terça-feira, 4 de dezembro de 2012

SALMO 39 – Salmo de Davi


Davi era um grande rei. Fez proezas com o Senhor e estendeu as fronteiras de Israel para além das nações pagãs ímpias.
Todavia, sua alma era como a de uma criança na presença do Senhor, não no que tange a fazer criancices, mas como quem se colocava debaixo do cuidado de Deus inteiramente, tal como um bebê no colo de sua mãe.
Chega a comover o nosso coração tão grande humildade, e ainda por cima na pessoa de um rei.
Seu coração era muito diferente do de muitos governantes, que cegados pelo poder, esquecem até mesmo que morrerão um dia, e por isso vivem na prepotência e arrogância como se fossem viver para sempre neste mundo, e que não terão que prestar contas a ninguém de seus atos, mesmo ao Criador.
Contudo, como Davi era um rei segundo o coração de Deus, recebeu dEle sabedoria para que seu coração não se exaltasse, e  sabia que a sua vida, apesar de ser rei, seria breve neste mundo como a de qualquer outro mortal, pois é tal como nuvem que passa.
Não era a velhice e nem o ter que partir deste mundo que o amedrontava, mas o fato de não viver com isto em perspectiva, de modo que viesse a perder o temor devido ao Senhor.
Ele sabia que depois desta vida a sua única herança seria a mesma que ele havia tido enquanto em vida, a saber, o próprio Senhor.
Deus era a sua herança neste mundo e era a única herança que ele desejava ter consigo quando daqui partisse.
Então ele pediu ao Senhor que lhe desse reconhecer sempre qual era a sua fragilidade.
Como era o próprio Senhor a sua única esperança, então lhe pediu também que o livrasse de todas as suas iniquidades, para que não se tornasse o opróbrio do insensato.
Como agradava a Davi se rebaixar diante do Senhor, por isso Ele o exaltou sobremaneira, porque a quem se humilha, Ele dá mais graça.
Ele não queria viver pecando, nem naquelas coisas que muitos consideram mínimas.
Ele não queria pecar por falta de prudência quando estivesse na presença do ímpio, quando instigados por eles podemos falar coisas que não convêm a santos, e o dito da nossa boca passa a ser precipitado.
Por isso Davi decidiu colocar uma mordaça em sua boca quando estivesse na presença do ímpio.

“Disse comigo mesmo: guardarei os meus caminhos, para não pecar com a língua; porei mordaça à minha boca, enquanto estiver na minha presença o ímpio.
Emudeci em silêncio, calei acerca do bem, e a minha dor se agravou. 
Esbraseou-se-me no peito o coração; enquanto eu meditava, ateou-se o fogo; então, disse eu com a própria língua: Dá-me a conhecer, SENHOR, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade.
Deste aos meus dias o comprimento de alguns palmos; à tua presença, o prazo da minha vida é nada.
Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é pura vaidade. 
Com efeito, passa o homem como uma sombra; em vão se inquieta; amontoa tesouros e não sabe quem os levará. 
E eu, Senhor, que espero?
Tu és a minha esperança.
Livra-me de todas as minhas iniquidades; não me faças o opróbrio do insensato.
Emudeço, não abro os lábios porque tu fizeste isso.
Tira de sobre mim o teu flagelo; pelo golpe de tua mão, estou consumido. 
Quando castigas o homem com repreensões, por causa da iniquidade, destróis nele, como traça, o que tem de precioso.
Com efeito, todo homem é pura vaidade.
Ouve, SENHOR, a minha oração, escuta-me quando grito por socorro; não te emudeças à vista de minhas lágrimas, porque sou forasteiro à tua presença, peregrino como todos os meus pais o foram. 
Desvia de mim o olhar, para que eu tome alento, antes que eu passe e deixe de existir.” 

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