quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Yom Kippur O Dia da Expiação Nacional – Levítico 16



No capítulo 16º de Levítico, nós temos a instituição da solenidade anual do dia da compensação, ou expiação, que em figura tinha muito a ilustrar sobre as realidades, que se cumpriram em Cristo na Nova Aliança, pois com uma só oferta, em um só dia, tem aperfeiçoado para sempre aqueles que nEle creem.
O dia da compensação ou expiação só acontecia uma vez por ano, para nos ensinar que somente uma vez Jesus Cristo seria dado como sacrifício, no dia determinado pelo Pai.
Nos dois cordeiros que eram oferecidos no tabernáculo, um pela manhã e outro à tarde, havia a finalidade de lembrar os israelitas, que eles sempre precisariam de um sacrifício, mas o dia da expiação, que é o tipo de uma grande propiciação, ocorria somente uma vez por ano.
Isto tinha o seu dia previamente designado e marcado na Lei; não foi deixado à escolha de Moisés, ou segundo a conveniência de Arão, ou de qualquer outra circunstância que poderia afetar a data.
Foi designado para ser num dia fixado, como se lê no verso 29:
"No sétimo mês, no décimo dia do  mês; "
 Este grande dia havia sido designado e predestinado por Deus antes da fundação do mundo, quando também foi determinado o dia em que Cristo deveria morrer, e ser conduzido como um Cordeiro à morte para fazer expiação eterna pelos pecadores.
Na Antiga Aliança era somente uma vez por ano, porque o sacrifício deveria ser uma única vez; e no momento designado do ano em que Jesus deveria morrer.
Por isso todos os serviços do dia da expiação nacional eram realizados pelo sumo sacerdote de Israel, de modo a servir de figura do trabalho que seria realizado unicamente por Cristo, em favor de todos aqueles que compõem o verdadeiro Israel de Deus e que têm os seus pecados expiados por causa do Seu sacrifício e sumo sacerdócio.
Todos os trabalhos relativos ao dia da expiação deveriam ser realizados pelo sumo sacerdote e somente por ele, por mais exaustivos que fossem, de modo que servisse de figura que a expiação que Cristo fez por nós foi realizada unicamente por Ele, sem auxílio de anjos, ou quaisquer um dos seus ministros.
A obra que Ele consumou por nós na cruz foi feita por Ele sozinho, sem ajuda de mãos, de modo que coloquemos unicamente nEle toda a nossa confiança para a nossa salvação.
Novamente, a compensação foi feita por um sumo sacerdote solitário. Nós lemos no versículo 17:
“Nenhum homem estará na tenda da congregação, quando ele entrar para fazer propiciação no santuário, até que ele saia depois de feita a expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel.”
 Enquanto Arão estivesse fazendo os serviços de expiação no tabernáculo, ele faria tudo sozinho.
Nenhum outro homem deveria estar presente, de forma que as pessoas poderiam ter certeza absoluta que tudo havia sido feito somente pelo sumo sacerdote.
Nenhum dos apóstolos ou qualquer outro discípulo foi crucificado juntamente com Cristo, de modo que ficasse bastante claro que ninguém mais teve participação naquela obra de expiação, que Ele sozinho realizou em favor dos pecadores.
É bastante instrutivo o fato de que todo o trabalho relativo à expiação do pecado deveria ser feito pelo sumo sacerdote com o traje de linho que não continha nenhum dos aparatos da sua chamada vestimenta de glória, que ele deveria trajar depois de ter realizado os trabalhos relativos à expiação do pecado de toda a nação.
Isto fala de perto dos estados de humilhação e de exaltação de Jesus, porque como Sumo Sacerdote da nossa fé Ele consumou a Sua obra na terra no estado de humilhação, representado por aquela veste simples, que o sumo sacerdote usava, e particularmente no dia da Sua crucificação, tal humilhação chegou ao seu clímax, mas, desde que Ele ressuscitou e foi recebido em glória no céu, Ele tem  trajado os Seus trajes reais, relativos ao seu presente estado de exaltação.     
O modo como Deus trata com o Seu povo, que se encontra num mundo ainda sujeito ao pecado, está revelado de forma bastante significativa, nesta passagem das Escrituras.
Ele deu esta lei a Moisés para ser passada para Arão, no mesmo ano em que seus filhos Nadabe e Abiú foram mortos, por terem queimado incenso de modo não prescrito pela Lei.
Com isto, o Senhor estaria fazendo uma cobertura para expiação do pecado, não somente dos sacerdotes, como de todo o povo, que teria uma validade anual, e que seria renovada a cada ano.
Com isso, especialmente Arão e seus filhos, Eleazar e Itamar, e os sacerdotes que descenderiam de ambos no futuro, estariam protegidos de serem mortos pelo Senhor, em razão de alguma transgressão involuntária, quanto ao modo prescrito para realizarem as diversas funções sacerdotais, que como estamos vendo até aqui, eram bastante complexas e variadas.
Ao mesmo, tempo, por este dispositivo legal, o povo seria também protegido de visitações constantes dos juízos de Deus, em razão de pecados eventuais contra os Seus mandamentos.
Na dispensação da graça, em razão da Nova Aliança, firmada no sacrifício de Cristo, que não necessita sequer ser renovada anualmente, os cristãos estão protegidos contra muitos juízos, que poderiam sofrer da parte de Deus, em razão de pecados eventuais praticados por eles.
Fica, portanto na esfera da soberania de Deus, determinar para propósitos úteis e objetivos, quais cristãos e por quais pecados e quando, deve exercer juízos sobre as mais diversas formas: cessação temporária das consolações do Espírito, enfermidades, morte física etc.
No entanto, muito maiores serão os casos de demonstração da Sua misericórdia, perdão e longanimidade, em razão da expiação do pecado efetuada em favor dos cristãos por Jesus, do que os casos de manifestação de Seus juízos.
Desta forma observa-se na experiência prática de toda a história da igreja, que maior tem sido a demonstração da misericórdia de Deus, para com os nossos pecados, do que a manifestação dos Seus juízos.
Mesmo na Antiga Aliança, por este dispositivo da própria Lei, Ele estabeleceu um meio de usar de misericórdia para com todas as pessoas da nação de Israel. 
Mas a cobertura desta misericórdia não significava que Deus estaria deixando de ser zeloso da Sua santidade e justiça, tanto que mandou Moisés advertir Arão para que não entrasse no Santo dos Santos, senão apenas uma vez por ano, no dia designado (décimo dia do sétimo mês) (v. 2, 29), para que não fosse morto.
Porque, ao usar de misericórdia, nunca abdica da santidade que lhe é devida.
Com esta ordenança Ele demonstrou uma clara intenção de preservar a reverência que era devida ao Santo dos Santos, onde se encontrava a arca da aliança, de modo que o lugar onde tenha manifestado a Sua presença nunca seja tomado como um lugar comum.
Os cristãos devem zelar pela santidade do seu corpo que é o templo do Espírito Santo, porque todo lugar em que Deus tenha manifestado a Sua presença de modo especial, não dever ser tido como comum.
Daí a advertência do apóstolo em I Cor 3.16,17:
“Não sabeis que sois santuário de Deus; e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque sagrado é o santuário de Deus, que sois vós.”
Para fazer expiação por si e por sua casa (v. 11) Arão deveria ofertar um novilho, para oferta pelo pecado, e um carneiro para holocausto (v. 3).
O povo, para sua expiação, deveria entregar a Arão dois bodes como oferta pelo pecado, e um carneiro como holocausto (v. 5).
A expiação por toda a congregação de Israel com estes dois bodes seria feita da seguinte maneira: Arão lançaria sortes sobre ambos, para ver qual seria escolhido para ser oferecido como sacrifício pelo pecado, e o outro faria expiação pelo povo, sendo enviado ao deserto como bode emissário (azazel no hebraico).
Quanto ao bode que seria oferecido como oferta pelo pecado de toda a nação, o seu sangue deveria ser espargido no propiciatório, e também diante dele, para o propósito afirmado no versos 16:
“Assim fará expiação pelo santuário por causa das impurezas dos filhos de Israel e das suas transgressões e de todos os seus pecados. Da mesma sorte fará pela tenda da congregação, que está com eles no meio das suas impurezas.”
 Observe que a expiação seria feita por causa das impurezas e das transgressões que contaminavam o tabernáculo.
Assim, um dos primeiros efeitos da morte deste bode era a santificação das coisas santas, que tinham sido profanadas.
O lugar santo havia sido profanado pelos israelitas. O lugar onde Deus habita deve ser santo, mas onde o homem está deve haver algum grau de impureza.
Este sangue do bode fazia com que o lugar profanado fosse santificado.
É um consolo para os ministros de Cristo saberem que quando se dirigem a seus templos para cultuarem a Deus, que a igreja é a casa de Deus, e assim, é um lugar santo, mas quando pensam em quantos pecadores têm pisado no seu chão, quantos profanos tinham estado naquele lugar, que eles possam pensar:
“O lugar foi sujado, mas não há nenhum temor porque o sangue de Jesus o purificou novamente.”
Nossas orações, louvores, serviços são aspergidos com o sangue de Jesus, e deste modo, tudo o que possa haver de impureza neles é purificado pelo sangue do Cordeiro e assim são aceitos por Deus.
Embora o pecado possa estar misturado às nossas coisas santas, e pensemos que elas estão imundas, contudo elas não estão, porque o sangue lavou toda a mancha e imundície, e o culto é aos olhos de Deus como o serviço de um querubim, porque nós lavamos a nossa adoração, as nossas orações, louvores, vestes e coração no sangue do Cordeiro.    
Quanto ao bode que permaneceria vivo, Arão deveria colocar suas mãos sobre a sua cabeça e confessar sobre ele todas as iniquidades dos filhos de Israel, todas as suas transgressões e todos os seus pecados, transferindo-os para a cabeça do bode que deveria ser enviado para o deserto, que levaria assim sobre si todas as iniquidades deles para uma terra solitária, e lá seria solto de modo que nunca mais fosse visto (v. 21,22).
Isto revela de modo muito claro, ainda que em figura, Cristo como nosso substituto, tomando sobre si os nossos pecados, e carregando-os consigo para um lugar de esquecimento, de modo que não sejamos mais condenados por Deus, por causa das nossas transgressões e iniquidades, conforme se lê na promessa da Nova Aliança, feita através do profeta Jeremias:
“E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniquidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados.” (Jer 31.34)
O primeiro bode era um tipo da compensação; o segundo é o tipo do efeito da compensação.
O segundo bode foi embora, depois que o primeiro foi morto, levando os pecados das pessoas em sua cabeça, levando os seus pecados para a desolação do deserto.
 O bode emissário carregava simbolicamente as iniquidades da nação de Israel sobre o seu corpo, e desaparecia com elas no deserto, de modo que nenhum daqueles pecados poderia ser achado.
Do mesmo modo Cristo carregou sobre si as nossas iniquidades e enfermidades.
Assim lemos em Is 53.4-6:
“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.”
 Aqui está descrito o trabalho de substituição que Jesus fez em nosso favor.
Ele se fez pecado para que nós fôssemos feitos justiça de Deus.
Ele foi ferido para que nós fôssemos sarados.
Ele carregou sobre si os nossos pecados e as consequências do pecado, como enfermidades, dores e sofrimentos, para que fôssemos libertados tanto do pecado, quanto destas e outras consequências.
Agora, o modo de aplicação destes benefícios não é absoluto e final, enquanto estivermos neste mundo, porque, ainda estamos sujeitos à ação do pecado na nossa natureza terrena, e às suas consequências, para propósitos específicos determinados por Deus, especialmente para exercício da nossa fé, e para o dever de nos aplicarmos diligentemente a buscar o Senhor, para mortificação dos resquícios do pecado que permanecem na carne.
Por isso, Jesus disse aos apóstolos, apesar de já serem convertidos, que vigiassem e orassem para não caírem em tentação, porque apesar de o espírito estar pronto, a carne é fraca.
Quando lhes lavou os pés mostrou que isto deveria ser feito constantemente, apesar de já terem sido lavados pela palavra que lhes havia falado.
Os cristãos já estão regenerados e santificados pela habitação do Espírito Santo, e pela Palavra de Deus, mas devem progredir em santificação, mortificando o pecado e se revestindo das virtudes de Cristo.
Para este propósito, Deus pode usar de meios diversos em Sua soberania, inclusive das enfermidades que Cristo levou sobre si no madeiro, como forma de correção e disciplina daqueles que pretende aperfeiçoar em seu crescimento espiritual.
Não há qualquer paradoxo ou contradição nisto, porque apesar de terem os cristãos sido libertados da escravidão ao pecado, não há na Nova Aliança, qualquer promessa que seriam perfeitamente livres de pecados, e de uma das consequências do pecado, que são as enfermidades físicas, enquanto viverem neste mundo.
O que é prometido abundantemente na Nova Aliança é que terão esta perfeição do corpo e do espírito na vida do porvir, e mesmo quanto ao corpo deve ser dito que será ressuscitado, não em corpo de carne e sangue, mas em corpo celestial, glorificado.
Muitas lições são aprendidas pelos cristãos em razão do fato de Deus não lhes ter concedido a perfeição total neste mundo, porque podem aprender daí, a se exercitarem em humildade, dependência, intercessão, clamor, compaixão e em muitas outras coisas úteis, que devem aprender em sua jornada terrena.
Assim, o fato de os pecados terem sido levados pelo bode emissário para o deserto do esquecimento, o que, como já dissemos era uma figura da obra de Cristo em nosso favor, não temos no entanto uma aplicação absoluta deste beneficio obtido pelos méritos exclusivos de Cristo, enquanto estivermos ainda neste mundo, porque a plenitude do cumprimento desta bênção será obtida somente na glória vindoura.
O mesmo se pode dizer da libertação do pecado por meio da fé em Cristo, e como se lê nas Escrituras, especialmente na epístola de Paulo aos Romanos.
O cristão não é mais um escravo do pecado, mas não está livre, como já dissemos antes, de modo absoluto da influência do pecado enquanto estiver neste mundo, pois apesar de não estar mais sujeito ao pecado, como um escravo, não necessitando obedecê-lo, entretanto, estará numa guerra constante entre a carne e o Espírito, que será maior ou menor, dependendo do grau da sua santificação e consagração.
Com isto, os que se santificam são incentivados a prosseguirem no trabalho de mortificação da carne pelo Espírito, pelos bons resultados que observam na sua obediência e dependência de Deus, e nisto são exercitados pelo Senhor, em seu discernimento relativo ao seu progresso espiritual.            
Não podemos tomar como promessa aquilo que não é prometido nas Escrituras.
Todas as bênçãos e vitórias que foram obtidas pelos cristãos por meio de Cristo, devem ser submetidas às condições e afirmações que são feitas a respeito delas nas Escrituras, de modo que saibamos discernir de que forma elas nos estão sendo concedidas por Deus, especialmente se de modo absoluto ou em graus.
Por exemplo, a redenção, a justificação e a regeneração nos foram concedidas de modo absoluto, mas a santificação nos tem sido dada em graus, e por isso somos chamados a fazer progresso em santidade.
A glorificação é também proporcional ao nosso avanço em santificação, pois se diz que somos transformados de glória em glória.
Concluímos também que não a temos recebido de modo absoluto, e sabemos perfeitamente que esta glória só será plena no céu.
No entanto, a santificação e a glorificação são também promessas da Nova Aliança para os cristãos.
Por isso, o apóstolo João afirma em relação aos cristãos, que caso afirmem que não têm mais pecado, estarão mentindo e a verdade não estará neles.
Pois ainda que o propósito de Deus seja o de que não vivam de fato pecando, por mais que se esforcem neste sentido, estarão sujeitos ainda a pecar, ainda que involuntária e eventualmente, pelo fato de permanecerem na carne, e esta é fraca.
O trabalho de mortificação da carne é um trabalho contínuo que dura toda a vida, pois o pecado uma vez vencido deve ser vigiado, porque está sempre pronto a se levantar, tal como a erva daninha que foi cortada no campo, e que sempre volta a brotar.
Então é um trabalho para todos os dias da vida, porque por falta de vigilância e oração, o pecado poderá levar vantagem sobre os cristãos.
Daí se ordenar que se ande no Espírito para que não sejam satisfeitos os desejos da carne.
Vemos então que aquele perdão total de pecados, por mais um ano, provido no Dia da expiação nacional na Antiga Aliança, revela a longanimidade e misericórdia de Deus em relação às nossas muitas transgressões, se confiamos em Cristo como nosso substituto e expiação, e se Lhe confessamos os nossos pecados, sem que isto signifique que Deus deixaria de visitar em Sua soberania os pecados que viessem a ser praticados pelo povo de Israel no Antigo Pacto, ou mesmo pela igreja na Nova Aliança.
Reenfatizamos a bondade e a misericórdia de Deus, demonstradas particularmente para Arão e sua casa, com a instituição do dia da expiação, para que lhe servisse de consolo e segurança de que o nosso Deus não é um Senhor cruel legalista pronto a nos ferir e destruir em face de sermos pecadores, e transgressores, ainda que involuntariamente, dos Seus mandamentos.
Ao contrário Ele se mostra simpático às nossas dores e sofrimentos.
Ele se compadece das nossas fraquezas, e revelou isto na própria Lei.
Jesus tomou sobre si os nossos sofrimentos como se fossem Seus próprios sofrimentos.
Tomou sobre Si as dores das nossas enfermidades como se fossem as Suas próprias enfermidades.
Enfim, Ele se identificou plenamente com os nossos sofrimentos, de forma que lemos o seguinte em Is 63.9:
“Em toda a angústia deles foi ele angustiado, e o anjo da sua presença os salvou; no seu amor, e na sua compaixão ele os remiu; e os tomou, e os carregou todos os dias da antiguidade.”
Concluímos de tudo isto, que a concessão do perdão de pecados do dia da expiação nacional tinha em vista não apenas a busca de alívio da parte de Israel em relação a se livrar de possíveis juízos de Deus, mas tinha com certeza o alvo de conduzir os israelitas ao arrependimento, e à busca de mortificação dos seus pecados por uma vida de inteira confiança e fé no Senhor. 



“1 Falou o Senhor a Moisés, depois da morte dos dois filhos de Arão, que morreram quando se chegaram diante do Senhor.
2 Disse, pois, o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre em todo tempo no lugar santo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório.
3 Com isto entrará Arão no lugar santo: com um novilho, para oferta pelo pecado, e um carneiro para holocausto.
4 Vestirá ele a túnica sagrada de linho, e terá as calças de linho sobre a sua carne, e cingir-se-á com o cinto de linho, e porá na cabeça a mitra de linho; essas são as vestes sagradas; por isso banhará o seu corpo em água, e as vestirá.
5 E da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes para oferta pelo pecado e um carneiro para holocausto.
6 Depois Arão oferecerá o novilho da oferta pelo pecado, o qual será para ele, e fará expiação por si e pela sua casa.
7 Também tomará os dois bodes, e os porá perante o Senhor, à porta da tenda da revelação.
8 E Arão lançará sortes sobre os dois bodes: uma pelo Senhor, e a outra por Azazel.
9 Então apresentará o bode sobre o qual cair a sorte pelo Senhor, e o oferecerá como oferta pelo pecado;
10 mas o bode sobre que cair a sorte para Azazel será posto vivo perante o Senhor, para fazer expiação com ele a fim de enviá-lo ao deserto para Azazel.
11 Arão, pois, apresentará o novilho da oferta pelo pecado, que é por ele, e fará expiação por si e pela sua casa; e imolará o novilho que é a sua oferta pelo pecado.
12 Então tomará um incensário cheio de brasas de fogo de sobre o altar, diante do Senhor, e dois punhados de incenso aromático bem moído, e os trará para dentro do véu;
13 e porá o incenso sobre o fogo perante o Senhor, a fim de que a nuvem o incenso cubra o propiciatório, que está sobre o testemunho, para que não morra.
14 Tomará do sangue do novilho, e o espargirá com o dedo sobre o propiciatório ao lado oriental; e perante o propiciatório espargirá do sangue sete vezes com o dedo.
15 Depois imolará o bode da oferta pelo pecado, que é pelo povo, e trará o sangue o bode para dentro do véu; e fará com ele como fez com o sangue do novilho, espargindo-o sobre o propiciatório, e perante o propiciatório;
16 e fará expiação pelo santuário por causa das imundícias dos filhos de Israel e das suas transgressões, sim, de todos os seus pecados. Assim também fará pela tenda da revelação, que permanece com eles no meio das suas imundícias.
17 Nenhum homem estará na tenda da revelação quando Arão entrar para fazer expiação no lugar santo, até que ele saia, depois de ter feito expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel.
18 Então sairá ao altar, que está perante o Senhor, e fará expiação pelo altar; tomará do sangue do novilho, e do sangue do bode, e o porá sobre as pontas do altar ao redor.
19 E do sangue espargirá com o dedo sete vezes sobre o altar, purificando-o e santificando-o das imundícias dos filhos de Israel.
20 Quando Arão houver acabado de fazer expiação pelo lugar santo, pela tenda da revelação, e pelo altar, apresentará o bode vivo;
21 e, pondo as mãos sobre a cabeça do bode vivo, confessará sobre ele todas as iniquidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, sim, todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode, e enviá-lo-á para o deserto, pela mão de um homem designado para isso.
22 Assim aquele bode levará sobre si todas as iniquidades deles para uma região solitária; e esse homem soltará o bode no deserto.
23 Depois Arão entrará na tenda da revelação, e despirá as vestes de linho, que havia vestido quando entrara no lugar santo, e ali as deixará.
24 E banhará o seu corpo em água num lugar santo, e vestirá as suas próprias vestes; então sairá e oferecerá o seu holocausto, e o holocausto do povo, e fará expiação por si e pelo povo.
25 Também queimará sobre o altar a gordura da oferta pelo pecado.
26 E aquele que tiver soltado o bode para Azazel lavará as suas vestes, e banhará o seu corpo em água, e depois entrará no arraial.
27 Mas o novilho da oferta pelo pecado e o bode da oferta pelo pecado, cujo sangue foi trazido para fazer expiação no lugar santo, serão levados para fora do arraial; e lhes queimarão no fogo as peles, a carne e o excremento.
28 Aquele que os queimar lavará as suas vestes, banhara o seu corpo em água, e depois entrará no arraial.
29 Também isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis as vossas almas, e não fareis trabalho algum, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vos;
30 porque nesse dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; de todos os vossos pecados sereis purificados perante o Senhor.
31 Será sábado de descanso solene para vós, e afligireis as vossas almas; é estatuto perpétuo.
32 E o sacerdote que for ungido e que for sagrado para administrar o sacerdócio no lugar de seu pai, fará a expiação, havendo vestido as vestes de linho, isto é, as vestes sagradas;
33 assim fará expiação pelo santuário; também fará expiação pela tenda da revelação e pelo altar; igualmente fará expiação e pelos sacerdotes e por todo o povo da congregação.
34 Isto vos será por estatuto perpétuo, para fazer expiação uma vez no ano pelos filhos de Israel por causa de todos os seus pecados. E fez Arão como o Senhor ordenara a Moisés.” (Lev 16.1-34).

Um comentário: