quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sansão – Parte 1 – Juízes 13




 O 13º capítulo do livro de Juízes relata o começo da história de Sansão, o último dos juízes de Israel, antes de Eli, que é citado no livro de I Samuel.
As passagens relacionadas a Sansão são, do início ao fim, muito surpreendentes e incomuns.
Sua história é realmente extraordinária, e bastante diferente dos seus antecessores.
Nós nunca o achamos à testa de qualquer tribunal, ou de um exército, nunca no trono de julgamento, nem no campo de batalha, contudo, em sua própria pessoa, ele foi um grande patriota, e um açoite terrível para os seus inimigos.
Ele é citado na galeria dos heróis da fé no livro de Hebreus (Hb 11.32), e apesar de tudo, ele merece realmente ser citado ali. Ele foi um tipo maravilhoso dAquele que forja a salvação com o Seu próprio braço.
A história dos demais juízes começa com a chamada deles numa época específica de suas vidas, mas a de Sansão começa com o seu nascimento, antes mesmo da sua concepção no ventre de sua mãe, conforme prenúncio feito por um anjo que veio do céu ter com seus pais, e especialmente com sua mãe, conforme veremos neste nosso estudo, e cujo anúncio seguiu o mesmo padrão da chamada de João Batista e de Jesus Cristo.  
Ele foi designado por Deus, como veremos nestes capítulos 13 a 16 de Juízes, para ser um tipo de Cristo, em Sua obra de libertação do povo de Deus, guardadas entretanto, as grandes e imensas proporções que diferenciam a ambos e seus respectivos ministérios, pois aqui, se fala de homens sujeitos ao pecado e imperfeições, e no caso de Jesus, da perfeição da Majestade dos Céus que se fez carne para obter a nossa salvação.
Sansão era da tribo de Dã, e um dos motivos que levou o Senhor a se prover de um libertador naquela tribo, e não em qualquer outra, deve-se ao fato de ser esta tribo a que ficava mais próxima do território dos filisteus, dos quais Sansão estava encarregado de afligir como paga de Deus pela opressão que eles estavam exercendo sobre os israelitas.
Sua mãe era estéril e não podia portanto gerar filhos, e então o anúncio do nascimento do filho que teria e que deveria ser consagrado a Deus como nazireu desde o ventre, revelava que aquela criança seria uma pessoa especial porque foi conhecida do Senhor, tal como Jeremias, Paulo, João Batista, e outros, antes mesmo de ser gerado.
Em razão deste conhecimento prévio de Deus, pelo Seu atributo de presciência, pôde ser determinado que Sansão deveria ser nazireu por toda a sua vida, diferentemente daqueles que faziam este voto de nazireado, conforme prescrito na lei de Moisés, voluntariamente e por um período determinado de consagração ao Senhor. 
Assim, o anjo que falou à mãe de Sansão  disse que ela própria deveria se submeter a Lei do nazireado enquanto carregasse o menino no ventre, não bebendo nenhum vinho ou bebida forte, ou se alimentando de qualquer coisa que fosse considerada imunda pela Lei (v. 4,5). Isto indicava que este libertador de Israel deveria ser dedicado da maneira mais rígida a Deus, e ser um exemplo de santidade.
Outros juízes tinham corrigido as apostasias dos israelitas, mas Sansão teria que ser mais do que qualquer um deles, inteiramente consagrado ao Senhor; e quando nós vemos as muitas faltas de Sansão, nós não podemos pensar que Deus tivesse falhado em Sua escolha, ao contrário, isto mostra que mesmo aqueles que são especialmente separados continuam tendo a liberdade de vontade e o poder de escolha de fazerem ou não a vontade do Senhor, de modo que entendemos que a graça de Deus é dada de modo poderoso mas deve ser recebida de forma diligente e voluntária.
Em caso contrário, caso deixemos esfriar o dom que recebemos de Deus, tal como ocorrera com Timóteo, que necessitou ser admoestado pelo apóstolo Paulo a reavivar o dom do Espírito que havia recebido, nós também, tal como Timóteo não poderemos produzir tudo quanto poderíamos e deveríamos para Deus, em razão da nossa falta de empenho em permanecer na Sua santa presença, fazendo inteiramente a Sua vontade.
Aqueles que estão comissionados por Deus para libertarem almas dos laços do diabo, devem estar eles próprios livres de qualquer laço e intimidade com as coisas da carne, do mundo e do diabo. Aquele que libertará deve ser também livre.
Sansão estava comissionado para libertar Israel, conforme o anjo predisse a seus pais, antes mesmo do seu nascimento.
Jesus, nosso grande libertador, não era um nazireu, mas ele foi tipificado pelos nazireus, por ser perfeitamente puro de todo pecado e completamente dedicado à honra do Seu Pai, tendo vivido para fazer exclusivamente a Sua vontade, e tudo o que fez foi também para a exclusiva glória de Deus.  
Aqueles que são separados por Deus para o ministério devem portanto, de igual modo seguir os passos de Jesus neste particular, seguindo em tudo o exemplo que Ele nos deixou. Não poderão estar envolvidos com os negócios desta vida, conforme no dizer do grande apóstolo Paulo, porque de fato não poderiam agradar, em caso contrário, Àquele que os arregimentou para empreender o grande e bom combate da fé contra os poderes das trevas, com vistas à libertação e edificação dos pecadores.
Tendo o anjo falado à mãe de Sansão, esta foi informar alegremente, ao seu marido, as boas novas que o anjo lhe falara (v. 6,7). Ela descreveu o semblante do mensageiro de Deus que lhe falara como sendo terrível, e certamente o disse em razão do grande brilho que resplandecia em sua face celestial, tal como se descreve a face de Jesus no início do livro de Apocalipse, parecendo o sol brilhando em toda a sua força.
Nos versos 8 a 14 é citada uma segunda visita que o anjo fez a Manoá, pai de Sansão, e à sua esposa.
Quando a esposa de Manoá lhe disse as coisas que foram proferidas a ela pelo anjo, Manoá creu, ainda que tais coisas não tivessem sido proferidas e testemunhadas a ele. E nisto é bem-aventurado porque ainda que não tivesse visto, ele creu. E nós vemos a razão porque Deus escolheu esta família humilde e honesta para se prover de um libertador. A razão era a fé deles, naqueles dias em que a incredulidade grassava em todo Israel, e que certamente foi o principal motivo de terem sido os israelitas entregues por Deus nas mãos dos filisteus por quarenta anos (v. 1), isto é, eles foram deixados à mercê da opressão dos seus inimigos por terem virado as suas costas para Deus, fazendo o que era mau diante dos Seus olhos, em vez de caminharem no caminho que lhes foi ordenado na Lei de Moisés, amando o Senhor através da guarda dos Seus mandamentos.    
E o motivo da segunda aparição do anjo àquele casal deveu-se à oração que Manoá fez  pedindo ao Senhor que lhes enviasse de volta o anjo para que lhes ensinasse tudo quanto deveriam fazer em relação ao menino que iria nascer (v.8). E Deus ouviu a oração de Manoá, tendo o anjo aparecido a sua mulher quando ela estava no campo. Como Manoá não se encontrava presente esta se apressou a se encontrar com ele para vir ter com anjo juntamente com ela.
Manoá e sua esposa deram um exemplo do significado de uma verdadeira fé, pois se dispuseram a se submeterem inteiramente às instruções e ordens que lhes fossem faladas da parte de Deus por meio do anjo. De igual modo a verdadeira fé de um cristão se revela na sua disposição de guardar tudo quanto Jesus nos ordenou da parte do Pai.
E a fé verdadeira também se contentará com a porção de bênçãos e revelações que lhe forem designadas por Deus, não insistindo em arrancar do Senhor aquilo que Ele tiver vedado a nós, tal como sucedeu com Manoá, que pretendendo agradar ao anjo preparando-lhe um cabrito, teve a sua oferta recusada e foi alertado que caso apresentasse sacrifícios pacíficos para celebrar alegremente aquela boa notícia que recebera da parte de Deus, que os oferecesse ao Senhor, e ele obedeceu o que lhe foi ordenado. De igual modo, quando perguntou o nome do anjo, porque, como afirmara, desejava honrá-lo quando se cumprisse o que ele havia predito, certamente dando o nome do anjo ao menino que nasceria, isto também não lhe foi concedido, e o anjo disse apenas que o seu nome era maravilhoso.
O que Manoá pediu em relação às instruções relativas ao seu dever foi atendido prontamente (v. 12, 13), mas o que ele pediu para satisfazer a sua curiosidade, foi negado. Deus tem nos dado muitas instruções em Sua Palavra quanto ao nosso dever para com Ele e com o nosso próximo, mas Ele nunca pretendeu responder a todas as especulações que passam por nossas cabeças. 
A Josué foi permitido adorar a Jesus que lhe apareceu numa teofania como um Anjo. Mas a Manoá não foi permitido, presumindo-se que estenderia aquela adoração aos anjos, pois não saberia distinguir a pessoa divina que estava falando com ele. E assim, naquela dispensação da Lei havia este véu guardando o mistério da pessoa de Cristo que seria revelado na plenitude dos tempos.
Ao próprio Moisés foi falado do Profeta que seria levantado em Israel e que deveria ser ouvido por todos, a bem de suas próprias vidas (Dt 18), mas também não lhe foi revelado o nome que Ele teria entre os homens, Jesus, que significa O Salvador.
O anjo fez maravilhas (v. 19), porque o nome dele era maravilhoso. Provavelmente a maravilha que ele fez foi a mesma que ele tinha feito para Gideão, fazendo vir fogo do céu para queimar o sacrifício, pois o cabrito e a oferta de cereais que Manoá havia colocado sobre a pedra como oferta pacífica foram consumidas por uma chama na qual o anjo subiu de volta aos céus. Aquele fogo vindo do céu simbolizava a aceitação da parte de Deus do sacrifício que lhe fora oferecido.
Aqui cabe abrir um parêntesis, para entendermos porque aquele sacrifício foi aceito, quando a Lei prescrevia que todos os sacrifícios deveriam ser apresentados no tabernáculo na presença dos sacerdotes. Nós não podemos esquecer que a causa da opressão dos filisteus veio da parte do Senhor para castigar a apostasia do seu próprio povo. Esta apostasia deve ter atingido certamente o ofício sacerdotal que devia estar corrompido em Israel e as prescrições da Lei não deviam estar sendo observadas quanto à apresentação de sacrifícios. Assim, sem a devida consagração e santidade, os ofícios do tabernáculo eram o cumprimento de uma mera formalidade vazia e inaceitável a Deus. Daí ter sido permitido a Manoá apresentar sacrifícios a Deus em sua própria casa.
Quando a igreja se corrompe, o Espírito Santo move os cristãos sinceros a atuarem com poder fora da própria igreja institucionalizada. Tal como ocorreu com George Whitefield, que sendo proibido de ministrar na igreja nacional da Inglaterra, foi evangelizar as grandes massas que estavam fora da igreja, tendo iniciado seu trabalho junto aos mineiros, e obteve um grande número de convertidos ao longo de toda a sua carreira ministerial.
Deus não está amarrado às estruturas que são montadas pelos homens quando estas estruturas não seguem as Suas diretrizes e não admitem a Sua santa presença. Ele não honra os nossos edifícios, as nossas instituições, os nossos congressos, e tudo o mais que possamos fazer alegando que é em Seu nome, quando não andamos de fato na Sua presença. Se não O honrarmos de fato, do modo pelo qual deve ser honrado, Ele também não nos honrará.     
Então, houve uma inteira aceitação de Deus da oferta de Manoá, porque foi uma oferta de fé, sincera, de um coração obediente a Deus e desejoso de fazer a Sua vontade.
Entretanto, aquilo que deveria servir para fortalecer a fé de Manoá no cumprimento das promessas de Deus, que foi a maravilha realizada pelo anjo tanto com a queima do sacrifício, quanto a forma como retornou ao céu, produziu um efeito contrário nele, pois temeu muito, pois julgando ter visto a Deus pensou que ele e sua esposa morreriam. A falta de conhecimento das coisas celestiais, espirituais e divinas pode servir de motivo para enfraquecimento da fé. Daí a importância de prosseguirmos no conhecimento das coisas relativas ao caráter e operações de Deus para termos uma fé cada vez maior e mais forte.         
Se Manoá demonstrou possuir uma pequena fé, a sua esposa, ao contrário, demonstrou ter uma grande fé (v. 23), e daí talvez a razão porque o anjo escolheu aparecer primeiro a ela do que ao seu marido. E mesmo quando Manoá orou para que o anjo retornasse, ele não veio ter com ele, mas com sua esposa, e caso ela não o chamasse, teria que se contentar de novo com o relato que esta lhe faria das coisas que lhe foram reveladas por Deus através do anjo.
Uma grande fé será grandemente honrada por Deus.
O argumento da esposa de Manoá a ele foi que tendo Deus feito as promessas que havia feito, e tendo se agradado do sacrifício oferecido por eles, como poderia matá-los? Pois isto invalidaria a Sua promessa, e Ele não poderia de modo algum ser tido na conta de um mentiroso, pois aquilo que prometeu certamente o fará. Aqui está a fé daquela mulher. Ela sabia que Deus não pode mentir e nem deixar de cumprir as Suas promessas. Isto é muito agradável ao Senhor: ver que alguém se apóia inteiramente na Sua Palavra e dá-lhe o devido crédito, que inegavelmente, sempre deve lhe ser dado, diferentemente do que Adão e Eva haviam feito no Éden, deixando de dar crédito a Deus para confiarem no engano e na mentira do diabo.
Por outro lado, a mulher de Manoá também sabia que é o sacrifício que aplaca a ira de Deus em relação aos pecadores. Ele deu um grande testemunho de fé no fato de que é por causa do sacrifício de Jesus que os pecadores são salvos da ira futura, que será despejada por Deus sobre todos os incrédulos que se recusaram a aceitar a graça que lhes foi oferecida gratuitamente em Cristo Jesus. Isto é algo muito agradável a Deus, a saber, termos a convicção de que somos aceitáveis a Ele somente por causa da graça de Jesus e não por causa das nossas próprias obras. Deus jamais poderia se agradar das nossas obras de justiça, ainda que feitas mediante a fé, caso Cristo não tivesse morrido na cruz, pagando o preço devido por todos os nossos pecados. Então, é por causa da aceitação do Seu sacrifício que nós podemos ser também aceitos por Deus. Foi por meio do Seu sacrifício que fomos reconciliados com Deus, desfazendo-se a inimizade que havia entre nós e Ele. Inimizade por sermos carnais, porque a carne é inimizade contra Deus. E Ele estava em guerra contra nós, pronto a despejar a Sua ira, que se manifestará no Dia do Juízo, mas graças ao sacrifício de Jesus, esta terrível ira foi desviada de nós, e recaiu sobre Ele na cruz do Calvário, de modo que agora, reconciliados com Deus, mediante o arrependimento e a fé, possamos ter paz duradoura e eterna com Ele. Paz esta que estava simbolizada no sacrifício pacífico que foi oferecido por Manoá ao Senhor, e que era figura do sacrifício de Jesus, que também tem este caráter de paz eterna com Deus que o seu sacrifício propicia a nós, desfazendo a inimizade que herdamos em razão do pecado original de Adão.     
E finalmente, nos versos 24 e 25 é citado o nascimento de Sansão. O nome dele, Sansão, no hebraico é shimshon, O][¥N¦[, que significa sol brilhante,  e este nome lhe foi dado porque, tal como Moisés, ele seria um libertador de Israel da opressão daqueles que os mantinham sob dominação, no caso os filisteus, e ele estava destinado a brilhar como um pequeno sol, e os seus pais deram-lhe tal nome, talvez, em memória do semblante brilhante do anjo que lhes aparecera anunciando o nascimento e a missão do filho que eles gerariam pelo poder de Deus, já que a mãe de Sansão era estéril.
E devemos lembrar que Manoá havia manifestado o seu desejo de honrar o anjo que lhe aparecera quando o menino nascesse, e possivelmente isto seria feito dando-lhe o mesmo nome do anjo, mas como isto foi vedado, porque o anjo se recusou a lhe dizer qual era o seu nome, Manoá então deu ao menino um nome que correspondia à aparência do anjo, cujo brilho devia ser parecido ao brilho do sol.     
E é dito que Deus abençoou o menino e o Espírito Santo começou a incitá-lo, isto é, a se mover nele. E este mover do Espírito Santo era a evidência de que Deus lhe havia abençoado. De igual modo em nossas vidas, caso o Espírito Santo não se mova em nós, que tipo de viver abençoado podemos alegar estar recebendo da parte de Deus? A bênção que o Senhor reservou para nós e que agrada tanto a Ele quanto a nós não é simplesmente que tenhamos o Espírito Santo habitando em nós, mas também se movendo e se alegrando em nós, em íntima comunhão conosco. Pois que bênção podemos alegar ter caso entristeçamos e apaguemos o Espírito? Que bênção temos se não andamos nEle conforme nos é ordenado, para que tenhamos o Seu fruto, conforme descrito no quinto capítulo de Gálatas? 


“1 Os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do Senhor, e ele os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos.
2 Havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua mulher, sendo estéril, não lhe dera filhos.
3 Mas o anjo do Senhor apareceu à mulher e lhe disse: Eis que és estéril, e nunca deste à luz; porém conceberás, e terás um filho.
4 Agora pois, toma cuidado, e não bebas vinho nem bebida forte, e não comas coisa alguma impura;
5 porque tu conceberás e terás um filho, sobre cuja cabeça não passará navalha, porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre de sua mãe; e ele começara a livrar a Israel da mão dos filisteus.
6 Então a mulher entrou, e falou a seu marido, dizendo: Veio a mim um homem de Deus, cujo semblante era como o de um anjo de Deus, em extremo terrível; e não lhe perguntei de onde era, nem ele me disse o seu nome;
7 porém disse-me: Eis que tu conceberás e terás um filho. Agora pois, não bebas vinho nem bebida forte, e não comas coisa impura; porque o menino será nazireu de Deus, desde o ventre de sua mãe até o dia da sua morte.
8 Então Manoá suplicou ao Senhor, dizendo: Ah! Senhor meu, rogo-te que o homem de Deus, que enviaste, venha ter conosco outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer.
9 Deus ouviu a voz de Manoá; e o anjo de Deus veio outra vez ter com a mulher, estando ela sentada no campo, porém não estava com ela seu marido, Manoá.
10 Apressou-se, pois, a mulher e correu para dar a notícia a seu marido, e disse-lhe: Eis que me apareceu aquele homem que veio ter comigo o outro dia.
11 Então Manoá se levantou, seguiu a sua mulher e, chegando à presença do homem, perguntou-lhe: És tu o homem que falou a esta mulher? Ele respondeu: Sou eu.
12 Então disse Manoá: Quando se cumprirem as tuas palavras, como se há de criar o menino e que fará ele?
13 Respondeu o anjo do Senhor a Manoá: De tudo quanto eu disse à mulher se guardará ela;
14 de nenhum produto da vinha comerá; não beberá vinho nem bebida forte, nem comerá coisa impura; tudo quanto lhe ordenei cumprirá.
15 Então Manoá disse ao anjo do Senhor: Deixa que te detenhamos, para que te preparemos um cabrito.
16 Disse, porém, o anjo do Senhor a Manoá: Ainda que me detenhas, não comerei de teu pão; e se fizeres holocausto, é ao Senhor que o oferecerás. (Pois Manoá não sabia que era o anjo do Senhor).
17 Ainda perguntou Manoá ao anjo do Senhor: Qual é o teu nome? - para que, quando se cumprir a tua palavra, te honremos.
18 Ao que o anjo do Senhor lhe respondeu: Por que perguntas pelo meu nome, visto que é maravilhoso?
19 Então Manoá tomou um cabrito com a oferta de cereais, e o ofereceu sobre a pedra ao Senhor; e fez o anjo maravilhas, enquanto Manoá e sua mulher o observavam.
20 Ao subir a chama do altar para o céu, subiu com ela o anjo do Senhor; o que vendo Manoá e sua mulher, caíram com o rosto em terra.
21 E não mais apareceu o anjo do Senhor a Manoá, nem à sua mulher; então compreendeu Manoá que era o anjo do Senhor.
22 Disse Manoá a sua mulher: Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus.
23 Sua mulher, porém, lhe respondeu: Se o Senhor nos quisera matar, não teria recebido da nossa mão o holocausto e a oferta de cereais, nem nos teria mostrado todas estas coisas, nem agora nos teria dito semelhantes coisas.
24 Depois teve esta mulher um filho, a quem pôs o nome de Sansão; e o menino cresceu, e o Senhor o abençoou.
25 E o Espírito do Senhor começou a incitá-lo em Maané-Dã, entre Zorá e Estaol. (Jz 13.1-25).

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