quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Prenúncio do Juízo Vindouro – Deuteronômio 7



No sétimo capítulo de Deuteronômio, nos versículos 1 a 5, são nomeadas as sete nações que deveriam ser inteiramente destruídas, em razão das grosseiras práticas a que há muito estavam entregues, sem que houvesse possibilidade de cura daquele grande mal, que era uma terrível influência para todas as demais nações do mundo antigo, que transitavam por aquele ponto estratégico do território de Canaã, que era passagem obrigatória das caravanas que vinham do Norte, da Ásia e Europa Oriental, para o Egito, e demais nações do território africano.
Então Deus havia formado Israel, e a elegeu como Sua nação para cumprir o Seu propósito de revelar a Sua vontade em toda a terra, e Ele o cumpriu cabalmente através deles, principalmente, por ter trazido através deles, o Messias ao mundo.
O Messias não veio de um povo que cultuasse a falsos deuses por determinação dos seus oráculos demoníacos, mas de um povo separado das demais nações da terra, que recebera mandamentos e estatutos do Deus verdadeiro, que revelou o quanto abomina a idolatria, a feitiçaria, e toda prática de caráter ocultista inspirada pelos espiritos das trevas,    por ter determinado através da nação eleita que fossem destruídos não somente os ídolos e altares daquelas sete nações pagãs, como os seus próprios adoradores.
Por meio disto, Deus revelou que não tem qualquer comunhão com as obras das trevas, e que os que são praticantes de tais obras estão sujeitos por Ele à condenação eterna.
Uma condenação em que Ele não terá qualquer misericórdia por toda a eternidade, pois determinou aos israelitas que os destruíssem sem qualquer misericórdia (Deut 7.2), para servir de sinal de que a Sua misericórdia divina não pode alcançar aqueles que vivem deliberadamente  sob a influência do pecado, sem desejarem achar lugar de arrependimento.
Por isso, o Senhor disse que Ele próprio expulsaria aquelas nações, pois eram mais numerosas e poderosas do que Israel (v. 1,2, 20-24), para que ficasse revelado para todo o sempre que É Ele mesmo quem toma vingança contra os Seus inimigos para os destruir (v. 10).
É somente pela reconciliação, que há no evangelho de Cristo, pela expiação operada pela Sua morte, que podemos ser reconciliados e ter paz com Deus, deixando de ser seus inimigos, para nos tornarmos seus amigos.
Deste modo, qualquer que não esteja unido a Cristo, pela fé, permanece debaixo da ira divina, e é tido por Ele como seu inimigo, e está revelado nas Escrituras, que Ele despejará os Seus juízos sobre os Seus inimigos, num castigo eterno, sem a chance de acharem qualquer misericórdia (Tg 2.13a).
Para fixar esta condenação que está reservada aos Seus inimigos, num juízo que servisse de ilustração desta realidade maior e eterna, foram nomeadas apenas sete nações que deveriam ser totalmente exterminadas em Canaã, não porque as demais fossem melhores do que estas, mas pela determinação da Soberania divina, de modo que servissem de exemplo ao temor que Lhe é devido em todas as nações, e que o pecado sujeita à Sua destruição.
O número sete é usado por Deus para indicar perfeição, e aqui no caso há um simbolismo da perfeição do Seu juízo que não deixará de dar a devida paga a qualquer dos seus inimigos.
Mas, como a misericórdia acompanha o juízo, enquanto estivermos neste mundo, é concedido a todos pela graça, misericórdia e longanimidade de Deus, um tempo para que se arrependam e vivam, pois não tem prazer na morte do ímpio, antes deseja que todos se arrependam e cheguem ao conhecimento da verdade, para que vivam eternamente.
Com isto, os próprios israelitas deveriam aprender que havia um limite fixado por Deus para a severidade deles, e que não deveriam agir por conta própria, mas sob o comando do Altíssimo, pois não era a justiça deles que estava sendo feita, senão a de Deus.
Eles não deveriam, portanto, ir além e nem ficar aquém, da comissão que lhes foi dada, para que não agissem com barbárie, e de modo que isto não servisse de pretexto, para as nações justificarem o uso de ações de extermínio de outras nações.                      
O juízo daquelas nações veio da parte de Deus, para ser executado por Israel, e não foram os próprios israelitas que determinaram isto para objetivos terrenos, como por exemplo, o de ser uma nação imperialista na terra, pela imposição do seu próprio poder.
Por isso, é ordenado aos cristãos que não se vinguem a si mesmos, mas que deem lugar à ira de Deus, pois somente Ele julga com justiça, e no tempo determinado, dará a justa paga a todos os seus inimigos.
Sabendo isto, em vez de amaldiçoarmos nossos inimigos, sabendo que há disponibilidade de graça e misericórdia para eles, enquanto viverem na terra devemos abençoá-los e orar em favor da sua salvação, sabendo que caso isto não ocorra, estarão sujeitos a um juízo terrível e eterno debaixo da ira de Deus.
“Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor. Antes, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.” (Rm 12.19,20).
Foi proibido expressamente aos israelitas, que não cobiçassem nenhuma das abominações daquelas nações que deveriam ser exterminadas pelo mandado de Deus  (v. 25,26).
Não deveriam se apropriar destas abominações para que não fossem enlaçados por elas.
Desta forma, não deveriam introduzir nenhuma daquelas coisas condenadas, por mais ricas e belas que fossem em suas casas, ao contrário, deveriam detestá-las por serem uma abominação ao Senhor.
Deste modo, os israelitas foram lembrados que caso se esforçassem sinceramente em fazer a parte que lhes cabia na aliança, que o Senhor fizera com eles, Ele também faria certamente a Sua parte, e manteria a misericórdia que havia prometido aos patriarcas (v. 12).
Desta forma, quando somos constantes no cumprimento do nosso dever para com Deus, jamais poderemos questionar a constância da misericórdia dEle para conosco.      
 Se eles amassem e servissem ao Senhor, Ele os amaria, e os abençoaria e grandemente os multiplicaria, daí a promessa de que não haveria nem homens, nem mulheres estéreis entre eles.
A promessa da fertilidade como sendo um sinal da bênção e do favor de Deus não significa para os cristãos da Igreja, que estão aliançados com o Senhor numa Nova Aliança, que o fato de haver estéreis entre eles seja um sinal da maldição de Deus.
Devemos entender que esta promessa de multiplicação do povo para poder, principalmente, prevalecer diante das demais nações, era algo que se impunha como uma necessidade para a nação de Israel, debaixo dos termos da Antiga Aliança, e na condição de nação eleita pela promessa feita aos patriarcas, nos dias do Velho Testamento.
Deste modo, a promessa da bênção para a nação não se limita apenas ao fruto do ventre, como também ao fruto da terra, e mesmo dos animais domésticos (v. 13,14).
Neste contexto, foi prometido também, saúde física e livramento de doenças epidêmicas, que poderiam reduzir a população de Israel.
Desta forma, os israelitas, em sua obediência ao Senhor, seriam multiplicados, enquanto Ele dizimaria pelas enfermidades, as nações inimigas de Israel (v.15).


1 Quando o Senhor teu Deus te houver introduzido na terra a que vais a fim de possuí-la, e tiver lançado fora de diante de ti muitas nações, a saber, os heteus, os girgaseus, os amorreus, os cananeus, os perizeus, os heveus e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu;
2 e quando o Senhor teu Deus as tiver entregue, e as ferires, totalmente as destruirás; não farás com elas pacto algum, nem terás piedade delas;
3 não contrairás com elas matrimônios; não darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos;
4 pois fariam teus filhos desviarem-se de mim, para servirem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós, e depressa vos consumiria.
5 Mas assim lhes fareis: Derrubareis os seus altares, quebrareis as suas colunas, cortareis os seus aserins, e queimareis a fogo as suas imagens esculpidas.
6 Porque tu és povo santo ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, a fim de lhe seres o seu próprio povo, acima de todos os povos que há sobre a terra.
7 O Senhor não tomou prazer em vós nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que todos os outros povos, pois éreis menos em número do que qualquer povo;
8 mas, porque o Senhor vos amou, e porque quis guardar o juramento que fizera a vossos pais, foi que vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito.
9 Saberás, pois, que o Senhor teu Deus é que é Deus, o Deus fiel, que guarda o pacto e a misericórdia, até mil gerações, aos que o amam e guardam os seus mandamentos;
10 e que retribui diretamente aos que o odeiam, para os destruir; não será remisso para quem o odeia, diretamente lhe retribuirá.
11 Guardarás, pois, os mandamentos, os estatutos e os preceitos que eu hoje te ordeno, para os cumprires.
12 Sucederá, pois, que, por ouvirdes estes preceitos, e os guardardes e cumprirdes, o Senhor teu Deus te guardará o pacto e a misericórdia que com juramento prometeu a teus pais;
13 ele te amará, te abençoará e te fará multiplicar; abençoará o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, o teu grão, o teu mosto e o teu azeite, a criação das tuas vacas, e as crias dos teus rebanhos, na terra que com juramento prometeu a teus pais te daria.
14 Bendito serás mais do que todos os povos; não haverá estéril no meio de ti, seja homem, seja mulher, nem entre os teus animais.
15 E o Senhor desviará de ti toda enfermidade; não porá sobre ti nenhuma das más doenças dos egípcios, que bem conheces; no entanto as porás sobre todos os que te odiarem.
16 Consumirás todos os povos que o Senhor teu Deus te entregar; os teus olhos não terão piedade deles; e não servirás a seus deuses, pois isso te seria por laço.
17 Se disseres no teu coração: Estas nações são mais numerosas do que eu; como as poderei desapossar?
18 delas não terás medo; antes lembrarte-ás do que o Senhor teu Deus fez a Faraó e a todos os egípcios;
19 das grandes provas que os teus olhos viram, e dos sinais, e das maravilhas, e da mão forte, e do braço estendido, com que o Senhor teu Deus te tirou: Assim fará o Senhor teu Deus a todos os povos, diante dos quais tu temes.
20 Além disso o Senhor teu Deus mandará entre eles vespões, até que pereçam os restantes que se tiverem escondido de ti.
21 Não te espantes diante deles, porque o Senhor teu Deus está no meio de ti, Deus grande e terrível.
22 E o Senhor teu Deus lançará fora de diante de ti, pouco a pouco, estas nações; não poderás destruí-las todas de pronto, para que as feras do campo não se multipliquem contra ti.
23 E o Senhor as entregará a ti, e lhes infligirá uma grande derrota, até que sejam destruídas.
24 Também os seus reis te entregará nas tuas mãos, e farás desaparecer o nome deles de debaixo do céu; nenhum te poderá resistir, até que os tenhas destruído.
25 As imagens esculpidas de seus deuses queimarás a fogo; não cobiçarás a prata nem o ouro que estão sobre elas, nem deles te apropriarás, para que não te enlaces neles; pois são abominação ao Senhor teu Deus.
26 Não meterás, pois, uma abominação em tua casa, para que não sejas anátema, semelhante a ela; de todo a detestarás, e de todo a abominarás, pois é anátema.“ (Dt 7.1-26).  

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