quinta-feira, 10 de outubro de 2013

JEREMIAS - cap 32, 34 e 35

JEREMIAS 32

“1 A palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor, no ano décimo de Zedequias, rei de Judá, o qual foi o ano dezoito de Nabucodonosor.
2 Ora, cercava então o exército do rei de Babilônia a Jerusalém; e Jeremias, o profeta, se achava encerrado no pátio da guarda que estava na casa do rei de Judá;
3 pois Zedequias, rei de Judá, o havia encarcerado, dizendo: Por que profetizas , dizendo: Assim diz o Senhor: Eis que entrego esta cidade na mão do rei de Babilônia, e ele a tomará;
4 e Zedequias, rei de Judá, não escapará das mãos dos caldeus, mas certamente será entregue na mão do rei de Babilônia, e com ele falará boca a boca, e os seus olhos verão os olhos dele;
5 e ele levará para Babilônia a Zedequias, que ali estará até que eu o visite, diz o Senhor, e, ainda que pelejeis contra os caldeus, não ganhareis?
6 Disse pois Jeremias: Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
7 Eis que Hanamel, filho de Salum, teu tio, virá a ti, dizendo: Compra o meu campo que está em Anatote, pois tens o direito de resgate; a ti compete comprá-lo.
8 Veio, pois, a mim Hanamel, filho de meu tio, segundo a palavra do Senhor, ao pátio da guarda, e me disse: Compra o meu campo que está em Anatote, na terra de Benjamim; porque teu é o direito de herança e teu é o de resgate; compra-o para ti. Então entendi que isto era a palavra do Senhor.
9 Comprei, pois, de Hanamel, filho de meu tio, o campo que está em Anatote; e pesei-lhe o dinheiro, dezessete siclos de prata.
10 Assinei a escritura e a selei, chamei testemunhas, e pesei-lhe o dinheiro numa balança.
11 E tomei a escritura da compra, que continha os termos e as condições, tanto a que estava selada, como a cópia que estava aberta,
12 e as dei a Baruque, filho de Nerias, filho de Maseias, na presença de Hanamel, filho de meu tio, e na presença das testemunhas que subscreveram a escritura da compra, à vista de todos os judeus que estavam sentados no pátio da guarda.
13 E dei ordem a Banique, na presença deles, dizendo:
14 Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Toma estas escrituras de compra, tanto a selada, como a aberta, e mete-as num vaso de barro, para que se possam conservar muitos dias;
15 pois assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Ainda se comprarão casas, e campos, e vinhas nesta terra.
16 E depois que dei a escritura da compra a Banique, filho de Nerias, orei ao Senhor, dizendo:
17 Ah! Senhor Deus! És tu que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder, e com o teu braço estendido! Nada há que te seja demasiado difícil!
18 Usas de benignidade para com milhares e tornas a iniquidade dos pais ao seio dos filhos depois deles; tu és o grande, o poderoso Deus cujo nome é o Senhor dos exércitos.
19 Grande em conselho, e poderoso em obras, cujos olhos estão abertos sobre todos os caminhos dos filhos dos homens, para dares a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas obras;
20 puseste sinais e maravilhas na terra do Egito até o dia de hoje, tanto em Israel, como entre os outros homens; e te fizeste um nome, qual tu tens neste dia.
21 E tiraste o teu povo Israel da terra do Egito, com sinais e com maravilhas, e com mão forte, e com braço estendido, e com grande terror;
22 e lhes deste esta terra, que juraste a seus pais que lhes havias de dar, terra que mana leite e mel.
23 E entraram nela, e a possuíram; mas não obedeceram à tua voz, nem andaram na tua lei; de tudo o que lhes mandaste fazer, eles não fizeram nada; pelo que ordenaste lhes sucedesse todo este mal.
24 Eis aqui os valados! já vieram contra a cidade para tomá-la e a cidade está entregue na mão dos caldeus que pelejam contra ela, pela espada, pela fome e pela peste. O que disseste se cumpriu, e eis aqui o estás presenciando.
25 Contudo tu me disseste, ó Senhor Deus: Compra-te o campo por dinheiro, e chama testemunhas, embora a cidade já esteja dada na mão dos caldeus:
26 Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
27 Eis que eu sou o Senhor, o Deus de toda a carne; acaso há alguma coisa demasiado difícil para mim?
28 Portanto assim diz o Senhor: Eis que eu entrego esta cidade na mão dos caldeus, e na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, e ele a tomará.
29 E os caldeus que pelejam contra esta cidade entrarão nela, e lhe porão fogo, e a queimarão, juntamente com as casas sobre cujos terraços queimaram incenso a Baal e ofereceram libações a outros deuses, para me provocarem a ira.
30 Pois os filhos de Israel e os filhos de Judá têm feito desde a sua mocidade tão somente o que era mau aos meus olhos; pois os filhos de Israel nada têm feito senão provocar-me à ira com as obras das suas mãos, diz o Senhor.
31 Na verdade esta cidade, desde o dia em que a edificaram e até o dia de hoje, tem provocado a minha ira e o meu furor, de sorte que eu a removerei de diante de mim,
32 por causa de toda a maldade dos filhos de Israel e dos filhos de Judá, que fizeram para me provocarem à ira, eles e os seus reis, os seus príncipes, os seus sacerdotes e os seus profetas, como também os homens de Judá e os moradores de Jerusalém.
33 E viraram para mim as costas, e não o rosto; ainda que eu os ensinava, com insistência, eles não deram ouvidos para receberem instrução.
34 Mas puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a profanarem.
35 Também edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom, para fazerem passar seus filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque; o que nunca lhes ordenei, nem me passou pela mente, que fizessem tal abominação, para fazerem pecar a Judá.
36 E por isso agora assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca desta cidade, da qual vós dizeis: Já está dada na mão do rei de Babilônia, pela espada, e pela fome, e pela peste:
37 Eis que eu os congregarei de todos os países para onde os tenho lançado na minha ira, e no meu furor e na minha grande indignação; e os tornarei a trazer a este lugar, e farei que habitem nele seguramente.
38 E eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
39 E lhes darei um só coração, e um só caminho, para que me temam para sempre, para seu bem e o bem de seus filhos, depois deles;
40 e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.
41 E alegrar-me-ei por causa deles, fazendo-lhes o bem; e os plantarei nesta terra, com toda a fidelidade do meu coração e da minha alma.
42 Pois assim diz o Senhor: Como eu trouxe sobre este povo todo este grande mal, assim eu trarei sobre eles todo o bem que lhes tenho prometido.
43 E comprar-se-ão campos nesta terra, da qual vós dizeis: E uma desolação, sem homens nem animais; está entregue na mão dos caldeus.
44 Comprarão campos por dinheiro, assinarão escrituras e as selarão, e chamarão testemunhas, na terra de Benjamim, e nos lugares ao redor de Jerusalém, e nas cidades de Judá e nas cidades da região montanhosa, e nas cidades das planícies e nas cidades do Sul porque os farei voltar do cativeiro, diz o Senhor.”

Neste e no próximo capítulo, nós encontramos ainda promessas  do Senhor relativas à Nova Aliança, como a que se encontra registrada nos versos 37 a 40:

“37 Eis que eu os congregarei de todos os países para onde os tenho lançado na minha ira, e no meu furor e na minha grande indignação; e os tornarei a trazer a este lugar, e farei que habitem nele seguramente.
38 E eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
39 E lhes darei um só coração, e um só caminho, para que me temam para sempre, para seu bem e o bem de seus filhos, depois deles;
40 e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.”

Veja que aqui não se a diz apenas que Deus lhes faria regressar de Babilônia, mas de todas as nações para onde haviam sido lançados por causa da ira do Senhor, para voltarem a habitar na sua própria terra de Israel, e que lhes faria habitar nela seguramente.
E agora seriam o povo que o Senhor sempre intentou que eles fossem, ou seja, tendo-Lhe para sempre como o seu Deus, e para tal propósito lhes daria um só coração, um só caminho, de modo que fosse temido por eles eternamente, para o próprio bem deles e de sua descendência; e isto seria possível porque faria uma aliança eterna, ou seja, a  Nova Aliança, pela qual nunca poderá se desviar de fazer o bem a Seu povo, por causa da justificação em Cristo, pela qual o temor do Senhor é colocado sobrenaturalmente no nosso coração, pelo Espírito Santo, de forma que jamais poderiam ser separados de Deus, porque o vínculo desta Nova Aliança, nos faz estar ligados a Ele para sempre de modo que se afirma em Rom 8.35-39 o seguinte:
    
“35 quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
36 Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro.
37 Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.
38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades,
39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.”

Por este motivo, foi ordenado a Jeremias que comprasse em resgate o campo de seu tio Hanamel, na sua terra de Anatote, e que lavrasse a escritura da compra, em sinal de que terras voltariam a ser compradas em Judá, depois que os judeus voltassem do cativeiro.
Isto era uma garantia de que Deus tornaria a trazê-los de volta da terra para onde os levara em cativeiro.
E o Senhor dera tal ordem quando Nabucodonosor estava prestes a tomar Jerusalém, no décimo ano do reinado de Zedequias, e a cidade foi tomada no quarto mês do décimo primeiro ano do reinado do citado rei. 
Nesta ocasião Jeremias encontrava-se encarcerado no pátio da guarda da casa real, por ordem de Zedequias, porque estava profetizando que Deus entregaria a cidade de Jerusalém na mão do rei de Babilônia, e que o rei Zedequias não escaparia das mãos dos babilônios, e o próprio Nabucodonosor o conduziria cativo para Babilônia.  
Então a assinatura da escritura da compra do campo de seu tio em Anatote, foi feita no pátio da prisão onde Jeremias se encontrava, à vista de todos os judeus que estavam sentados no pátio da guarda. 
E as duas escrituras, uma selada, e outra aberta, por ordem do Senhor, deveriam ser colocadas num vaso de barro, para que ficassem conservadas por muitos dias, porque seriam um sinal de que ainda se comprariam casas, campos e vinhas na terra de Israel, depois de ficar desolada no período do cativeiro. 
Isto não foi feito em relação a Edom, Amom, Moabe, e outras nações que tinham buscado a destruição de Judá, e no entanto elas é que foram destruídas, porque Deus tem um propósito eterno com Israel, a nação que Ele próprio formou com a chamada de Abraão, para ter um povo que guarde os Seus mandamentos e que O ame e o Sirva para todo o sempre. 
Deus faria isto porque como Ele próprio disse a Jeremias, quando fez a promessa de que se comprariam casas, campos e vinhas em Judá, depois do cativeiro, que não há nada demasiado difícil para Ele, porque a perplexidade do profeta era grande por ser muito grave a iniquidade de Judá. A dificuldade não seria o fato de voltarem do cativeiro e comprarem terras, mas o fato de Deus perdoar tantas e graves iniquidades e tornar a fazer o bem ao Seu povo, e com promessas de que se uniria a eles para sempre.
O Senhor mais uma vez havia declarado o motivo de estar entregando os judeus nas mãos dos babilônios, e destacou especialmente o fato de estarem sacrificando seus próprios filhinhos a Moloque, queimando-os em holocausto nos braços de Moloque, no vale de Hinom, mas ainda voltaria a fazer o bem a Judá depois de tê-los purificado destas idolatrias. 
Nós encontramos nos versos 28 a 35 o registro das abominações que os judeus haviam praticado, e pelas quais estavam sendo castigados por Deus.

“28 Portanto assim diz o Senhor: Eis que eu entrego esta cidade na mão dos caldeus, e na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, e ele a tomará.
29 E os caldeus que pelejam contra esta cidade entrarão nela, e lhe porão fogo, e a queimarão, juntamente com as casas sobre cujos terraços queimaram incenso a Baal e ofereceram libações a outros deuses, para me provocarem a ira.
30 Pois os filhos de Israel e os filhos de Judá têm feito desde a sua mocidade tão somente o que era mau aos meus olhos; pois os filhos de Israel nada têm feito senão provocar-me à ira com as obras das suas mãos, diz o Senhor.
31 Na verdade esta cidade, desde o dia em que a edificaram e até o dia de hoje, tem provocado a minha ira e o meu furor, de sorte que eu a removerei de diante de mim,
32 por causa de toda a maldade dos filhos de Israel e dos filhos de Judá, que fizeram para me provocarem à ira, eles e os seus reis, os seus príncipes, os seus sacerdotes e os seus profetas, como também os homens de Judá e os moradores de Jerusalém.
33 E viraram para mim as costas, e não o rosto; ainda que eu os ensinava, com insistência, eles não deram ouvidos para receberem instrução.
34 Mas puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a profanarem.
35 Também edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom, para fazerem passar seus filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque; o que nunca lhes ordenei, nem me passou pela mente, que fizessem tal abominação, para fazerem pecar a Judá.”




JEREMIAS 34

“1 A palavra que da parte do Senhor veio a Jeremias, quando Nabucodonosor, rei de Babilônia, e todo o seu exército, e todos os reinos da terra que estavam sob o domínio da sua mão, e todos os povos, pelejavam contra Jerusalém, e contra todas as suas cidades, dizendo:
2 Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Vai, e fala a Zedequias, rei de Judá, e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Eis que estou prestes a entregar esta cidade na mão do rei de Babilônia, o qual a queimará a fogo.
3 E tu não escaparás da sua mão; mas certamente serás preso e entregue na sua mão; e teus olhos verão os olhos do rei de Babilônia, e ele te falará boca a boca, e irás a Babilônia.
4 Todavia ouve a palavra do Senhor, ó Zedequias, rei de Judá; assim diz o Senhor acerca de ti: Não morrerás à espada;
5 em paz morrerás, e como queimavam perfumes a teus pais, os reis precedentes, que foram antes de ti, assim tos queimarão a ti; e te prantearão, dizendo: Ah Senhor! Pois eu disse a palavra, diz o Senhor.
6 E anunciou Jeremias, o profeta, a Zedequias, rei de Judá, todas estas palavras, em Jerusalém,
7 quando o exército do rei de Babilônia pelejava contra Jerusalém, e contra todas as cidades de Judá, que ficaram de resto, contra Laquis e contra Azeca; porque dentre as cidades de Judá, só estas haviam ficado como cidades fortificadas.
8 A palavra que da parte do Senhor veio a Jeremias, depois que o rei Zedequias fez um pacto com todo o povo que estava em Jerusalém, para lhe fazer proclamação de liberdade,
9 para que cada um libertasse o seu escravo, e cada um a sua escrava, hebreu ou hebreia, de maneira que ninguém se servisse mais dos judeus, seus irmãos, como escravos.
10 E obedeceram todos os príncipes e todo o povo que haviam entrado no pacto de libertarem cada qual o seu escravo, e cada qual a sua escrava, de maneira a não se servirem mais deles, sim, obedeceram e os libertaram.
11 Mas depois se arrependeram, e fizeram voltar os escravos e as escravas que haviam libertado, e tornaram a escravizá-los.
12 Veio, pois, a palavra do Senhor a Jeremias, da parte do Senhor, dizendo:
13 Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eu fiz um pacto com vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, da casa da servidão, dizendo:
14 Ao fim de sete anos libertareis cada um a seu irmão hebreu, que te for vendido, e te houver servido seis anos, e despedi-lo-ás livre de ti; mas vossos pais não me ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos.
15 E vos havíeis hoje arrependido, e tínheis feito o que é reto aos meus olhos, proclamando liberdade cada um ao seu próximo; e tínheis feito diante de mim um pacto, na casa que se chama pelo meu nome;
16 mudastes, porém, e profanastes o meu nome, e fizestes voltar cada um o seu escravo, e cada um a sua escrava, que havíeis deixado ir livres à vontade deles; e os sujeitastes de novo à servidão.
17 Portanto assim diz o Senhor: Vós não me ouvistes a mim, para proclamardes a liberdade, cada um ao seu irmão, e cada um ao seu próximo. Eis, pois, que eu vos proclamo a liberdade, diz o Senhor, para a espada, para a peste e para a fome; e farei que sejais um espetáculo de terror a todos os reinos da terra.
18 Entregarei os homens que traspassaram o meu pacto, e não cumpriram as palavras do pacto que fizeram diante de mim com o bezerro que dividiram em duas partes, passando pelo meio das duas porções.
19 Os príncipes de Judá, os príncipes de Jerusalém, os eunucos, os sacerdotes, e todo o povo da terra, os mesmos que passaram pelo meio das porções do bezerro,
20 entrega-los-ei, digo, na mão de seus inimigos, e na mão dos que procuram a sua morte. Os cadáveres deles servirão de pasto para as aves do céu e para os animais da terra.
21 E a Zedequias, rei de Judá, e seus príncipes entregarei na mão de seus inimigos e na mão dos que procuram a sua morte, e na mão do exército do rei de Babilônia, os quais já se retiraram de vós.
22 Eis que eu darei ordem, diz o Senhor, e os farei tornar a esta cidade, e pelejarão contra ela, e a tomarão, e a queimarão a fogo; e das cidades de Judá farei uma assolação, de sorte que ninguém habite nelas.”

Deus havia enviado Jeremias ao rei Zedequias com uma palavra boa para ele, de poupá-lo de ser morto à espada por Nabucodonosor, ainda que Jerusalém viesse a ser tomada e queimada a fogo.
Ao ouvir esta palavra Zedequias reuniu os príncipes e fizeram um pacto, assim como todo o povo que tinha escravos que eram irmãos judeus, e os soltariam em cumprimento à lei do ano sabático da Lei de Moisés.
E para confirmarem o pacto ofereceram um bezerro em sacrifício na presença do Senhor, o qual foi partido ao meio, e eles passaram no meio das duas partes, significando que estavam oferecendo a sua própria vida, por aquela vítima vicária, em símbolo de que cumpririam o que haviam feito.
Deus se agradou tanto do que eles fizeram, que em vez de entrar em Jerusalém, Nabucodonosor começou a se retirar com o seu exército e todas as tropas confederadas das nações que ele havia dominado, e que se encontravam com ele sitiando a cidade de Jerusalém.
Como eles perceberam que tiveram alívio, voltaram a se endurecer, tal qual faraó no passado, e tornaram a escravizar seus irmãos judeus aos quais haviam libertado.
Isto fez com que a ira do Senhor se acendesse contra eles, porque de Deus não se zomba, e estavam desprezando não somente o mandamento que tinham a obrigação de cumprir, como  quebrando um voto que haviam feito na presença de Deus, com o oferecimento de um bezerro em sacrifício.
Então, o Senhor faria com que os babilônios dessem meia volta e tomassem e queimassem a cidade, e Deus disse pelo profeta, que entregaria Zedequias na mão de Nabucodonosr, e que todos aqueles príncipes e o povo da terra que haviam quebrado o voto que fizeram de libertarem seus irmãos, seriam também entregues na sua mão para serem mortos, e os seus cadáveres serviriam de pasto às aves do céu e aos animais da terra.  
 



JEREMIAS 35

“1 A palavra que da parte do Senhor veio a Jeremias, nos dias de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo:
2 Vai à casa dos recabitas, e fala com eles, introduzindo-os na casa do Senhor, em uma das câmaras, e lhes oferece vinho a beber.
3 Então tomei a Jaazanias, filho de Jeremias, filho de Habazínias, e a seus irmãos, e a todos os seus filhos, e a toda a casa dos recabitas,
4 e os introduzi na casa do Senhor, na câmara dos filhos de Hanã, filho de Jigdalias, homem de Deus, a qual estava junto à câmara dos príncipes que ficava sobre a câmara de Maaseias, filho de Salum, guarda do vestíbulo;
5 e pus diante dos filhos da casa dos recabitas taças cheias de vinho, e copos, e disse-lhes: Bebei vinho.
6 Eles, porém, disseram: Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos ordenou, dizendo: Nunca jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos;
7 não edificareis casa, nem semeareis semente, nem plantareis vinha, nem a possuireis; mas habitareis em tendas todos os vossos dias; para que vivais muitos dias na terra em que andais peregrinando.
8 Obedecemos pois à voz de Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, em tudo quanto nos ordenou, de não bebermos vinho em todos os nossos dias, nem nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos, nem nossas filhas;
9 nem de edificarmos casas para nossa habitação; nem de possuirmos vinha, nem campo, nem semente;
10 mas habitamos em tendas, e assim obedecemos e fazemos conforme tudo quanto nos ordenou Jonadabe, nosso pai.
11 Sucedeu, porém, que, quando subia Nabucodonosor, rei de Babilônia, contra esta terra, dissemos: Vinde, e vamo-nos a Jerusalém, por causa do exército dos caldeus, e por causa do exército dos sírios; e assim habitamos em Jerusalém.
12 Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
13 Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Vai, e dize aos homens de Judá e aos moradores de Jerusalém: Acaso não aceitareis instrução, para ouvirdes as minhas palavras? diz o Senhor.
14 As palavras de Jonadabe, filho de Recabe, pelas quais ordenou a seus filhos que não bebessem vinho, foram guardadas; pois não o têm bebido até o dia de hoje, porque obedecem o mandamento de seu pai; a mim, porém, que vos tenho falado a vós, com insistência, vós não me ouvistes.
15 Também vos tenho enviado, insistentemente, todos os meus servos, os profetas, dizendo: Convertei-vos agora, cada um do seu mau caminho, e emendai as vossas ações, e não vades após outros deuses para os servir, e assim habitareis na terra que vos dei a vós e a vossos pais; mas não inclinastes o vosso ouvido, nem me obedecestes a mim.
16 Os filhos de Jonadabe, filho de Recabe, guardaram o mandamento de seu pai que ele lhes ordenou, mas este povo não me obedeceu;
17 por isso assim diz o Senhor, o Deus dos exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre Judá, e sobre todos os moradores de Jerusalém, todo o mal que pronunciei contra eles; pois lhes tenho falado, e não ouviram; e clamei a eles, e não responderam.
18 E à casa dos recabitas disse Jeremias: Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Pois que obedecestes ao mandamento de Jonadabe, vosso pai, guardando todos os seus mandamentos e fazendo conforme tudo quanto vos ordenou;
19 portanto assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Nunca jamais faltará varão a Jonadabe, filho de Recabe, que assista diante de mim.”

A narrativa deste capítulo pertence a um período anterior à dos capítulos anteriores referentes ao tempo do rei Zedequias, porque os fatos aqui narradas ocorreram antes dele, nos dias do rei Jeoaquim.
Por ordem do Senhor, Jeremias trouxe a uma das câmaras do templo os filhos de Jonadabe, filho de Recabe, que havia dado ordem aos seus filhos que não tomassem vinho, e nem sequer plantassem vinhas, mas que vivessem em tendas, para prolongarem seus dias na terra.
Com isto, ele estava se prevenindo de que houvesse problemas de alcoolismo em sua família, e deu um passo além da própria lei de Deus quanto ao uso do vinho que era proibido somente aos que fizessem voto de nazireado, bem como todo produto da vide. 
Todavia, o que Deus queria comparar era o fato dos filhos de Jonadabe terem obedecido totalmente à ordem do seu pai, enquanto os judeus se recusavam a obedecer ao Deus deles.
Porque Jeremias colocou taças cheias de vinho na presença deles, seguindo as instruções que lhes haviam sido dadas pelo Senhor, e lhes ordenou que bebessem, mas eles se recusaram terminantemente a fazê-lo porque não queriam quebrar a  promessa de obediência que haviam feito a Jonadabe, filho de Recabe. 
Por isso, o Senhor fez acerca deles, a promessa de nunca deixar faltar varões na descendência deles, porque haviam honrado a seu pai, conforme era ordenado pela Lei.

Mas, dos judeus rebeldes que se recusavam a obedecê-lO, disse que lhes traria todo o mal que havia profetizado contra eles.  

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