quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Amós - cap 7 a 9


Amós 7

“1 Isto me fez ver o SENHOR Deus: eis que ele formava gafanhotos ao surgir o rebento da erva serôdia; e era a erva serôdia depois de findas as ceifas do rei.
2 Tendo eles comido de todo a erva da terra, disse eu: SENHOR Deus, perdoa, rogo-te; como subsistirá Jacó? Pois ele é pequeno.
3 Então, o SENHOR se arrependeu disso. Não acontecerá, disse o SENHOR.
4 Isto me mostrou o SENHOR Deus: eis que o SENHOR Deus chamou o fogo para exercer a sua justiça; este consumiu o grande abismo e devorava a herança do SENHOR.
5 Então, disse eu: SENHOR Deus, cessa agora; como subsistirá Jacó? Pois ele é pequeno.
6 E o SENHOR se arrependeu disso. Também não acontecerá, disse o SENHOR Deus.
7 Mostrou-me também isto: eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo; e tinha um prumo na mão.
8 O SENHOR me disse: Que vês tu, Amós? Respondi: Um prumo. Então, me disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo de Israel; e jamais passarei por ele.
9 Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos, os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão.
10 Então, Amazias, o sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: Amós tem conspirado contra ti, no meio da casa de Israel; a terra não pode sofrer todas as suas palavras.
11 Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada, e Israel, certamente, será levado para fora de sua terra, em cativeiro.
12 Então, Amazias disse a Amós: Vai-te, ó vidente, foge para a terra de Judá, e ali come o teu pão, e ali profetiza;
13 mas em Betel, daqui por diante, já não profetizarás, porque é o santuário do rei e o templo do reino.
14 Respondeu Amós e disse a Amazias: Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros.
15 Mas o SENHOR me tirou de após o gado e o SENHOR me disse: Vai e profetiza ao meu povo de Israel.
16 Ora, pois, ouve a palavra do SENHOR. Tu dizes: Não profetizarás contra Israel, nem falarás contra a casa de Isaque.
17 Portanto, assim diz o SENHOR: Tua mulher se prostituirá na cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão à espada, e a tua terra será repartida a cordel, e tu morrerás na terra imunda, e Israel, certamente, será levado cativo para fora da sua terra.”

A presença de Amós em Israel, sendo um profeta de Judá, significava misericórdia para eles, uma vez que o juízo estava sendo abreviado por causa da sua presença em Israel.
Contudo, como suas palavras eram ameaçadoras, então, não podiam enxergar que um profeta entre o povo é bênção, e não maldição, mesmo quando sua função é a de repreender e exortar e não de consolar.
Amós teve visões de juízos do Senhor vindo sobre Israel, sob a forma de gafanhotos que davam sobre a lavoura e destruíam toda a erva serôdia; no entanto, a visão não se cumpriu porque Amós intercedeu junto ao Senhor rogando-lhe que perdoasse Israel porque era pequeno. Então o Senhor suspendeu o juízo e disse que não aconteceria (v. 1 a 3).  
Amós viu também o Senhor chamando fogo para exercer a sua justiça, e este devorava não somente o abismo como o povo do Senhor. Então rogou mais uma vez pedindo que fizesse cessar aquele fogo porque Israel não poderia subsistir a ele. Nisto também o Senhor voltou atrás (v. 4 a 6).  
Quantas vezes sentimos em nossas vidas e igrejas estes gafanhotos e fogo espirituais consumindo o nosso vigor espiritual. Transformando a nossa alegria no Espírito em tristeza. Mas quando clamamos a Deus pedindo-Lhe que perdoe os nossos pecados, não raro Ele usa da mesma misericórdia para conosco, suspendendo os juízos que estavam prontos para nos devorar.  
Todavia, ainda que restaurados e perdoados, Deus nunca removerá o prumo que Ele traz em Sua mão, pelo qual é medida a nossa retidão perante Ele (v. 7,8).
O prumo divino sempre revelará qual é a verdadeira condição de nossos corações e de nossas igrejas. Ele revelará se temos andado ou não na verdade. Se temos vivido e andado no Espírito.
E se formos achados encurvados pelo pecado e não retos, o Senhor se ausentará de nós, porque não é possível ter comunhão com Ele senão somente andando em retidão, porque Ele é inteiramente reto, e não há no Seu caráter a mínima inclinação para o mal.    
Os gafanhotos não viriam, e nem o fogo que havia destruído Sodoma e Gomorra, mas seria mantido o juízo da assolação dos palácios, dos castelos, das casas dos nobres, dos santuários dedicados a deuses falsos e ao bezerro de ouro em Israel, bem como Deus levantaria a espada contra a casa do rei Jeroboão II (v. 9).
Nisto, escandalizou-se e levantou-se o sacerdote do culto ao bezerro de Betel, chamado Amazias que mandou dizer ao rei Jeroboão que Amós havia vindo de Judá para conspirar contra o seu reino em Israel (v. 10).   
E que havia profetizado que Jeroboão morreria à espada e que Israel seria levado em cativeiro (v. 11).
Possivelmente, com autorização do rei, Amazias se apresentou pessoalmente a Amós e lhe ordenou que voltasse para Judá e que profetizasse apenas em sua própria terra (v. 12).
E disse que dali por diante estava lhe proibindo de continuar profetizando em Betel (v. 13).
Todavia Amós não se deixou intimidar porque estava revestido da força do Espírito do Senhor e continuou profetizando na face de Amazias as coisas que ainda sucederiam, depois de ter-lhe dito que não era procedente de nenhuma das casas de  profetas de Judá, sendo seu ofício o de agricultor e pecuarista, mas que fora levantado pelo Senhor para profetizar à nação de Israel (v. 14, 15).  
Amazias estava portanto não tentando calar ao homem Amós, mas ao próprio Deus de Israel que falava por Ele, e certamente o Senhor não se calaria, e por isso profetizou através de Amós contra o próprio Amazias e à sua casa, dizendo-lhe que a sua mulher se prostituiria na cidade, e que seus filhos e filhas  morreriam à espada, e que a sua herança seria repartida a cordel a outros, e ele também seria morto numa terra imunda, e isto era tão certo tal como Israel seria levado em cativeiro para fora da sua própria terra (v. 16, 17).
Se Amazias fosse de fato um sacerdote interessado no bem estar do povo e do reino de Israel, ele deveria ensinar os nobres e o povo a andarem nos caminhos do Senhor, conforme tudo o que lhes havia sido prescrito na Lei de Moisés.
O que ele amava de fato não era o rei e nem o povo, mas a sua própria honra e fortuna, pela posição de ser o sacerdote supremo do culto idolátrico que havia em Israel.
Estes que podem ser considerados grandes a seus próprios olhos e diante dos homens, serão apanhados pelo juízo de Deus, e então se verá quão pequenos e desonrados eles eram aos olhos do Senhor.    



Amós 8

“1 O SENHOR Deus me fez ver isto: eis aqui um cesto de frutos de verão.
2 E perguntou: Que vês, Amós? E eu respondi: Um cesto de frutos de verão. Então, o SENHOR me disse: Chegou o fim para o meu povo de Israel; e jamais passarei por ele.
3 Mas os cânticos do templo, naquele dia, serão uivos, diz o SENHOR Deus; multiplicar-se-ão os cadáveres; em todos os lugares, serão lançados fora. Silêncio!
4 Ouvi isto, vós que tendes gana contra o necessitado e destruís os miseráveis da terra,
5 dizendo: Quando passará a Festa da Lua Nova, para vendermos os cereais? E o sábado, para abrirmos os celeiros de trigo, diminuindo o efa, e aumentando o siclo, e procedendo dolosamente com balanças enganadoras,
6 para comprarmos os pobres por dinheiro e os necessitados por um par de sandálias e vendermos o refugo do trigo?
7 Jurou o SENHOR pela glória de Jacó: Eu não me esquecerei de todas as suas obras, para sempre!
8 Por causa disto, não estremecerá a terra? E não se enlutará todo aquele que habita nela? Certamente, levantar-se-á toda como o Nilo, será agitada e abaixará como o rio do Egito.
9 Sucederá que, naquele dia, diz o SENHOR Deus, farei que o sol se ponha ao meio-dia e entenebrecerei a terra em dia claro.
10 Converterei as vossas festas em luto e todos os vossos cânticos em lamentações; porei pano de saco sobre todos os lombos e calva sobre toda cabeça; e farei que isso seja como luto por filho único, luto cujo fim será como dia de amarguras.
11 Eis que vêm dias, diz o SENHOR Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR.
12 Andarão de mar a mar e do Norte até ao Oriente; correrão por toda parte, procurando a palavra do SENHOR, e não a acharão.
13 Naquele dia, as virgens formosas e os jovens desmaiarão de sede,
14 os que, agora, juram pelo ídolo de Samaria e dizem: Como é certo viver o teu deus, ó Dã! E: Como é certo viver o culto de Berseba! Esses mesmos cairão e não se levantarão jamais.”

A Palavra do Senhor é cura e vida para o Seu povo.
Todavia, Israel havia desprezado a Palavra a tal ponto, que se encontrava morto em delitos e pecados.
Como tinham prosperidade material e saúde física desprezavam a Palavra de Deus e se entregavam à prática da iniquidade e da idolatria.
Mas quando fossem levados para o cativeiro, e quando ficassem muito longe de Jerusalém, onde se encontravam os sacerdotes e levitas do Senhor, eles teriam fome e sede da Palavra verdadeira para que fossem curados, mas não a achariam (v. 11,12).
O mesmo ocorre ainda hoje, quando igrejas inteiras ficam desoladas sem a presença do Senhor e sujeitas aos Seus juízos por desprezarem a Sua Palavra e um viver segundo a mesma Palavra.
E nem sempre quando se esforçam para voltar aos caminhos do Senhor, conseguem achar a verdadeira Palavra disponível a eles, e com a capacidade de discerni-la e entendê-la porque andaram muito tempo endurecidos ao Espírito e à disciplina do Senhor, pela rejeição da aplicação da Palavra às suas próprias vidas. 
Israel seria banido da presença do Senhor para não mais ser povo. E isto de fato ocorreu, porque Judá iria para o cativeiro somente mais de um século depois deles terem sido dispersados pela Assíria. Mas a Judá seria dado ser de novo restaurada em sua própria terra.
Os israelitas do Reino do Norte haviam se tornado como as demais nações pagãs, de tanto que haviam se afastado de Deus e da Sua Palavra.
Os mandamentos do Senhor eram um estorvo para eles.  
Eles estavam maduros de podres e não podiam enxergar a sua real condição perante o Senhor, mas este revelou a Amós em visão tal condição ao lhe mostrar um cesto cheio com frutos de verão. Os frutos estavam no cesto porque estavam maduros e portanto, haviam sido colhidos. De igual modo, Israel estava maduro para ser colhido pelo juízo de Deus, e tal seria inevitável.
Tal amadurecimento, estava comprovado por suas más obras, do mesmo modo que podemos observar quais são as características de um fruto que está maduro.
Eles pensavam que o Senhor jamais os julgaria, e que suspenderia qualquer juízo mais severo contra eles, porque afinal haviam vivido durante dois séculos na mais grosseira idolatria, e continuavam prosperando em sua própria terra.
Contudo, esqueciam-se que usaram toda a benignidade que o Senhor lhes concedera para prosperarem, para multiplicarem ídolos e não para servi-lo com um coração reto.   
Então, com a visão dos frutos maduros, o profeta lhes revelaria da parte do Senhor que o final deles havia chegado, tal como se espera por um certo período para que os frutos amadureçam, do mesmo modo o Senhor havia agido com eles, por causa da Sua longanimidade. Não foi por terem prosperado materialmente por tanto tempo que deveriam se sentir seguros, porque enquanto isto a iniquidade estava aumentado e lhes amadurecendo para o juízo de Deus. 
E assim que o juízo fosse consumado o Senhor disse que jamais tornaria a passar por eles novamente, ou seja, eles deixariam de ser povo, e seriam entregues por Ele ao poder dos assírios para serem destruídos.
Deus poria um fim aos cânticos e sacrifícios deles em honra aos bezerros de ouro. Aquelas canções profanas não subiriam mais aos ouvidos santos do Senhor.
Então, em vez de cânticos de alegria carnal, eles entoariam lamentações.
Quantos louvores profanos de uma alegria carnal são oferecidos em nome de Deus, mas Ele não pode suportá-los porque não há nenhuma santidade tanto nos cânticos quanto naqueles que cantam. 
Seus templos profanos seriam destruídos e eles dariam uivos de dor.
Tantos seriam os mortos que não haveria dinheiro que pudesse lhes garantir um funeral digno, e muitos temeriam se aproximar de seus cadáveres para não serem infectados por eles. 
Deus poria um fim na ganância dos israelitas que só pensavam em obter lucro injusto, a ponto de venderem seus próprios irmãos como escravos, e aborrecendo o dia de sábado e das festas fixas como a da lua nova, em que era proibido comerciar em Israel, porque eles não tinham o mínimo apreço pela Lei do Senhor e só pensavam em seus próprios negócios, e se sentissem de alguma maneira prejudicados por algum mandamento do Senhor, eles certamente o transgrediriam para não diminuírem os seus lucros. 
Eles não tinham nenhuma reverência para com o Senhor e para com os Seus mandamentos.
Eles estavam preocupados somente em comerciar, mas se aplicavam a um comércio injusto usando pesos falsos, que eram proibidos pela lei, e vendendo escória de trigo ao mesmo preço do bom grão. Não passavam de uma sociedade de desonestos e de ladrões.   
Para aumentarem rapidamente suas riquezas roubavam os pobres.
Essas riquezas que são adquiridas à custa da ruína dos pobres, trarão por fim ruína sobre aqueles que as adquiriram de tal forma.
Por isso o Senhor os apanharia de surpresa num dia que seria de intensas trevas para eles, e não de alegria. Ele visitaria com um terrível castigo as suas más obras. 
E o Senhor o fizera de fato, e é surpreendente como os homens não aprendem de todos estes exemplos que Deus fixou para advertir o ímpio a se desviar dos seus maus caminhos. Eles seguem na prática da injustiça como se nenhum juízo da parte de Deus lhes sobrevirá. Na verdade, a maioria deles nem sequer crê na existência de Deus, muito menos que Ele esteja interessado em julgar as más obras dos homens no dia do Grande Juízo Final, ainda por vir.
Este foi o erro de Israel e pagaram o preço no momento determinado pelo Senhor, e de igual modo, todos os que habitam sobre a terra haverão de enfrentá-lo em juízo por causa das suas más obras.   
Tal como caíram para não se levantarem jamais, aqueles israelitas que juravam pelo ídolo de Samaria dizendo que o deus deles vivia em Dã, porque era lá um dos lugares em que havia um dos bezerros de ouro. Os quais diziam também que era certo que o culto de Berseba viveria, isto é, duraria para sempre (v. 14). Toda falsa adoração será castigada e exterminada pelo Senhor, e somente Ele e o seu culto existirão por toda a eternidade. 



Amós 9

“1 Vi o Senhor, que estava em pé junto ao altar; e me disse: Fere os capitéis, e estremecerão os umbrais, e faze tudo em pedaços sobre a cabeça de todos eles; matarei à espada até ao último deles; nenhum deles fugirá, e nenhum escapará.
2 Ainda que desçam ao mais profundo abismo, a minha mão os tirará de lá; se subirem ao céu, de lá os farei descer.
3 Se se esconderem no cimo do Carmelo, de lá busca-los-ei e de lá os tirarei; e, se dos meus olhos se ocultarem no fundo do mar, de lá darei ordem à serpente, e ela os morderá.
4 Se forem para o cativeiro diante de seus inimigos, ali darei ordem à espada, e ela os matará; porei os olhos sobre eles, para o mal e não para o bem.
5 Porque o Senhor, o SENHOR dos Exércitos, é o que toca a terra, e ela se derrete, e todos os que habitam nela se enlutarão; ela subirá toda como o Nilo e abaixará como o rio do Egito.
6 Deus é o que edifica as suas câmaras no céu e a sua abóbada fundou na terra; é o que chama as águas do mar e as derrama sobre a terra; SENHOR é o seu nome.
7 Não sois vós para mim, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes? — diz o SENHOR. Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e de Caftor, os filisteus, e de Quir, os siros?
8 Eis que os olhos do SENHOR Deus estão contra este reino pecador, e eu o destruirei de sobre a face da terra; mas não destruirei de todo a casa de Jacó, diz o SENHOR.
9 Porque eis que darei ordens e sacudirei a casa de Israel entre todas as nações, assim como se sacode trigo no crivo, sem que caia na terra um só grão.
10 Todos os pecadores do meu povo morrerão à espada, os quais dizem: O mal não nos alcançará, nem nos encontrará.
11 Naquele dia, levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as suas brechas; e, levantando-o das suas ruínas, restaura-lo-ei como fora nos dias da antiguidade;
12 para que possuam o restante de Edom e todas as nações que são chamadas pelo meu nome, diz o SENHOR, que faz estas coisas.
13 Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que o que lavra segue logo ao que ceifa, e o que pisa as uvas, ao que lança a semente; os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se derreterão.
14  Mudarei a sorte do meu povo de Israel; reedificarão as cidades assoladas e nelas habitarão, plantarão vinhas e beberão o seu vinho, farão pomares e lhes comerão o fruto.
15  Planta-los-ei na sua terra, e, dessa terra que lhes dei, já não serão arrancados, diz o SENHOR, teu Deus.”

Neste último capítulo de Amós Deus fez a seguinte promessa:

“Naquele dia, levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as suas brechas; e, levantando-o das suas ruínas, restaura-lo-ei como fora nos dias da antiguidade;” (v. 11).

Esta profecia fala em levantar, reparar e restaurar.
A profecia de Amós concentrou-se mais em Israel, mas também falou das assolações que viriam sobre Judá, e sabemos que estas ocorreram com o cativeiro babilônico.
Então, temos aqui uma promessa para dias distantes, quando não somente Judá seria de novo restaurada em sua terra nos dias de Zorobabel, mas quando estariam para sempre seguros com o Messias que é aquele que restaura a casa caída de Davi, porque é desta casa segundo a carne, e é nEle que se cumprem as boas e fiéis promessas feitas a Davi e à sua casa.
A profecia se refere ao Israel de Deus unido a nosso Senhor porque a promessa afirma que quando Israel habitasse nas cidades assoladas que seriam reedificadas, plantariam vinhas e beberiam o seu vinho, e fariam pomares e lhes comeriam o fruto, e depois de plantados na sua terra, que lhes foi dada pelo Senhor, jamais seriam arrancados dela.
Quando eles retornaram de Babilônia sob Zorobabel, tornaram a ser arrancados da terra pelos romanos em 70 d. C. e para lá retornaram somente no século XX, mas ainda há muitos judeus dispersos pelo mundo, e Jerusalém ainda sofrerá uma nova assolação sob o Anticristo, quando os judeus serão perseguidos e dispersos, mas por ocasião da volta do Senhor, Ele estabelecerá o Seu reino para sempre e dará cumprimento à profecia antiga de que faria de Israel uma nação e reino sacerdotal.
A profecia aponta portanto para a volta de Jesus. 
Deste modo, apesar de o Senhor ter profetizado em quase todo o livro de Amós, e no princípio deste último capítulo, que efetuaria grande destruição em Israel, no entanto, deixou registrado que isto não significava que deixaria de ser fiel à promessa que havia feito aos patriarcas de que Israel estaria perpetuamente diante dEle.
Todavia, Ele revelou quais serão estes que habitarão para sempre no tabernáculo de Davi que Ele mesmo restauraria, a saber, aqueles que fossem lavados de seus pecados, porque conforme o Senhor afirmou no verso 10, todos os pecadores do seu povo morreriam à espada, a saber, aqueles que estavam confiados que o juízo do Senhor nunca os alcançaria, e por isso permaneceriam deliberadamente na prática do pecado.
Isto serve de grande alerta para muitas pessoas que se encontram agregadas à Igreja de Cristo, mas que não fazem parte do tabernáculo (casa) de Davi, porque nunca foram purificados dos seus pecados pelo sangue de Jesus.
Seguem confiantes que pelo simples fato de se dizerem pertencentes a Cristo, que nenhum juízo lhes sobrevirá da parte de Deus, apesar de viverem na prática deliberada do pecado.    
Deus formou o povo dos filisteus a partir da ilha de Chipre, que era chamada na antiguidade pelo nome de Caftor, e formou também Israel, só que para um propósito específico, para ser o Seu povo, e para tanto entrou em aliança com eles.
Do mesmo modo a Igreja tem sido formada para um propósito específico, o mesmo propósito que os israelitas dos dias de Amós não lograram alcançar, ou seja, viverem em santidade diante do Senhor, e por isso deixaram de ser povo, e foram banidos da Sua presença.  
 Aqueles que dizem Senhor, Senhor, referindo-se a Cristo, mas que praticam a iniquidade, haverão de por fim ouvir de Seus lábios as tristes e terríveis palavras:

“21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres?
23 Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mt 7.21-23)  

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