para o comércio marítimo, e aquelas cidades, como as demais de Israel estavam mais voltadas para a agropecuária.
Hirão chamou estas cidades de Cabul (v. 13), que é uma palavra fenícia para desagrado.
No entanto, isto não abalou a sociedade que ele mantinha com Salomão, de maneira que este fabricou navios em Eziom-Geber, que eram tripulados pelos homens de Hirão, juntamente com os israelitas designados por Salomão, e estes chegaram à costa de Ofir, antigo Ceilão, e atual Sri Lanka, desde 1972, um país insular a Sudeste da Índia, que fica no Oceano Índico, de onde tomaram 420 talentos de ouro para Salomão (v.26 a 28).    
Salomão era um rei construtor e não era bélico, fazendo jus ao nome que lhe fora dado, que no hebraico significa pacífico.
Além do templo, dos palácios, e das cidades que edificou, também construiu o muro de Jerusalém (v. 15), o qual seria derrubado pelos babilônios em 586 a.C, e reconstruído por Neemias em 445 a.C.
Se Salomão era pacífico, no entanto este não era o caso de seu sogro, o faraó do Egito que conquistou a cidade de Gezer e a queimou a fogo, matando os cananeus que nela residiam, e deu esta cidade como dote por sua filha, a mulher de Salomão (v. 16), e este reedificou a referida cidade (v. 17).
Os estrangeiros que foram achados vivendo em Israel foram sujeitados a trabalhos forçados (v. 20, 21), em observância à Lei de Moisés (Lev 25.44; Dt 20.11), mas dentre os israelitas Salomão não sujeitou a nenhum deles à escravidão (v. 22), em razão disso ser proibido pela Lei.
No verso 25 é dito que Salomão oferecia três vezes por ano holocaustos e ofertas pacíficas, certamente na três festas anuais da páscoa, tabernáculos e pentecoste.
Mais de vinte anos haviam passado, desde o início do seu reinado, porque tais palavras foram registradas depois dele ter concluído a construção do templo e de seus palácios, na qual foram gastos vinte anos.
E nós vemos assim, que no período de 40 anos de reinado de Salomão ele se manteve em mais da metade deste período com sua fidelidade e devoção ao Senhor, tendo se desviado dela somente quando ficou velho, e isto por ter se deixado influenciar pelas mulheres pagãs, com as quais havia contraído matrimônio.
Nós não pretendemos justificar o pecado de idolatria de Salomão, mas queremos deixar registrado as circunstâncias que em muito contribuíram para isto.
O jugo desigual é sempre um grande perigo para a alma do cristão.
Mesmo em casos como o de Salomão, em que tais matrimônios não foram realizados por motivo de lascívia, mas para honrar alianças feitas com outras nações, que eram seladas com o costume de se dar princesas por esposas aos reis ou aos filhos dos reis, não se pode justificar o ato de se desviar da presença do Senhor e passar a adotar os hábitos daqueles que não O conhecem, seja a que pretexto for, porque esse desvio nunca será justificado por Deus, e é por isso que Ele nos adverte muito seriamente em relação a isto na Sua Palavra.
Veja o caso do rei Josafá de Judá, que se aparentou com Acabe, através do casamento de seu filho Jeorão, com Atalia, filha de Acabe com Jezabel, que era adoradora de Baal, tanto quanto sua mãe.
Isto lhe custou um sério juízo da parte do Senhor, e trouxe grande ruína ao povo de Judá.
Assim, nós vemos a palavra de alerta que o Senhor deu a Salomão, para que ele e o povo de Israel andassem em Sua presença, guardando os seus mandamentos, para que pudessem contar com o Seu favor divino (I Reis 1.2-9).





“1 Sucedera pois que, tendo Salomão acabado de edificar a casa do Senhor, e a casa do rei, e tudo quanto lhe aprouve fazer,
2 apareceu-lhe o Senhor segunda vez, como lhe tinha aparecido em Gibeom.
3 E o Senhor lhe disse: Ouvi a tua oração e a tua súplica, que fizeste perante mim; santifiquei esta casa que edificaste, a fim de pôr ali o meu nome para sempre; e os meus olhos e o meu coração estarão ali todos os dias.
4 Ora, se tu andares perante mim como andou Davi, teu pai, com inteireza de coração e com equidade, fazendo conforme tudo o que te ordenei, e guardando os meus estatutos e as minhas ordenanças,
5 então confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre, como prometi a teu pai Davi, dizendo: Não te faltará varão sobre o trono de Israel.
6 Se, porém, vós e vossos filhos de qualquer maneira vos desviardes e não me seguirdes, nem guardardes os meus mandamentos e os meus estatutos, que vos tenho proposto, mas fordes, e servirdes a outros deuses, curvando-vos perante eles,
7 então exterminarei a Israel da terra que lhe dei; e a esta casa, que santifiquei a meu nome, lançarei longe da minha presença, e Israel será por provérbio e motejo entre todos os povos.
8 E desta casa, que é tão exaltada, todo aquele que por ela passar pasmará e assobiará, e dirá: Por que fez o Senhor assim a esta terra e a esta casa?
9 E lhe responderão: É porque deixaram ao Senhor seu Deus, que tirou da terra do Egito a seus pais, e se apegaram a deuses alheios, e perante eles se encurvaram, e os serviram; por isso o Senhor trouxe sobre eles todo este mal.
10 Ao fim dos vinte anos em que Salomão edificara as duas casas, a casa do Senhor e a casa do rei,
11 como Hirão, rei de Tiro, trouxera a Salomão madeira de cedro e de cipreste, e ouro segundo todo o seu desejo, deu o rei Salomão a Hirão vinte cidades na terra da Galiléia.
12 Hirão, pois, saiu de Tiro para ver as cidades que Salomão lhe dera; porém não lhe agradaram.
13 Pelo que disse: Que cidades são estas que me deste, irmão meu? De sorte que são chamadas até hoje terra de Cabul.
14 Hirão enviara ao rei cento e vinte talentos de ouro.
15 A razão da leva de gente para trabalho forçado que o rei Salomão fez é esta: edificar a casa do Senhor e a sua própria casa, e Milo, e o muro de Jerusalém, como também Hazor, e Megido, e Gezer.
16 Pois Faraó, rei do Egito, tendo subido, tomara a Gezer e a queimara a fogo, e matando os cananeus que moravam na cidade, dera-a em dote a sua filha, mulher de Salomão.
17 Salomão edificou Gezer, Bete-Horom a baixa,
18 Baalate, Tamar no deserto daquela terra,
19 como também todas as cidades-armazéns que Salomão tinha, as cidades dos carros as cidades dos cavaleiros, e tudo o que Salomão quis edificar em Jerusalém, no Líbano, e em toda a terra de seu domínio.
20 Quanto a todo o povo que restou dos amorreus, dos heteus, dos perizeus, dos heveus e dos jebuseus, que não eram dos filhos de Israel,
21 a seus filhos, que restaram depois deles na terra, os quais os filhos de Israel não puderam destruir totalmente, Salomão lhes impôs tributo de trabalho forçado, até hoje.
22 Mas dos filhos de Israel não fez Salomão escravo algum; porém eram homens de guerra, e seus servos, e seus príncipes, e seus capitães, e chefes dos seus carros e dos seus cavaleiros.
23 Estes eram os chefes dos oficiais que estavam sobre a obra de Salomão, quinhentos e cinquenta, que davam ordens ao povo que trabalhava na obra.
24 Subiu, porém, a filha de Faraó da cidade de Davi à sua casa, que Salomão lhe edificara; então ele edificou Milo.
25 E Salomão oferecia três vezes por ano holocaustos e ofertas pacíficas sobre a altar que edificara ao Senhor, queimando com eles incenso sobre o altar que estava perante o Senhor, depois que acabou de edificar a casa.
26 Também o rei Salomão fez uma frota em Eziom-Geber, que está junto a Elote, na praia do Mar Vermelho, na terra de Edom.
27 Hirão mandou com aquela frota, em companhia dos servos de Salomão, os seus próprios servos, marinheiros que conheciam o mar;
28 os quais foram a Ofir, e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos de ouro, que trouxeram ao rei Salomão.” (I Rs 9.1-28).


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