Neste salmo Deus contende com os magistrados, não somente de
Israel, mas de toda a terra.
Os juízes são chamados no Velho Testamento, pela mesma palavra
usada muitas vezes para designar o próprio Deus, ou seja Elohiym, que significa
pluralidade de majestades ou divindades.
O Senhor lhes deu esta honra de serem assim chamados, porque lhes
deu poder para julgarem entre a causa justa e injusta, e até mesmo para dispor
das vidas dos malfeitores, sentenciando contra eles cerceamento de liberdade, e
até mesmo decidirem sobre a cessação de suas vidas.
Daí serem chamados de deuses, porque receberam poder de libertar
ou soltar, de deixar viver ou de matar.
Contudo, deveriam agir com justiça e debaixo do temor do Senhor, e
regerem conforme as Suas leis santas e justas.
Mas o salmista revela que eles estavam julgando injustamente e
sendo parciais para com a causa dos ímpios.
Todavia deveriam fazer justiça ao fraco e ao órfão, proceder
retamente para com o aflito e o desamparado.
Socorrer o fraco e o necessitado e tirá-los das mãos dos ímpios.
Contudo, tais magistrados corrompidos nada sabiam disso, nem
podiam entender tais coisas, porque vagueavam nas trevas, e por isso vacilavam
os fundamentos da terra, porque não era praticada nela a justiça, e nem era
defendida por aqueles que têm o dever de fazê-lo.
Por isso, apesar de chamá-los de Elohiym (deuses), o Senhor tinha
uma contenda com eles, e sucumbiriam como homens que eram e são.
Em face de uma justiça terrena falha, o salmista clama para que
Deus mesmo exerça juízo na terra.
“Deus
assiste na congregação divina; no meio dos deuses, estabelece o seu julgamento.
Até
quando julgareis injustamente e tomareis partido pela causa dos ímpios?
Fazei
justiça ao fraco e ao órfão, procedei retamente para com o aflito e o
desamparado. Socorrei o fraco e o necessitado; tirai-os das mãos dos
ímpios.
Eles nada
sabem, nem entendem; vagueiam em trevas; vacilam todos os fundamentos da
terra.
Eu disse:
sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo.
Todavia,
como homens, morrereis e, como qualquer dos príncipes, haveis de sucumbir.
Levanta-te,
ó Deus, julga a terra, pois a ti compete a herança de todas as nações.”
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