terça-feira, 4 de dezembro de 2012

SALMO 22 – Salmo de Davi


Como Davi foi levantado por Deus para ser rei, para que fosse um tipo do reinado do Messias, foi-lhe dada em revelação os sofrimentos que Jesus experimentaria em Seu ministério terreno, antes que seja entronizado como rei de Israel, depois da sua segunda vinda.
De igual modo, Davi havia sido submetido a sofrimentos, antes de reinar em Israel, para que também se cumprisse nisto o propósito de Deus de que ele fosse um tipo de Cristo, que descenderia segundo a carne, de Davi, porque o Senhor fizera boas e fiéis promessas de misericórdia para com a casa espiritual de Davi, sobre a qual Cristo governará eternamente.
Para ser rei sobre o povo que tem redimido pelo Seu sangue, nosso Senhor teria que carregar os pecados deles na cruz, motivo porque se sentiria desamparado pelo Pai naquela hora em que o peso do sofrimento esmagasse a sua alma, a ponto de ter-se sentido desamparado por Deus, e foi dado a Davi por revelação quais palavras seriam proferidas por Jesus na cruz, para expressar tal sentimento de desamparo e dor, logo no início deste salmo:
“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”.
Este salmo responde à pergunta irônica e cheia de malícia dirigida a Jesus quando ele se encontrava na cruz, por que não descia dela pelo auxílio de Deus,  uma vez que havia dito que Ele era seu Pai?
Eles queriam registrar que Ele era um mentiroso e uma fraude com aquela ironia ácida.
Todavia, muitos séculos antes, cerca de 1.000 anos, Deus revelou a Davi, que apesar dos grandes sofrimentos de Cristo por nossa causa,  Ele não o desampararia, como podemos ver isto expressado nas seguintes palavras, que traduzem quais os reais pensamentos de Cristo naquela grande hora de sofrimento:
“Nossos pais confiaram em ti; confiaram, e os livraste.  A ti clamaram e se livraram; confiaram em ti e não foram confundidos.”.
Não foi o Pai que desprezou o Filho em Seus sofrimentos, mas os pecadores, conforme retratado pelo salmista, na zombaria que lhe dirigiram, todavia o Senhor afirmava a Sua inteira confiança no Pai.
Os homens que crucificaram nosso Senhor eram como cães e uma súcia de malfeitores que o rodeavam, e lhe traspassaram as mãos e os pés, contudo seus ossos não foram atingidos, para que se cumprissem as Escrituras.
Davi viu as vestes de nosso Senhor sendo repartidas pelos romanos através de sortes.
O clamor do Senhor em Sua agonia e sofrimento foi ouvido pelo Pai, e Ele não lhe virou a face, porque pelo trabalho penoso da Sua alma muitos viriam a se converter a Ele de todas as famílias das nações. 
Dele nasceria um povo (a Igreja) e a Sua posteridade o serviria, e o Seu nome seria anunciado às gerações vindouras pelos seus discípulos, que anunciariam principalmente a Sua justiça, com a qual os pecadores que creem no Seu nome, são justificados e salvos da condenação eterna, por causa do pecado.         

“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido?  Deus meu, clamo de dia, e não me respondes; também de noite, porém não tenho sossego.  Contudo, tu és santo, entronizado entre os louvores de Israel.  Nossos pais confiaram em ti; confiaram, e os livraste.  A ti clamaram e se livraram; confiaram em ti e não foram confundidos.  Mas eu sou verme e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo.  Todos os que me vêem zombam de mim; afrouxam os lábios e meneiam a cabeça:  Confiou no SENHOR! Livre-o ele; salve-o, pois nele tem prazer.  Contudo, tu és quem me fez nascer; e me preservaste, estando eu ainda ao seio de minha mãe.  A ti me entreguei desde o meu nascimento; desde o ventre de minha mãe, tu és meu Deus. Não te distancies de mim, porque a tribulação está próxima, e não há quem me acuda.  Muitos touros me cercam, fortes touros de Basã me rodeiam.  Contra mim abrem a boca, como faz o leão que despedaça e ruge.  Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim.  Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte.  Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés.  Posso contar todos os meus ossos; eles me estão olhando e encarando em mim.  Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam sortes.  Tu, porém, SENHOR, não te afastes de mim; força minha, apressa-te em socorrer-me.  Livra a minha alma da espada, e, das presas do cão, a minha vida.  Salva-me das fauces do leão e dos chifres dos búfalos; sim, tu me respondes.  A meus irmãos declararei o teu nome; cantar-te-ei louvores no meio da congregação;  vós que temeis o SENHOR, louvai-o; glorificai-o, vós todos, descendência de Jacó; reverenciai-o, vós todos, posteridade de Israel.  Pois não desprezou, nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu, quando lhe gritou por socorro.  De ti vem o meu louvor na grande congregação; cumprirei os meus votos na presença dos que o temem.  Os sofredores hão de comer e fartar-se; louvarão o SENHOR os que o buscam. Viva para sempre o vosso coração.  Lembrar-se-ão do SENHOR e a ele se converterão os confins da terra; perante ele se prostrarão todas as famílias das nações.  Pois do SENHOR é o reino, é ele quem governa as nações.  Todos os opulentos da terra hão de comer e adorar, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele, até aquele que não pode preservar a própria vida.  A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor à geração vindoura.  Hão de vir anunciar a justiça dele; ao povo que há de nascer, contarão que foi ele quem o fez.” 

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