O 14º
capítulo de Zacarias se refere ao dia da volta de Jesus, e revela qual será a
condição da glória de Jerusalém, diante de todas as nações, a partir daquele
dia, em que o Senhor voltará com poder e grande glória, para julgar a terra e
estabelecer o Seu reino em Jerusalém.
A
situação referida particularmente no verso 2 desta profecia de Zacarias foi
citada por Jesus no texto de Lucas 21.20-24. Compare estas palavras de Jesus
com a profecia de Zacarias:
“Porque
eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será
tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade
sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da cidade.” (Zac
14.2).
Veja
que os exércitos de todas as nações que se ajuntarão para pelejarem contra
Jerusalém, serão levantados pela deliberação do próprio Deus, e não pelo
Anticristo, conforme se costuma afirmar.
O
Anticristo estará encabeçando esta coligação de nações mas ele nada poderia
fazer caso isto não tivesse sido planejado nos conselhos eternos do Senhor.
O pobre
miserável Anticristo terá caído nas redes da Soberania do Deus Altíssimo para
sofrer os juízos que estão determinados contra ele e os seus seguidores.
A quem
pertence verdadeiramente o poder?
Ao
insolente Anticristo, que se levanta contra o Deus Criador e tudo que é santo?
Satanás
que deu o seu poder à Besta?
O poder
pertence ao Senhor, e isto será visto claramente pela manifestação da Sua
segunda vinda.
Veja
que a profecia de Zacarias cita que as mulheres de Jerusalém seriam forçadas
quando a cidade fosse assolada por esta coligação de exércitos, e Jesus o
confirmou citando a aflição que viria sobre as mulheres grávidas e as que
estivessem amamentando, porque seria mais difícil para elas fugirem da cidade,
naqueles dias de grande tribulação (Lc 21.23).
Cabe
ressaltar que tanto a profecia de Zacarias quanto a de Jesus, no texto de Lucas
21.20-24, tiveram um primeiro cumprimento quando Jerusalém foi assolada pelos
romanos em 70 d.C. tendo um grande número de judeus sido espalhados pelas
nações da terra.
Para
quem pensa que há um exagero ou crueldade na profecia que afirma as assolações
que ocorrerão nos dias do Anticristo, basta lembrar que foi permitido a Hitler,
pelo Senhor, que exterminasse cerca de 6 milhões de judeus.
Assim,
haverá um segundo e grande cumprimento destas predições nos dias do Anticristo,
quando Jesus se manifestará com poder e grande glória, para destruir o trono da
Besta.
Deus
permitirá que a jóia dos judeus, Jerusalém, seja saqueada e espoliada pelos
seus inimigos.
A
avareza receberá o seu justo castigo com o fato de serem saqueadas as riquezas
deste mundo, que os judeus juntaram e que tanto apreciam.
Por
isso a profecia diz que as casas serão saqueadas.
Eles
recusaram o Messias, porque lhes falou de riquezas espirituais e celestiais,
que eles desprezaram, porque apreciaram e amaram as riquezas materiais e
terrenas, e agora eles receberiam mais uma vez uma grande juízo divino para
saberem que estas riquezas terrenas não podem livrar e socorrer o homem no dia
da aflição.
Eles
rejeitaram o Deus do céu por causa do deus Mamom e teriam mais uma vez a
oportunidade de reconhecer que Mamom nada pode contra o Deus Altíssimo, quando
a Sua mão julgadora é estendida.
Entretanto,
Deus fez promessas de misericórdia em relação a Jerusalém e de que a colocaria
por objeto de glória em toda a terra.
Então
Ele misturará a misericórdia com o juízo, e enviará livramento juntamente com o
julgamento.
Muitos
dos judeus que forem expulsos da cidade pelo Anticristo, retornarão a Jerusalém
convertidos por Cristo, que veio em socorro do povo de Deus, e então terão
abrigo e segurança para sempre debaixo do governo eterno do Messias.
Um
remanescente de Israel mais uma vez será poupado pelo Senhor, no tempo do fim,
e será salvo.
E as
nações que forem usadas por Deus, para servirem de açoite para o povo de
Israel, serão também submetidas aos Seus juízos, por causa da própria maldade
delas.
O Senhor
pelejará contra eles e destruirá a muitos ímpios destas nações.
Ele
fará com que eles bebam do mesmo cálice da ira que eles haviam dado a beber ao
povo de Israel.
Foi do
monte das Oliveiras que Jesus ascendeu ao céu, depois da Sua ressurreição (At 1.12).
Ali foi
o último lugar sobre o qual Ele colocou os seus pés, enquanto esteve em carne
neste mundo.
E será
justamente ali onde Ele descerá por ocasião da Sua segunda vinda (v.4).
Tão
grande será a glória do Senhor na Sua segunda vinda, que é dito que neste dia
não haverá nem a luz do dia, nem as trevas da noite, tal o refulgir da glória
do Senhor em toda a terra.
A volta
do Senhor precipitará vários cataclismas sobre a face da terra e até mesmo no
universo, porque é dito que os fundamentos do céu e da terra serão abalados.
Isto
está de acordo com as pragas descritas no livro de Apocalipse, que serão
derramadas sobre a terra.
Aqui no
texto de Zacarias é dito que o monte das Oliveiras será fendido ao meio quando
o Senhor pisar sobre Ele, e se transformará num vale muito grande (v. 4), e que
todas as terras ao redor de Jerusalém serão transformadas em planície (v. 10).
Isto
será uma clara indicação de que Deus começará um trabalho de restauração de
toda a terra, que culminará com a criação de um novo céu e de uma nova
terra.
Um novo
e vivo caminho seria aberto em Jerusalém, e dela sairiam águas vivas (v. 8), e
dali procederá a palavra de governo do Senhor que reinará sobre todas as nações
da terra no milênio (v. 9).
Jerusalém
se tornou a fonte de águas vivas para o mundo, desde que o Espírito Santo foi
derramado pela primeira vez no dia de Pentecostes, nesta cidade.
E estas
águas vivas seriam espalhadas por todo o mundo, tanto o Ocidental, quanto o
Oriental.
Deus
não faria nenhuma distinção entre os povos, porque o evangelho é para toda
criatura debaixo do céu.
Nem a
seca do verão, nem o gelo do inverno poderão deter o derramar do Espírito em
todo o mundo, porque a boca do Senhor o tem prometido (v. 8).
“Irão
muitos povos, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de
Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque
de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.” (Is 2.3).
O final
do verso 5 da profecia de Zacarias diz:
“Então
virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos contigo.”.
Agora
compare estas palavras de Zacarias com as que foram proferidas por Jesus em Mc
8.38:
“Porquanto,
qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e
das minhas palavras, também dele se envergonhará o Filho do homem quando vier
na glória de seu Pai com os santos anjos.”.
Depois
da volta do Senhor Jerusalém nunca mais será destruída e os seus moradores
estarão em completa segurança nela (v. 11).
E todos
os povos que guerrearam contra Jerusalém, juntamente com o Anticristo serão
feridos com uma praga do Senhor, que fará com que a carne deles apodreça
estando ainda de pé, especialmente os seus olhos e línguas.
Aquelas
línguas que infamaram o Senhor e o Seu povo juntamente com o Anticristo serão
apodrecidas (v. 12).
Estes
exércitos se destruirão mutuamente.
Haverá
uma desavença entre eles, e isto procederá do Senhor para humilhar a tentativa
do Anticristo de formar uma unidade de governo em toda a terra (v. 13).
O
despojo destas nações vencidas será muito grande, e Jerusalém de desprezada e
rejeitada que era, terá que ser agora honrada por todas as nações, que serão
tributárias de Cristo e da Igreja em Jerusalém (v. 14).
Anualmente,
todas as nações terão que subir a Jerusalém para adorar o Rei de toda a terra,
o Senhor Jesus, e para celebrarem a festa dos tabernáculos (v. 16).
A
promessa feita por Cristo aos mansos, de que herdariam a terra terá sido
finalmente cumprida quando estiverem reinando juntamente com Ele em Jerusalém
(Mt 5.5).
Nenhuma
das nações da terra poderá se recusar a subir a Jerusalém para adorar o
Senhor, sob a ameaça de que Ele reterá a chuva sobre elas; isto é, Ele reterá
as suas bênçãos e os ferirá com Suas pragas (v. 17 a 19).
É feita
menção à festa dos tabernáculos, porque o teor desta festa era de louvor e
de alegria.
Esta
festa celebrava a comunhão do povo do Senhor com Ele.
E este
será um tempo para pura alegria e louvor; quando Cristo estiver reinando sobre
toda a terra; e quando os ímpios tiverem sido desarraigados dela.
Os que
restaram da grande destruição do juízo da Sua segunda vinda terão um grande
motivo para celebrar a Sua grande misericórdia para com eles.
Neste
tempo se tornará muito claro o dever da adoração exigido pelo evangelho.
Deus
busca adoradores porque é dever de todo homem adorá-lO.
Não é
nenhum favor que eles fazem a Ele quando O adoram, mas a justa obediência que é
devida ao Criador de todas as coisas e Salvador e Senhor dos pecadores.
E para
que nunca se esqueçam que este dever de adoração deve ser em espírito e em
verdade, isto é, em verdadeira santificação, até mesmo nas campainhas dos
cavalos será gravado SANTIDADE AO SENHOR (v. 20).
Já não
haverá mais joio na Igreja, e os verdadeiros salvos não adorarão ao lado daqueles
que não conhecem ao Senhor (cananeus).
Somente
os verdadeiros israelitas, a saber, os que foram lavados no sangue de Jesus,
prestar-Lhe-ão culto de adoração (v. 21).
A
profecia aponta para as atitudes que prevalecerão no futuro, para que nós as tenhamos
no presente, isto é, nós devemos viver desde agora aquilo que seremos no
futuro.
Por
isso se diz em II Pe 3.10-14:
“10
Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande
estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que
nela há, serão descobertas.
11 Ora,
uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que pessoas não
deveis ser em santidade e piedade,
12
aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em
fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão?
13 Nós,
porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos
quais habita a justiça.
14 Pelo
que, amados, como estais aguardando estas coisas, procurai diligentemente ser achados
por ele em paz, imaculados e
irrepreensíveis,”.
O cristão
deve se santificar com um olho no futuro.
Ele
deve suportar sofrimentos olhando para a recompensa futura prometida.
Ele
deve contemplar em espírito aquele dia em que o Senhor voltará para restaurar
todas as coisas (At 3.21), e deve pautar a sua vida em conformidade com a
perfeição de santidade, que será manifestada na volta do Senhor.
É para
isto que todo cristão foi chamado por Deus, e é para isto que Ele deve viver, e
por isso o Senhor nos tem falado pela palavra profética, que brilha como um
farol, apontando-nos o porto seguro da Sua santa vontade para conosco em Cristo
Jesus.
“E
temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos,
como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a
estrela da alva surja em vossos corações;” (II Pe 1.19).
“1 Eis
que vem o dia do SENHOR, em que teus despojos se repartirão no meio de ti.
2
Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade
será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da
cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da
cidade.
3 E o
SENHOR sairá, e pelejará contra estas nações, como pelejou, sim, no dia da batalha.
4 E
naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte
de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio,
para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do
monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul.
5 E
fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e
fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de
Judá. Então virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos contigo.
6 E
acontecerá naquele dia, que não haverá preciosa luz, nem espessa escuridão.
7 Mas
será um dia conhecido do SENHOR; nem dia nem noite será; mas acontecerá que ao
cair da tarde haverá luz.
8
Naquele dia também acontecerá que sairão de Jerusalém águas vivas, metade delas
para o mar oriental, e metade delas para o mar ocidental; no verão e no inverno
sucederá isto.
9 E o
SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o SENHOR, e um será o
seu nome.
10 Toda
a terra em redor se tornará em planície, desde Geba até Rimom, ao sul de
Jerusalém, e ela será exaltada, e habitada no seu lugar, desde a porta de
Benjamim até ao lugar da primeira porta, até à porta da esquina, e desde a
torre de Hananeel até aos lagares do rei.
11 E
habitarão nela, e não haverá mais destruição, porque Jerusalém habitará segura.
12 E
esta será a praga com que o SENHOR ferirá a todos os povos que guerrearam
contra Jerusalém: a sua carne apodrecerá, estando eles em pé, e lhes
apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e a língua lhes apodrecerá na sua boca.
13
Naquele dia também acontecerá que haverá da parte do SENHOR uma grande
perturbação entre eles; porque cada um pegará na mão do seu próximo, e cada um
levantará a mão contra o seu próximo.
14 E
também Judá pelejará em Jerusalém, e as riquezas de todos os gentios serão
ajuntadas ao redor, ouro e prata e roupas em grande abundância.
15
Assim será também a praga dos cavalos, dos mulos, dos camelos e dos jumentos e
de todos os animais que estiverem naqueles arraiais, como foi esta praga.
16 E
acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra
Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e
para celebrarem a festa dos tabernáculos.
17 E
acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para
adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva.
18 E,
se a família dos egípcios não subir, nem vier, não virá sobre ela a chuva; virá
sobre eles a praga com que o SENHOR ferirá os gentios que não subirem a
celebrar a festa dos tabernáculos.
19 Este
será o castigo do pecado dos egípcios e o castigo do pecado de todas as nações
que não subirem a celebrar a festa dos tabernáculos.
20
Naquele dia será gravado sobre as campainhas dos cavalos: SANTIDADE AO SENHOR;
e as panelas na casa do SENHOR serão como as bacias diante do altar.
21 E
todas as panelas em Jerusalém e Judá serão consagradas ao SENHOR dos Exércitos,
e todos os que sacrificarem virão, e delas tomarão, e nelas cozerão. E, naquele
dia não haverá mais cananeu na casa do SENHOR dos Exércitos.”. (Zacarias
14.1-21)
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