terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Os Primeiros Atos do Rei Salomão – I Reis 2


Pouco antes de morrer, Davi chamou Salomão e lhe deu instruções específicas relativas às providências principais e iniciais que ele deveria tomar, em razão da promessa que o Senhor lhe havia feito de que nunca lhe faltaria sucessor no trono de Israel.
Quanto ao reino terreno dos sucessores de Davi a promessa era de caráter condicional, porque a continuidade deles no trono seria garantida somente pela fidelidade ao Senhor e à Sua Palavra, tanto que, por terem transgredido a citada condição, o reino de Israel foi interrompido por causa do cativeiro babilônico, e até que Jesus volte, nenhum outro descendente de Davi assumiu e assumirá o trono de Israel, porque o trono da promessa deve estar firmado na Justiça decorrente da prática da Palavra.       
Como o reino na casa de Davi era um tipo do reino de Cristo, Salomão foi orientado por seu pai para se encarregar das condições que conduziriam tanto Joabe, quanto Simei, à morte.
Nisto, há também uma figura do reino de Cristo, no qual não poderão participar com Ele os homicidas sanguinários como Joabe, e os hipócritas como Simei.
E ainda, a misericórdia e o favor ordenados por Davi a Salomão, em relação aos filhos de Barzilai, que lhe havia alimentado e a seus homens, quando estiveram em Maanaim fugindo de Absalão, também ilustrava que o Rei Jesus usará de bondade e misericórdia para com aqueles que usaram de misericórdia para com Ele, e fomos instruídos pelo próprio Jesus que é para com Ele que estamos usando de misericórdia quando a manifestamos ao nosso próximo (Mt 25.40).
Por isso, no reino de Cristo o juízo será sem misericórdia para todo aquele que não usou de misericórdia (Tg 2.13), porque somente a misericórdia triunfa sobre o juízo, fazendo com que alcancem misericórdia eterna da parte de Deus, aqueles que foram misericordiosos (Mt 5.7).
Assim, foi ordenado a Salomão que os filhos de Barzilai continuassem comendo à sua mesa, e isto também sucederá a todos aqueles que se engajaram em favor do reino de Cristo, na chamada Igreja padecente neste mundo, porque haverão de reinar com Ele em glória, e se assentarão com Ele à Sua mesa.
Davi morreu e foi sepultado em Jerusalém, cidade que fundara, e não na sua cidade natal de Belém (I Reis 2.10).
Nos versos 13 a 25 de I Reis 2, nós encontramos as circunstâncias da morte de Adonias.
Ao que parece, conseguiu obter a simpatia de Bate-Seba, ainda que esta não se confiasse inteiramente a ele, pelo que podemos observar da cautela que teve quando Adonias se dirigiu a ela para pedir que intercedesse em favor dele junto a Salomão, para que Abisague lhe fosse dada por esposa.
Bate-Seba não percebeu que o que movia aquele pedido não era o amor mas o interesse político. Adonias não havia abandonado a idéia de ocupar o trono de seu pai.
Como não poderia fazê-lo diretamente,  projetou um plano para começar pela cama de Davi até chegar ao seu trono.
Bate-Seba não percebeu a manobra, mas Salomão percebeu as intenções de seu irmão, e certamente deve ter acompanhado os seus passos até aquele ponto, e percebeu que  trabalhava pela instabilidade do reino do qual Deus prometeu que seria firmado e estabelecido.
De outro modo, não teria ordenado que Benaia matasse o seu próprio irmão, porque já lhe havia poupado anteriormente da morte,  perdoando-lhe a sedição que havia realizado.
Além disso, no diálogo que tivera com Bate-Seba ele reafirmou o seu direito à coroa, e insinuou que Salomão era um usurpador, que estava sentado no trono sob a alegação de que a sua coroação havia sido ordenada pelo Senhor.
Salomão era um homem devotado a Deus, mas não era este o caso de Adonias, que não Lhe tinha qualquer temor, tanto que agira contra a Sua vontade proclamando-se rei, e agora, estava arquitetando meios para subir ao trono.
Nós vemos portanto, que Salomão foi sábio não se permitindo ser conduzido pelos seus sentimentos, mas pela vontade de Deus, de modo que ficasse manifestado a todos, até que ponto estava disposto a garantir que a promessa e vontade de Deus fossem mantidas e cumpridas.
Especialmente, candidatos ao santo ministério da Palavra devem se guardar de todo orgulho espiritual e motivos pessoais, de forma que não sejam encontrados lutando contra a vontade do próprio Deus, cobiçando ocupar a posição daqueles que Deus chamou para estarem à frente do rebanho, ao qual eles pertencem.
Não procede do homem, mas do Senhor, a posição que cada um deve ocupar no Seu reino.
Nos versos 26 e 27 de I Reis 2, nós vemos Abiatar, o sumo sacerdote, sendo punido por Salomão, com a perda do seu posto para Zadoque, dado ter-se aliado a Adonias.
É destacado no verso 27 que isto ocorreu para que se cumprisse a palavra proferida pelo Senhor contra a casa de Eli, à qual Abiatar pertencia. O seu pai havia sido morto por Saul, assim como oitenta e cinco sacerdotes.
E quase oitenta anos haviam passado desde então, até que o juízo do Senhor contra eles teve cabal cumprimento.
Nos versos 28 a 35 são descritas as circunstâncias da morte de Joabe, que ao se inteirar do que Salomão havia feito a Abiatar, temeu por si mesmo, porque havia seguido também a Adonias e tal como este foi buscar refúgio junto aos chifres do altar, e ele se determinou em permanecer ali, até obter o perdão do rei, pensando que encontraria a mesma indulgência da sua parte, tanto quanto havia manifestado no princípio a Adonias.
Contudo, Salomão ordenou a Benaia que o matasse ali mesmo, porque agiria como o vingador do sangue de Abner e Amasa, e desta forma, como havia culpa de sangue em Joabe,  não poderia contar com a proteção de Deus, uma vez que não a havia buscado no que fizera, por não ter tido o devido temor da Sua justiça, que de um modo ou de outro acabaria lhe alcançando para o devido ajuste de contas.
O crime de Joabe foi doloso, e esta condição não lhe dava o direito de se refugiar em Deus (Êx 21.14), e de igual modo, os homicidas dolosos não podiam contar também com a proteção das cidades de refúgio (Dt 19.11-13).
Jesus é na dispensação da graça, o Grande Refúgio no qual todo tipo de pecador pode encontrar abrigo e segurança quanto à salvação de sua alma, e perdão para os seus pecados.
Todavia, Deus recompensa a justiça e castiga o mal praticado pelos Seus filhos, como coisas separadas.
Ele não deixa de punir nossos erros, por maior que tenha sido o bem que vínhamos praticando.
Nós vimos isto na vida de Davi.
Caso Deus não castigasse o pecado e se omitisse na Sua função de reto Juiz, não estabelecendo um dia futuro para passar em revista todas as nossas obras, quer boas, quer más, Ele seria, ainda que indiretamente, o maior incentivador da prática do mal.     
Entretanto, a Bíblia é bastante clara quanto a isto, e a própria experiência prática comprova, que Deus continua justo e justificador ao perdoar os pecadores em Cristo, para efeito de não serem mais condenados eternamente, mas, ao mesmo tempo, corrige a todos os Seus filhos, e sujeita à condenação eterna a todos aqueles que não se sujeitaram a Ele, para serem transformados e aperfeiçoados na justiça.
Há muita confusão no próprio meio evangélico quando se dá a textos que falam de justificação eterna, de perdão de pecados confessados, a interpretação de que isto é um tipo de salvo conduto para se permanecer na prática do pecado, como que o perdão ali referido significasse que Deus não leva em conta as nossas faltas, desde que as confessemos.
No entanto, não é isto o que estes textos bíblicos ensinam, senão que estes pecados confessados para efeito da continuidade da comunhão com Cristo, que é inteiramente santo, já foram expiados na cruz do calvário para não serem mais tidos na conta do motivo da nossa condenação eterna, mas, estes mesmos pecados que foram perdoados pela confissão, de modo a podermos voltar à comunhão com Deus, poderão dar ensejo até mesmo a correções dolorosas da parte do Senhor, como também produzir consequências que teremos que arcar.          
“28 Pelo que, recebendo nós um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e temor;
29 pois o nosso Deus é um fogo consumidor.” (Hb 12.28,29).
O mesmo apóstolo João que disse: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.“ (I Jo 1.9), também disse na mesma epístola as seguintes palavras que denotam que a confissão aqui referida não significa uma permissão para continuar pecando deliberadamente, pensando que se desejarmos voltar à comunhão com Deus basta apenas confessar o pecado quando nós decidirmos fazê-lo.
“3 E todo o que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro.
4 Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive na rebeldia, pois o pecado é rebeldia.
5 E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os pecados; e nele não há pecado.
6 Todo o que permanece nele não vive pecando; todo o que vive pecando não o viu nem o conhece.
7 Filhinhos, ninguém vos engane; quem pratica a justiça é justo, assim como ele é justo;
8 quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo.
9 Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente de Deus permanece nele, e não pode continuar no pecado, porque é nascido de Deus.
10 Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do Diabo: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem o que não ama a seu irmão.” (I Jo 3.3-10).
São palavras que apontam para o dever de se andar em verdadeira santidade de vida. Não é verdade? Como podemos então pensar que o próprio Deus nos estimularia em Sua Palavra a abusarmos da Sua graça e favor contando com o fato de que não há necessidade de se dar a devida atenção ao pecado, porque basta apenas confessar que erramos e tudo será perfeita paz e perdão?
Na verdade, as palavras de I Jo 1.9 devem ser interpretadas não apenas em todo o contexto do ensino bíblico sobre a confissão de pecados, como também dentro do próprio contexto desta epístola, de maneira a entendermos o que o apóstolo pretendia realmente ensinar, por inspiração do Espírito Santo.
Nos versos 36 a 46 de I Reis 2 é descrita a ruína de Simei, que havia infamado o rei Davi, lhe amaldiçoando injustamente, quando fugia de Absalão, e fazendo-se assim culpado de morte, segundo a Lei de Moisés, que determinava que fosse morto todo aquele que se levantasse contra as autoridades constituídas por Deus (Êx 22.28).
A lei que proibia a blasfêmia contra Deus está colocada ao lado da proibição de amaldiçoar o príncipe (Dt 22.28).
Como o ato de amaldiçoar o nome de Deus devia ser punido com a morte (Lv 24.15,16), subentende-se que amaldiçoar abertamente o príncipe sujeitava à mesma pena.
Os pais são constituídos como autoridade sobre os filhos, assim como o príncipe é constituído sobre todo o povo.
Assim, amaldiçoar os pais sujeitava também, no Velho Testamento, os filhos à pena de morte (Lev 20.9).
Mas, como Simei recebeu o indulto da parte de Davi, que prometeu que não o mataria enquanto vivesse, ele não pôde demonstrar lealdade ao filho de Davi, e seu novo rei, Salomão, porque tal lealdade não se encontrava nele, e vindo a desobedecer uma ordem expressa que Salomão lhe dera, de nunca se afastar de Jerusalém, veio a fazê-lo para a sua própria ruína, e foi morto por Benaia, a mando do rei, pois foi isto que ele lhe dissera que seria feito a ele, caso viesse a desobedecer a ordem que lhe havia dado, e assim, descumprindo aquilo que o rei lhe havia determinado com o caráter de uma sentença, Simei se fez digno de morte, segundo a Lei (Dt 17.12). 




“1 Ora, aproximando-se o dia da morte de Davi, deu ele ordem a Salomão, seu filho, dizendo:
2 Eu vou pelo caminho de toda a terra; sê forte, pois, e porta-te como homem.
3 Guarda as ordenanças do Senhor teu Deus, andando nos seus caminhos, e observando os seus estatutos, os seus mandamentos, os seus preceitos e os seus testemunhos, como está escrito na lei de Moisés, para que prosperes em tudo quanto fizeres e por onde quer que fores,
4 e para que o Senhor confirme a palavra que falou acerca de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem os seus caminhos, andando perante a minha face fielmente, com todo o seu coração e com toda a sua alma, nunca te faltará sucessor ao trono de Israel.
5 Tu sabes também o que me fez Joabe, filho de Zeruia, a saber, o que fez aos dois chefes do exército de Israel, a Abner, filho de Ner, e a Amasa, filho de Jeter, os quais ele matou, e em tempo de paz derramou o sangue de guerra, manchando com ele o cinto que tinha nos lombos, e os sapatos que trazia nos pés.
6 Faze, pois, segundo a tua sabedoria, e não permitas que suas cãs desçam à sepultura em paz.
7 Mas para com os filhos de Barzilai, o gileadita, usa de benevolência, e estejam eles entre os que comem à tua mesa; porque assim se houveram comigo, quando eu fugia por causa de teu irmão Absalão.
8 E eis que também contigo está Simei, filho de Gêra, benjamita, de Baurim, que me lançou atroz maldição, no dia em que eu ia a Maanaim; porém ele saiu a encontrar-se comigo junto ao Jordão, e eu lhe jurei pelo Senhor, dizendo: Não te matarei à espada.
9 Agora, porém, não o tenhas por inocente; pois és homem sábio, e bem saberás o que lhe hás de fazer; farás com que as suas cãs desçam à sepultura com sangue.
10 Depois Davi dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi.
11 E foi o tempo que Davi reinou sobre Israel quarenta anos: sete anos reinou em Hebrom, e em Jerusalém reinou trinta e três anos.
12 Salomão, pois, assentou-se no trono de Davi, seu pai; e o seu reino se fortificou sobremaneira.
13 Então Adonias, filho de Hagite, veio a Bate-Seba, mãe de Salomão; e perguntou ela: De paz é a tua vinda? Respondeu ele: É de paz.
14 E acrescentou: Uma palavra tenho que dizer-te. Respondeu ela: Fala.
15 Disse, pois, ele: Bem sabes que o reino era meu, e que todo o Israel tinha posto a vista em mim para que eu viesse a reinar; contudo o reino se transferiu e veio a ser de meu irmão, porque foi feito seu pelo Senhor.
16 Agora uma só coisa te peço; não ma recuses. Ela lhe disse: Fala.
17 E ele disse: Peço-te que fales ao rei Salomão (porque ele não to recusará) , que me dê por mulher a Abisague, a sunamita.
18 Respondeu Bate-Seba: Pois bem; eu falarei por ti ao rei.
19 Foi, pois, Bate-Seba ter com o rei Salomão, para falar-lhe por Adonias. E o rei se levantou a encontrar-se com ela, e se inclinou diante dela; então, assentando-se no seu trono, mandou que pusessem um trono para a rainha-mãe; e ela se assentou à sua direita.
20 Então disse ela: Só uma pequena coisa te peço; não ma recuses. Respondeu-lhe o rei: Pede, minha mãe, porque não te recusarei.
21 E ela disse: Dê-se Abisague, a sunamita, por mulher a teu irmão Adonias.
22 Então respondeu o rei Salomão, e disse a sua mãe: E por que pedes Abisague, a sunamita, para Adonias? Pede também para ele o reino (porque é meu irmão mais velho); sim, para ele, e também para Abiatar, o sacerdote, e para Joabe, filho de Zeruia.
23 E jurou o rei Salomão pelo Senhor, dizendo: Assim Deus me faça, e outro tanto, se não falou Adonias esta palavra contra a sua vida.
24 Agora, pois, vive o Senhor, que me confirmou e me fez assentar no trono de Davi, meu pai, e que me estabeleceu casa, como tinha dito, que hoje será morto Adonias.
25 E o rei Salomão deu ordem a Benaia, filho de Jeoiada, o qual feriu a Adonias, de modo que morreu.
26 Também a Abiatar, o sacerdote, disse o rei: Vai para Anatote, para os teus campos, porque és homem digno de morte; porém hoje não te matarei, porquanto levaste a arca do Senhor Deus diante de Davi, meu pai, e porquanto participaste de todas as aflições de meu pai.
27 Salomão, pois, expulsou Abiatar, para que não fosse sacerdote do Senhor, assim cumprindo a palavra que o Senhor tinha dito acerca da casa de Eli em Siló.
28 Ora, veio esta notícia a Joabe (pois Joabe se desviara após Adonias, ainda que não se tinha desviado após Absalão) ; pelo que Joabe fugiu para o tabernáculo do Senhor, e apegou-se às pontas do altar.
29 E disseram ao rei Salomão: Joabe fugiu para o tabernáculo do Senhor; e eis que está junto ao altar. Então Salomão enviou Benaia, filho de Jeoiada, dizendo: Vai, mata-o.
30 Foi, pois, Benaia ao tabernáculo do Senhor, e disse a Joabe: Assim diz o rei: Sai daí. Respondeu Joabe: Não! porém aqui morrerei. E Benaia tornou com a resposta ao rei, dizendo: Assim falou Joabe, e assim me respondeu.
31 Ao que lhe disse o rei: Faze como ele disse; mata-o, e sepulta-o, para que tires de sobre mim e de sobre a casa de meu pai o sangue que Joabe sem causa derramou.
32 Assim o Senhor fará recair o sangue dele sobre a sua cabeça, porque deu sobre dois homens mais justos e melhores do que ele, e os matou à espada, sem que meu pai Davi o soubesse, a saber: a Abner, filho de Ner, chefe do exército de Israel, e a Amasa, filho de Jeter, chefe do exército de Judá.
33 Assim recairá o sangue destes sobre a cabeça de Joabe e sobre a cabeça da sua descendência para sempre; mas a Davi, e à sua descendência, e à sua casa, e ao seu trono, o Senhor dará paz para sempre.
34 Então Benaia, filho de Jeoiada, subiu e, arremetendo contra Joabe, o matou. E foi sepultado em sua casa, no deserto.
35 Em lugar dele o rei pôs a Benaia, filho de Jeoiada, sobre o exército; e a Zadoque, o sacerdote, pôs em lugar de Abiatar.
36 Depois o rei mandou chamar a Simei e lhe disse: Edifica para ti uma casa em Jerusalém, habita aí, e daí não saias, nem para uma nem para outra parte.
37 E fica sabendo que, no dia em que saíres e passares o ribeiro de Cedrom, de certo hás de morrer. O teu sangue será sobre a tua cabeça.
38 Respondeu Simei ao rei: Boa é essa palavra; como tem dito o rei meu senhor, assim fará o teu servo. E Simei habitou em Jerusalém muitos dias.
39 Sucedeu porém que, ao cabo de três anos, dois servos de Simei fugiram para Aquis, filho de Maaca, rei de Gate. E deram parte a Simei, dizendo: Eis que teus servos estão em Gate.
40 Então Simei se levantou, albardou o seu jumento e foi a Gate ter com Aquis, em busca dos seus servos; assim foi Simei, e os trouxe de Gate.
41 Disseram a Salomão que Simei fora de Jerusalém a Gate, e já havia voltado.
42 Então o rei mandou chamar a Simei e lhe disse: Não te conjurei pelo Senhor e não te protestei, dizendo: No dia em que saíres para qualquer parte, sabe de certo que hás de morrer? E tu me disseste: Boa é essa palavra que ouvi.
43 Por que, então, não guardaste o juramento do Senhor, e a ordem que te dei?
44 Disse-lhe mais: Bem sabes tu, e o teu coração reconhece toda a maldade que fizeste a Davi, meu pai; pelo que o Senhor fará recair a tua maldade sobre a tua cabeça.
45 Mas o rei Salomão será abençoado, e o trono de Davi será confirmado perante o Senhor para sempre:
46 E o rei deu ordem a Benaia, filho de Jeoiada, o qual saiu, e feriu a Simei, de modo que morreu. Assim foi confirmado o reino na mão de Salomão.” (I Rs 2.1-46).

Nenhum comentário:

Postar um comentário