quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Trazendo a Lei em Lembrança – Deuteronômio 27



São designados meios externos no 27º capítulo de Deuteronômio, que auxiliariam os israelitas a recordarem os mandamentos da Lei, de modo que nunca se esquecessem deles ou que viessem a considerá-los algo estranho.
Assim, os mandamentos deveriam ser escritos em pedras grandes que deveriam ser erigidas no monte Ebal, local de onde seriam proferidas as maldições da Lei (v. 1. 1 10).
Foi ordenado que se fizesse um altar de pedras não lavradas, de modo a se evitar qualquer tentativa de representação de figuras nas pedras que o compusessem, para que não viessem a ser objeto de adoração.
O altar que deveria ser levantado no monte Ebal serviria para lembrar especialmente as futuras gerações de Israel que aqueles mandamentos foram dados por Deus e que o modo correto de cumpri-los exige um espírito de devoção verdadeira baseada na oração.
A Palavra e a oração devem caminhar juntas.
Deus não é meramente um Legislador.
Ele é o Criador, o autor da vida, a fonte de todo o bem, e o homem lhe deve adoração num testemunho de vida santa, que se expresse em seu comportamento e ações.
Era isto que os mandamentos registrados naquelas pedras e o altar ensinariam silenciosamente ao povo de Deus.      
Do verso 11 ao 26 são descritas as maldições que deveriam ser proferidas a partir do monte Ebal, que ficava defronte ao monte Gerizim, monte este do qual seriam proferidas as bênçãos que não são descritas quanto à formula que deveria ser proferida, tal como as maldições.
O propósito da Lei é o de produzir santidade, e por isso o seu caráter aponta basicamente para o dever de se mortificar a carne, pelo horror ao pecado e abandono da sua prática.
A bênção vem como consequência disto.
O Espírito Santo avança onde a carne recua.
As obras da carne dão lugar ao fruto do Espírito.
O despojamento da carne abre espaço para o revestimento de Cristo.    
Agora, graças a Jesus Cristo, fomos resgatados, na Nova Aliança, da maldição da Lei, de modo que não se pode dizer do cristão, que seja maldito de Deus pelo fato de ter transgredido algum dos mandamentos da Lei, tal como eram considerados os israelitas debaixo da Antiga Aliança, isto é, debaixo da Lei.
Ainda que o cristão fique sujeito à correção de Deus pela transgressão dos Seus mandamentos, ele não está mais debaixo de maldição.
Não se pode dizer, entretanto que o seu viver desordenado seja um viver abençoado, ou que ainda que vivendo deliberadamente no pecado, esteja debaixo da bênção, no sentido de que esteja agradando a Deus, apesar de estar em pecado.
O fato é que ele não deixa de ser aceito como filho por Deus apesar do pecado, e não será rejeitado por causa da obra de redenção que Jesus fez em seu favor, e das bases da Nova Aliança que foi feita no Seu sangue.  
Entretanto é um  dever dos ministros da Nova Aliança pregarem os terrores da Lei tanto quanto os confortos do evangelho, de modo a trazer à lembrança, mesmo de cristãos, o quanto Deus detesta o pecado, e tem a Sua ira provocada por todos aqueles que transgridem os Seus mandamentos, porque é inteiramente justo e santo.
Muitos veem a Deus apenas como amor e bondade e se esquecem deste outro aspecto do Seu caráter, que não é contrário e nen exclui, entretanto, o seu amor e bondade, antes o confirmam.
É preciso, pois ter uma visão adequada do caráter de Deus, e isto podemos ver somente nas Escrituras, porque a Bíblia é a verdade, e somente ela apresenta o equilíbrio que há entre os atributos de Deus e o exercício deles.
Por exemplo, apenas à guisa de ilustração, a Bíblia mostra que apesar de se irar contra o pecado, Deus é perdoador e compassivo, e não raro perdoa e apaga a Sua ira, conforme se vê em vários exemplos bíblicos, quando há arrependimento e confissão do pecado.
Portanto, não cabe apenas afirmar quais são os atributos de Deus, pois importa também aprender como Ele se manifesta como pessoa em relação às suas criaturas, pela interação de todos os Seus atributos.



“1 Moisés, com os anciãos de Israel, deu ordem ao povo, dizendo: Guardai todos estes mandamentos que eu hoje vos ordeno.
2 E no dia em que passares o Jordão para a terra que o Senhor teu Deus te dá, levantarás umas pedras grandes e as caiarás.
3 E escreverás nelas todas as palavras desta lei, quando tiveres passado para entrar na terra que o Senhor teu Deus te dá, terra que mana leite e mel, como o Senhor, o Deus de teus pais, te prometeu.
4 Quando, pois, houverdes passado o Jordão, levantareis no monte Ebal estas pedras, como eu hoje vos ordeno, e as caiareis.
5 Também ali edificarás um altar ao Senhor teu Deus, um altar de pedras; não alçarás ferramenta sobre elas.
6 De pedras brutas edificarás o altar do Senhor teu Deus, e sobre ele oferecerás holocaustos ao Senhor teu Deus.
7 Também sacrificarás ofertas pacíficas, e ali comerás, e te alegrarás perante o Senhor teu Deus.
8 Naquelas pedras escreverás todas as palavras desta lei, gravando-as bem nitidamente.
9 Falou mais Moisés, e os levitas sacerdotes, a todo o Israel, dizendo: Guarda silêncio, e ouve, ó Israel! hoje vieste a ser o povo do Senhor teu Deus.
10 Portanto obedecerás à voz do Senhor teu Deus, e cumprirás os seus mandamentos e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno.
11 Nesse mesmo dia Moisés deu ordem ao povo, dizendo:
12 Quando houverdes passado o Jordão, estes estarão sobre o monte Gerizim, para abençoarem o povo: Simeão, Levi, Judá, Issacar, José e Benjamim;
13 e estes estarão sobre o monte Ebal para pronunciarem a maldição: Rúben, Gade, Aser, Zebulom, Dã e Naftali.
14 E os levitas dirão em alta voz a todos os homens de Israel:
15 Maldito o homem que fizer imagem esculpida, ou fundida, abominação ao Senhor, obra da mão do artífice, e a puser em um lugar escondido. E todo o povo, respondendo, dirá: Amém.
16 Maldito aquele que desprezar a seu pai ou a sua mãe. E todo o povo dirá: Amém.
17 Maldito aquele que remover os marcos do seu próximo. E todo o povo dirá: Amém.
18 Maldito aquele que fizer que o cego erre do caminho. E todo o povo dirá: Amém.
19 Maldito aquele que perverter o direito do estrangeiro, do órfão e da viúva. E todo o povo dirá: Amém,
20 Maldito aquele que se deitar com a mulher de seu pai, porquanto levantou a cobertura de seu pai. E todo o povo dirá: Amém.
21 Maldito aquele que se deitar com algum animal. E todo o povo dirá: Amem.
22 Maldito aquele que se deitar com sua irmã, filha de seu pai, ou filha de sua mãe. E todo o povo dirá: Amém.
23 Maldito aquele que se deitar com sua sogra. E todo o povo dirá: Amém.
24 Maldito aquele que ferir ao seu próximo em oculto. E todo o povo dirá: Amém.
25 Maldito aquele que receber peita para matar uma pessoa inocente. E todo o povo dirá: Amém.
26 Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, para as cumprir. E todo o povo dirá: Amém. “ (Dt 27.1-26).

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