Davi havia acabado de receber um grande livramento da parte do
Senhor, de uma grande investida de seus inimigos, de modo que não lhes permitiu
que se regozijassem contra o Seu ungido.
Contudo, Davi revela que este livramento não lhe veio
espontaneamente pelo simples fato de ser justo, de ser um santo de Deus, mas
porque Lhe havia clamado por socorro, e o Senhor o curou preservando-lhe a
vida, para que não descesse prematuramente à sepultura.
Davi reconhecia que aquela vitória não fora somente por amor a
ele, mas por amor e para o benefício de todo o Israel, e por isso conclamou
todos os santos do Senhor a salmodiá-lo com louvores, e a darem graças ao Seu
santo nome.
O Senhor havia se levantado várias vezes para corrigir os pecados
dos israelitas, permitindo que nações inimigas viessem contra eles para
oprimi-los, mas nos dias de Davi, por causa da sua grande fidelidade para com
Ele, a Sua ira era momentânea, e maior era o Seu favor para com Israel naqueles
dias do que as Suas repreensões, de modo que Davi afirmou que o Seu favor
divino dura a vida inteira, e que o choro pode vir à noite, mas a alegria do
Senhor o expulsará pela manhã, ou seja, não seria de grande duração a tristeza
produzida pelas Suas repreensões, porque debaixo do governo justo de Davi,
Israel não demoraria para chegar ao arrependimento.
Davi estava experimentado nas coisas de Deus e na forma correta de
se relacionar com Ele e com as coisas deste mundo.
Por um breve momento ele havia
deixado que o seu coração o enganasse se elevando com toda a
prosperidade que o Senhor lhe havia dado, a ponto de julgar que nunca mais
seria abalado.
No entanto, não foi necessário que o Senhor removesse a sua
prosperidade, à qual ele chama de minha montanha, mas simplesmente voltou o seu
rosto da direção de Davi, manifestando-Lhe o Seu desagrado, e logo ele ficou
conturbado, porque viu que a verdadeira segurança não vem dos muitos bens que
possuímos, mas de termos um coração aprovado por Deus.
Davi conhecia todos os segredos para se chegar ao coração de Deus.
Ele sabia que o Senhor é achado somente quando é buscado de toda a
nossa alma, mente e coração.
Que isto deve ser feito com clamores mesmo quando estamos em
grandes angústias, ainda que em perigos de morte.
Se o fizermos, o Senhor se manifestará em nosso favor, porque
recompensa o tipo de fé que prevalece nas tribulações, e não somente nos livra
da morte, como converte o nosso pranto em alegria espiritual, de modo que o
nosso espírito passa a lhe cantar louvores e a lhe dar graças
continuamente.
“Eu te
exaltarei, ó SENHOR, porque tu me livraste e não permitiste que os meus
inimigos se regozijassem contra mim.
SENHOR,
meu Deus, clamei a ti por socorro, e tu me saraste.
SENHOR,
da cova fizeste subir a minha alma; preservaste-me a vida para que não descesse
à sepultura.
Salmodiai
ao SENHOR, vós que sois seus santos, e dai graças ao seu santo nome.
Porque
não passa de um momento a sua ira; o seu favor dura a vida inteira.
Ao
anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã.
Quanto a
mim, dizia eu na minha prosperidade: jamais serei abalado.
Tu,
SENHOR, por teu favor fizeste permanecer forte a minha montanha; apenas
voltaste o rosto, fiquei logo conturbado.
Por ti,
SENHOR, clamei, ao Senhor implorei.
Que
proveito obterás no meu sangue, quando baixo à cova? Louvar-te-á, porventura, o
pó?
Declarará
ele a tua verdade?
Ouve,
SENHOR, e tem compaixão de mim; sê tu, SENHOR, o meu auxílio.
Converteste
o meu pranto em folguedos; tiraste o meu pano de saco e me cingiste de
alegria, para que o meu espírito te
cante louvores e não se cale.
SENHOR,
Deus meu, graças te darei para sempre.”
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