sábado, 22 de dezembro de 2012

Os Midianitas e o Zelo de Fineias – Números 25



Em Nm 31.16 e Apo 2.14 nós vemos que foi por conselho de Balaão que as mulheres midianitas se uniram aos israelitas para os prostituírem com os seus deuses.
Como Balaão foi impedido de amaldiçoar os israelitas por Deus, pensou que poderia lançar mão do pagamento que receberia de Balaque sem sofrer qualquer juízo da parte do Senhor, caso lhe ensinasse um estratagema para vencer os israelitas, conforme vemos neste 25º capítulo de Números, levando-os a praticarem coisas que faria com que o próprio Deus se voltasse contra eles.
Até certo ponto o estratagema funcionou porque muitos foram mortos em razão daquela prostituição espiritual a que foram induzidos pelas mulheres midianitas, mas como já dissemos, quando Deus ordenou que Israel se vingasse deles, Balaão foi também submetido ao juízo do Senhor, tendo sido morto pela espada dos israelitas (Nm 31.8).
Deus ordenou que os cabeças de Israel, que haviam participado da adoração de Baal-Peor, fossem enforcados, e que os juízes de Israel sentenciassem à morte todos os homens que estavam debaixo da sua respectiva judicatura.
Ao mesmo tempo irrompeu uma praga da parte do Senhor, que havia matado a 24.000 israelitas e que cessou somente quando o sacerdote Fineias, filho de Eleazar, sendo, portanto neto de Arão, atravessou com sua espada um dos príncipes da tribo de Simeão e à mulher midianita que estava com ele, que era filha de um dos líderes de Midiã.
Ele o fizera porque estava inflamado pelo zelo do Senhor, e este zelo foi reconhecido e recompensado por Deus, que lhe fez promessa de um pacto de paz com ele e com a sua descendência, num sacerdócio perpétuo, pois fizera expiação com o seu zelo, pelos filhos de Israel.
A estratégia usada por Balaão é a mesma estratégia usada pelo diabo, para derrubar os cristãos.
Se ele não pode derrotá-los num confronto direto contra eles, lhes tenta para que pequem, de modo que tenham o próprio Deus como seu opositor.
Nada lhe dá mais prazer do que sujeitar os cristãos à correção dolorosa de um Pai amoroso, porque isto tanto dói no coração deles quanto no do Pai que os corrige.
No caso dos israelitas foi usada a mesma tática do pecado original.
Primeiro tentou Eva, e tendo Eva caído no pecado, foi ela própria o instrumento da tentação de Adão; assim como as midianitas foram o instrumento da tentação dos israelitas para afastá-los do Seu Deus.
Por isso Jesus nos ensinou a orar pedindo a Deus que não nos deixe cair em tentações e que nos livre do mal.
Quando os israelitas saíram do cativeiro no Egito, não havia um só inválido entre eles, como se afirma no Sl 105.37, pois Deus havia feito distinção entre eles e os egípcios, de maneira a revelar em Suas pragas, que nenhuma das enfermidades que havia trazido sobre os egípcios tinha sido colocada sobre o Seu povo.
Mas, depois de terem saído do cativeiro lhes advertiu que andassem na Sua presença e cumprissem os Seus mandamentos, para que não os enfermasse assim como havia enfermado os egípcios.
Enfermidades epidêmicas entre os israelitas, como aquelas que acometeram os egípcios nas dez pragas, seriam então um sinal da parte de Deus de que havia pecado de todo o povo contra Ele, como foi o caso desta praga de Baal-Peor, que havia ceifado 24.000 vidas.
Assim, em Êx 15.26, nós lemos o seguinte:
“Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, sobre ti não enviarei nenhuma das enfermidades que enviei sobre os egípcios; porque eu sou o Senhor que te sara.”
Em Êx 23.25: “Servireis, pois, ao Senhor vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de vós as enfermidades.”
No caso de transgressão da Aliança nós lemos a seguinte ameaça que foi dirigida aos israelitas:
“então o Senhor fará espantosas as tuas pragas, e as pragas da tua descendência, grandes e duradouras pragas, e enfermidades malignas e duradouras;” (Dt 28.59)
As ameaças previstas na Lei para os casos de violação da aliança, por parte dos israelitas, estavam sendo cumpridas por Deus, como Ele havia prometido que o faria.
  Fineias se esforçou para pôr um fim ao mal que estava grassando entre os israelitas.
Sempre que isto é feito por aqueles que lideram o povo do Senhor, isto Lhe agrada de tal modo que sempre procura manifestar este agrado com sinais visíveis da Sua aprovação, através das bênçãos que derrama sobre o Seu povo, por causa do zelo pela Sua santidade demonstrado pelos líderes, que estão a Seu serviço, usando agora a espada do Espírito Santo, que é a Sua Palavra, para anularem sofismas e vencerem as investidas dos principados e das potestades das trevas.
A expiação do pecado feita pela espada vingadora de Fineias é um tipo da expiação efetuada por Cristo, que sofreu toda a ira da espada da justiça divina contra o pecado em si mesmo, sofrendo todo o castigo devido em razão do mal em seu próprio corpo, de modo que possamos agora ter paz com Deus, isto é, estar reconciliados com Ele, em razão de ter satisfeito no castigo que efetuou sobre o nosso pecado, visitando-o em Cristo.
A lança que atravessou o lado de Jesus e que fez com que fosse derramado o Seu sangue remidor satisfez plenamente a justiça de Deus relativa à punição do pecado.
“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Is 53.5).
Os midianitas se permitiram serem instrumentos do diabo, para trazerem aflição aos israelitas, e agora Deus ordena a Moisés que Israel ferisse os midianitas (v. 16-18).
Assim, Satanás pode ferir o calcanhar dos servos de Deus, mas ele recebe da parte do Senhor a justa retribuição pelas suas maldades, fazendo com que a sua cabeça seja esmagada por Cristo, através da luta que o Seu povo empreende contra a serpente e a sua descendência.             

“1 Ora, Israel demorava-se em Sitim, e o povo começou a prostituir-se com as filhas de Moabe,
2 pois elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses.
3 Porquanto Israel se juntou a Baal-Peor, a ira do Senhor acendeu-se contra ele.
4 Disse, pois, o Senhor a Moisés: Toma todos os cabeças do povo, e enforca-os ao senhor diante do sol, para que a grande ira do Senhor se retire de Israel.
5 Então Moisés disse aos juízes de Israel: Mate cada um os seus homens que se juntaram a Baal-Peor.
6 E eis que veio um homem dos filhos de Israel, e trouxe a seus irmãos uma midianita à vista de Moisés e à vista de toda a congregação dos filhos de Israel, enquanto estavam chorando à porta da tenda da revelação.
7 Vendo isso Fineias, filho de Eleazar, filho do sacerdote Arão, levantou-se do meio da congregação, e tomou na mão uma lança; o foi após o israelita, e entrando na sua tenda, os atravessou a ambos, ao israelita e à mulher, pelo ventre. Então a praga cessou de sobre os filhos de Israel.
9 Ora, os que morreram daquela praga foram vinte e quatro mil.
10 Então disse o Senhor a Moisés:
11 Fineias, filho de Eleazar, filho do sacerdote Arão, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois foi zeloso com o meu zelo no meio deles, de modo que no meu zelo não consumi os filhos de Israel.
12 Portanto dize: Eis que lhe dou o meu pacto de paz,
13 e será para ele e para a sua descendência depois dele, o pacto de um sacerdócio perpétuo; porquanto foi zeloso pelo seu Deus, e fez expiação pelos filhos de Israel.
14 O nome do israelita que foi morto com a midianita era Zinri, filho de Salu, príncipe duma casa paterna entre os simeonitas.
15 E o nome da mulher midianita morta era Cozbi, filha de Zur; o qual era cabeça do povo duma casa paterna em Midiã.
16 Disse mais o Senhor a Moisés:
17 Afligi vós os midianitas e feri-os;
18 porque eles vos afligiram a vós com as suas ciladas com que vos enganaram no caso de Peor, e no caso de Cozbi, sua irmã, filha do príncipe de Midiã, a qual foi morta no dia da praga no caso de Peor.” (Nm 25.1-18).


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