sábado, 1 de dezembro de 2012

O Vaso do Oleiro em Seu Contexto - Jeremias 18


Desde o início do ministério de Jeremias Deus estava falando sobre destruição, e Jeremias sobre livramento e misericórdia.
Então, à medida que lhe foi sendo revelada pelo Senhor qual era o caráter da  sua nação, e como conspiravam contra a verdade, contra Deus e contra o próprio Jeremias, para lhe fazer mal e até matá-lo, apesar dele estar procurando somente o bem dos judeus, então ele passou a entrar em sintonia com a vontade de Deus, desde o capítulo anterior, falando também em destruição.
Ele não estava mais pedindo por livramento para os judeus, mas a destruição dos ímpios que havia no povo do Senhor.
Para muitos pastores, o exercício da disciplina ordenada por Cristo para ser realizada por eles na Igreja parece uma coisa estranha e muito dura por algum tempo, senão ao longo de todo o ministério deles. 
Mas à medida que amadurecem no Senhor, e percebem o quanto é necessária a disciplina e a correção dos cristãos, através da admoestação, repreensão, e até mesmo da exclusão, então passam a sintonizar com a vontade do Senhor para o Seu povo, que não deve ser deixado entregue a si mesmo e às suas luxúrias.   
A única condição para a reconciliação com o Senhor, para a obtenção do Seu favor, bênção e perdão é o arrependimento.
E isto vale não somente para Israel como para qualquer nação.
Porque se o Senhor anunciasse juízos contra uma nação só haveria um modo de escapar de tais juízos, a saber, pelo arrependimento, tal como haviam feito os ninivitas nos dias de Jonas.
Todavia como poderia se mostrar favorável para com Israel, que apesar de serem o povo da aliança, recusavam se arrepender de suas más obras, e não somente isto, a matarem os profetas que lhes eram enviados por Deus?
Porventura os assírios intentaram tirar a vida de Jonas, tal como os judeus estavam tencionando fazer com Jeremias?
Como poderiam então ser perdoados pelo Senhor?
Por isso Jeremias foi levado por ordem de Deus à casa do oleiro, e quando lá chegou viu um vaso que havia sido quebrado em suas mãos, ser refeito por ele.
Ora, se um oleiro podia refazer um vaso de barro que se quebrou, quanto mais o Senhor não é poderosos para restaurar os vasos de barro que somos nós?
Então se Judá não estava sendo restaurado não era por falta de vontade ou de poder da parte de Deus, mas porque eles próprios se recusavam a se arrepender, e diferentemente do barro que permaneceu submisso nas mãos do oleiro para ser refeito, eles fugiam da presença do grande Oleiro para não serem restaurados por Ele.  


“1 A palavra que veio do Senhor a Jeremias, dizendo:
2 Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras.
3 Desci, pois, à casa do oleiro, e eis que ele estava ocupado com a sua obra sobre as rodas.
4 Como o vaso, que ele fazia de barro, se estragou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme pareceu bem aos seus olhos fazer.
5 Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
6 Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o Senhor. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.
7 Se em qualquer tempo eu falar acerca duma nação, e acerca dum reino, para arrancar, para derribar e para destruir,
8 e se aquela nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que intentava fazer-lhe.
9 E se em qualquer tempo eu falar acerca duma nação e acerca dum reino, para edificar e para plantar,
10 se ela fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que lhe intentava fazer.
11 Ora pois, fala agora aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Assim diz o senhor: Eis que estou forjando mal contra vós, e projeto um plano contra vós; convertei-vos pois agora cada um do seu mau caminho, e emendai os vossos caminhos e as vossas ações.
12 Mas eles dizem: Não há esperança; porque após os nossos projetos andaremos, e cada um fará segundo o propósito obstinado do seu mau coração.
13 Portanto assim diz o Senhor: Perguntai agora entre as nações quem ouviu tais coisas? coisa mui horrenda fez a virgem de Israel!
14 Acaso desaparece a neve do Líbano dos penhascos do Siriom? Serão esgotadas as águas frias que vêm dos montes?
15 Contudo o meu povo se tem esquecido de mim, queimando incenso a deuses falsos; fizeram-se tropeçar nos seus caminhos, e nas veredas antigas, para que andassem por atalhos não aplainados;
16 para fazerem da sua terra objeto de espanto e de perpétuos assobios; todo aquele que passa por ela se espanta, e meneia a cabeça.
17 Com vento oriental os espalharei diante do inimigo; mostrar-lhes-ei as costas e não o rosto, no dia da sua calamidade.
18 Então disseram: Vinde, e maquinemos projetos contra Jeremias; pois não perecerá a lei do sacerdote, nem o conselho do sábio, nem a palavra do profeta. Vinde, e ataquemo-lo com a língua, e não atendamos a nenhuma das suas palavras.
19 Atende-me, ó Senhor, e ouve a voz dos que contendem comigo.
20 Porventura pagar-se-á mal por bem? Contudo cavaram uma cova para a minha vida. Lembra-te de que eu compareci na tua presença, para falar a favor deles, para desviar deles a tua indignação.
21 Portanto entrega seus filhos à fome, e entrega-os ao poder da espada, e sejam suas mulheres roubadas dos filhos, e fiquem viúvas; e sejam seus maridos feridos de morte, e os seus jovens mortos à espada na peleja.
22 Seja ouvido o clamor que vem de suas casas, quando de repente trouxeres tropas sobre eles; porque cavaram uma cova para prender-me e armaram laços aos meus pés.
23 Mas tu, ó Senhor, sabes todo o seu conselho contra mim para matar-me. Não perdoes a sua iniquidade, nem apagues o seu pecado de diante da tua face; mas sejam transtornados diante de ti; trata-os assim no tempo da tua ira.”. (Jeremias 18.1-23)

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