É afirmado no Novo Testamento que fomos salvos pela graça,
mediante a fé, para as boas obras.
Serão então estas boas obras, não a causa da salvação, mas a
melhor evidência de que fomos de fato salvos (justificados e regenerados).
O justo referido por Davi no Salmo não é portanto apenas aquele
que foi justificado pela fé, mas que também tem oferecido os seus membros para
a prática da justiça, para a santificação, conforme se ordena em Rom 6.
Este justo aqui referido não tem somente a justiça atribuída,
imputada, mas também tem recebido a implantação da justiça de Cristo em sua
vida, pela transformação do Seu caráter, e pelo Seu bom procedimento espiritual
segundo a Palavra, mediante o poder do Espírito.
Assim, podem contar com a bênção de Deus em suas vidas, no viver
diário.
Estes que andam na retidão e que confiam no Senhor, sem vacilar,
podem não somente pedir que o Senhor lhes faça justiça, como também se
submeterem a um juízo do Senhor, que examine a condição de seus corações e
pensamentos, para que se regozijem na Sua aprovação do Seu proceder na verdade.
Estes fitarão a benignidade do Senhor e não a Sua ira.
Tal como ensinado no Salmo 1, Davi não se permitia andar no
ajuntamento de homem ímpios, falsos, dissimuladores, no mesmo procedimento
deles.
Não era com tais homens que buscava conselho.
Ao contrário, sua alma aborrecia a súcia de malfeitores e por isso
não se assentava na roda dos ímpios para compartilhar da sua impiedade.
Ele sabia perfeitamente, pelas Escrituras, pela Lei de Moisés, o
quanto o Senhor se aborrece daqueles que vivem na prática da maldade.
Davi, apesar de ser um homem de guerra, se norteava por princípios
retos, e segundo os mandamentos do Senhor, e prestava ao Senhor verdadeiro
culto de devoção, tendo as suas mãos lavadas na inocência, porque não as usava
para a prática do mal.
Ele tinha prazer em louvar ao Senhor com voz alta, para que todos
o ouvissem proclamando todas as maravilhas do Senhor.
Ele amava o lugar da habitação do Senhor porque era ali que Ele
manifestava a Sua glória.
Davi não era sanguinário, e não era dado aos crimes e subornos aos
quais eram dados os reis das nações pagãs da antiguidade.
Ao contrário, ele sempre andava na sua integridade, e por isso
podia pedir ao Senhor com confiança, que o livrasse e tivesse misericórdia da
sua vida.
Ele não andava em terrenos escorregadios de pecados, mas na Rocha
firme da nossa salvação, no próprio Senhor, e por isso bendizia o Seu santo
nome nas congregações nas quais o Senhor era adorado.
“Faze-me
justiça, SENHOR, pois tenho andado na minha integridade e confio no SENHOR, sem
vacilar. Examina-me, SENHOR, e prova-me;
sonda-me o coração e os pensamentos.
Pois a
tua benignidade, tenho-a perante os olhos e tenho andado na tua verdade.
Não me
tenho assentado com homens falsos e com os dissimuladores não me associo.
Aborreço
a súcia de malfeitores e com os ímpios não me assento.
Lavo as
mãos na inocência e, assim, andarei, SENHOR, ao redor do teu altar, para entoar, com voz alta, os louvores e
proclamar as tuas maravilhas todas.
Eu amo,
SENHOR, a habitação de tua casa e o lugar onde tua glória assiste.
Não
colhas a minha alma com a dos pecadores, nem a minha vida com a dos homens
sanguinários, em cujas mãos há crimes e
cuja destra está cheia de subornos.
Quanto a
mim, porém, ando na minha integridade; livra-me e tem compaixão de mim.
O meu pé
está firme em terreno plano; nas congregações, bendirei o SENHOR.”
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