quinta-feira, 10 de outubro de 2013

JEREMIAS - cap 47 a 50

JEREMIAS 47

“1 A palavra do Senhor que veio a Jeremias, o profeta, acerca dos filisteus, antes que Faraó ferisse a Gaza.
2 Assim diz o Senhor: Eis que do Norte se levantam as águas, e tornar-se-ão em torrente trasbordante, e alagarão a terra e quanto há nela, a cidade e os que nela habitam; os homens clamarão, e todos os habitantes da terra uivarão,
3 ao ruído estrepitoso das unhas dos seus fortes cavalos, ao barulho de seus carros, ao estrondo das suas rodas; os pais não atendem aos filhos, por causa da fraqueza das mãos,
4 por causa do dia que vem para destruir a todos os filisteus, para cortar de Tiro e de Sidom todo o resto que os socorra; pois o Senhor destruirá os filisteus, o resto da ilha de Caftor.
5 A calvície é vinda sobre Gaza; foi desarraigada Asquelom, bem como o resto do seu vale; até quando vos retalhareis?
6 Ah espada do Senhor! até quando deixarás de repousar? volta para a tua bainha; descansa, e aquieta-te.
7 Como podes estar quieta, se o Senhor te deu uma ordem? Contra Asquelom, e contra o litoral, é que ele a enviou.”

O Senhor havia chamado Jeremias, e disse desde o início do seu ministério que lhe havia dado como profeta às nações tanto para ruína, quanto para edificação, e aqui nós vemos o cumprimento cabal da sua comissão, com as profecias que foram dirigidas à destruição dos filisteus, e das cidades de Tiro e Sidom, da Fenícia, e nos capítulos seguintes, de Moabe (cap 48); Amom, Edom, Síria, Arábia (Hazor e Quedar), e Elão (cap 49); e da própria Babilônia (cap 50 e 51).

“Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares; e também para edificares e plantares.” (Jer 1.10)

Os filisteus haviam sido enfraquecidos em suas cidades confederadas de Asquelom, Gate, Ecrom, Asdode e Gaza, nos dias do rei Davi, mas receberiam o golpe mortal das mãos de Nabucodonozor, rei de Babilônia, no mesmo período em que estava dominando outras nações, como as citadas nos capítulos 48 e 49.
A espada que estava retalhando os filisteus e dando cabo de suas vidas era a própria espada de juízo do Senhor, que ordenara a Babilônia a execução de tais juízos; e depois ela própria também seria julgada pelo Senhor, sob a espada dos medos e dos persas, uma vez concluído o trabalho que lhe havia sido designado para fazer. 
Toda aquela destruição que estava sendo realizada nos dias de Jeremias vinha da parte do próprio Senhor, especialmente sobre a grande e desenfreada idolatria que havia em todas estas nações, a ponto de Israel e Judá terem se tornado como qualquer uma delas. 
Se uma pessoa de bom senso lesse estes juízos da Bíblia, em nossos dias, e entendesse o que Deus fez por causa da idolatria em quase todo o mundo conhecido de então, logo deixaria os seus ídolos, ainda que não se voltasse para Deus, porque Ele manifestou com os juízos que trouxe sobre o mundo nos dias de Jeremias o quanto Ele detesta a idolatria, porque é uma grande desonra e ingratidão à Sua pessoa divina em ser desprezado como o Criador de todas as coisas, e ser substituído nos corações dos homens que criou, por ídolos que são obras de suas próprias mãos humanas, ou então criaturas que o próprio Deus trouxe à existência, como o sol, a lua, as estrelas, animais etc. 

“18 Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça.
19 Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
20 Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis;
21 porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
22 Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos,
23 e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
24 Por isso Deus os entregou, nas concupiscências de seus corações, à imundícia, para serem os seus corpos desonrados entre si;
25 pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém.” (Rom 1.18-25)     




JEREMIAS 48

“1 Acerca de Moabe. Assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Ai de Nebo, porque foi destruída; envergonhada está Quiriataim, já é tomada; Misgabe está envergonhada e espantada.
2 O louvor de Moabe já não existe mais; em Hesbom projetaram mal contra ela, dizendo: Vinde, e exterminemo-la, para que não mais seja nação; também tu, ó Madmém, serás destruída; a espada te perseguirá.
3 Voz de grito de Horonaim, ruína e grande destruição!
4 Está destruído Moabe; seus filhinhos fizeram ouvir um clamor.
5 Pois pela subida de Luíte eles vão subindo com choro contínuo; porque na descida de Horonaim, ouviram a angústia do grito da destruição.
6 Fugi, salvai a vossa vida! Sede como o asno selvagem no deserto.
7 Pois, porquanto confiaste nas tuas obras e nos teus tesouros, também tu serás tomada; e Quemós sairá para o cativeiro, os seus sacerdotes e os seus príncipes juntamente.
8 Porque virá o destruidor sobre cada uma das cidades e nenhuma escapará, e perecerá o vale, e destruir-se-á a planície, como disse o Senhor.
9 Dai asas a Moabe, porque voando sairá; e as suas cidades se tornarão em desolação, sem habitante.
10 Maldito aquele que fizer a obra do Senhor negligentemente, e maldito aquele que vedar do sangue a sua espada!
11 Moabe tem estado sossegado desde a sua mocidade, e tem repousado como vinho sobre as fezes; não foi deitado de vasilha em vasilha, nem foi para o cativeiro; por isso permanece nele o seu sabor, e o seu cheiro não se altera.
12 Portanto, eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que lhe enviarei derramadores que o derramarão; e despejarão as suas vasilhas, e despedaçarão os seus jarros.
13 E Moabe terá vergonha de Quemós, como se envergonhou a casa de Israel de Betel, sua confiança.
14 Como direis: Somos valentes e homens fortes para a guerra?
15 Já subiu o destruidor de Moabe e das suas cidades, e os seus mancebos escolhidos desceram à matança, diz o Rei, cujo nome é o Senhor dos exércitos.
16 A calamidade de Moabe está perto e muito se apressa o seu mal.
17 Condoei-vos dele todos os que estais em seu redor, e todos os que sabeis o seu nome; dizei: Como se quebrou a vara forte, o cajado formoso!
18 Desce da tua glória, e senta-te no pó, ó moradora, filha de Dibom; porque o destruidor de Moabe subiu contra ti, e desfez as tuas fortalezas.
19 Põe-te junto ao caminho, e espia, ó moradora do Aroer; pergunta ao que foge, e à que escapa: Que sucedeu?
20 Moabe está envergonhado, porque foi quebrantado; uivai e gritai; anunciai em Arnom que Moabe está destruído.
21 Também o julgamento é vindo sobre a terra da planície; sobre Holom, Jaza, e Mefaate;
22 sobre Dibom, Nebo, e Bete-Diblataim;
23 sobre Quiriataim, Bete-Gamul, e BeteMeom;
24 sobre Queriote, e Bozra, e todas as cidades da terra de Moabe, as de longe e as de perto.
25 Está cortado o poder de Moabe, e quebrantado o seu braço, diz o senhor.
26 Embriagai-o, porque contra o Senhor se engrandeceu; e Moabe se revolverá no seu vômito, e ele também se tornará objeto de escárnio.
27 Pois não se tornou também Israel objeto de escárnio para ti? Porventura foi achado entre ladrões para que, sempre que falas dele, meneies a cabeça?
28 Deixai as cidades, e habitai no rochedo, ó moradores de Moabe; e sede como a pomba que se aninha nos lados da boca da caverna.
29 Temos ouvido da soberba de Moabe, que é soberbíssimo; da sua sobrançaria, do seu orgulho, da sua arrogância, e da altivez do seu coração.
30 Eu conheço, diz o Senhor, a sua insolência, mas isso nada é; as suas jactâncias nada têm efetuado.
31 Por isso uivarei por Moabe; sim, gritarei por todo o Moabe; pelos homens de Quir-Heres lamentarei.
32 Com choro maior do que o de Jazer chorar-te-ei, ó vide de Sibma; os teus ramos passaram o mar, chegaram até o mar de Jazer; mas o destruidor caiu sobre os teus frutos de verão, e sobre a tua vindima.
33 Tirou-se, pois, a alegria e o regozijo do campo fértil e da terra de Moabe; e fiz que o vinho cessasse dos lagares; já não pisam uvas com júbilo; o brado não é o de júbilo
34 O grito de Hesbom e Eleale se ouve até Jaza; fazem ouvir a sua voz desde Zoar até Horonaim, e até Eglate-Selíssia; pois também as águas do Ninrim virão a ser uma desolação.
35 Demais, farei desaparecer de Moabe, diz o Senhor, aquele que sacrifica nos altos, e queima incenso a seus deuses.
36 Por isso geme como flauta o meu coração por Moabe, e como flauta geme o meu coração pelos homens de Quir-Heres; porquanto a abundância que ajuntou se perdeu.
37 Pois toda cabeça é tosquiada, e toda barba rapada; sobre todas as mãos há sarjaduras, e sobre os lombos sacos.
38 Sobre todos os eirados de Moabe e nas suas ruas há um pranto geral; porque quebrei a Moabe, como a um vaso que não agrada, diz o Senhor.
39 Como está quebrantrado! como uivam! como virou Moabe as costas envergonhado! assim se tornou Moabe objeto de escárnio e de espanto para todos os que estão em redor dele.
40 Pois assim diz o Senhor: Eis que alguém voará como a águia, e estenderá as suas asas contra Moabe.
41 Tomadas serão as cidades, e ocupadas as fortalezas; e naquele dia será o coração dos valentes de Moabe como o coração da mulher em suas dores de parto.
42 E Moabe será destruído, para que não seja povo, porque se engrandeceu contra o Senhor.
43 Temor, e cova, e laço estão sobre ti, ó morador de Moabe, diz o Senhor.
44 O que fugir do temor cairá na cova, e o que sair da cova ficará preso no laço; pois trarei sobre ele, sobre Moabe, o ano do seu castigo, diz o Senhor.
45 Os que fugiram ficam parados sem forças à sombra de Hesbom; mas fogo saiu de Hesbom, e a labareda do meio de Siom, e devorou a fronte de Moabe e o alto da cabeça dos turbulentos.
46 Ai de ti, Moabe! pereceu o povo de Quemós; pois teus filhos foram levados cativos, e tuas filhas para o cativeiro.
47 Contudo nos últimos dias restaurarei do cativeiro a Moabe, diz o Senhor. Até aqui o juizo de Moabe.”

As profecias de Is 15 e 16, e de Amós 2, contra Moabe, se cumpriram nos dias dos assírios, sob o rei Salmanasar, que havia invadido Moabe muito antes dos dias de Jeremias.
Mas as profecias aqui descritas contra todas as cidades de Moabe, e a sentença do Senhor de que deixaria de ser nação, foram cumpridas por Nabucodonosor de Babilônia, cerca de 5 anos depois da destruição de Judá.
É importante lembrar que os moabitas, juntamente com os amonitas, haviam se juntado a Babilônia para a ajudarem no cerco de Jerusalém, porque era historicamente, grande o ódio que estas duas nações tinham contra os israelitas, e isto desde os dias de Moisés.
Então é profetizado aqui o dia de ajuste de contas, especialmente pelo modo como desprezavam a Israel, sendo os moabitas e amonitas, descendentes de Ló, o sobrinho de Abraão, o que servia somente para agravar ainda mais o juízo deles. 
Tal como os árabes que são descendentes de Ismael, e que têm grande ódio de Israel, podem ter como certo o juízo que o Senhor trará sobre eles quando se coligarem com as nações nos dias do Anticristo para tentarem riscar Israel do mapa.     
Devemos dar um destaque especial em nosso comentário à citação do verso 10 no qual se afirma o seguinte:

“Maldito aquele que fizer a obra do Senhor negligentemente, e maldito aquele que vedar do sangue a sua espada!” (v.10)

Este versículo tem sido muito mal empregado na Igreja, onde se afirma que qualquer pessoa que fizer a obra do Senhor negligentemente é maldita, como forma de ameaça e incentivo a levar os crentes a trabalharem com perfeição na obra de Deus, o que de fato deve ser buscado, mas nunca, jamais, debaixo de tal ameaça de maldição, porque a citação deste versículo pode ser entendida no contexto imediato e seguinte do próprio versículo, no qual se afirma a quem se aplicaria a maldição proferida pelo profeta: “aquele que vedar do sangue a sua espada!”, ou seja, todo babilônio que estava sendo levantado por Deus para uma destruição em todas as cidades de Moabe pela espada. Então o soldado de Babilônia que embainhasse a sua espada e não a sujasse com o sangue dos moabitas, seria considerado maldito.

O maior pecado de Moabe ao lado da idolatria ao seu deus Quemós, era a soberba daquela nação que havia enriquecido muito, e que pensava que como toda a fortuna que havia acumulado poderia se livrar de possíveis ameaças de destruição, por fazer alianças com outras nações, confiando em suas riquezas.
Então o Senhor lhes traria uma completa ruína e deixaria uns poucos remanescentes daquela nação, mas que ficariam espalhados pelo mundo, mas jamais poderiam se reorganizar futuramente como uma nação sob o nome do patriarca deles, a saber, Moabe, assim, como os dos judeus é Israel, o nome que Deus dera a Jacó.     




JEREMIAS 49

“1 A respeito dos filhos de Amom. Assim diz o Senhor: Acaso Israel não tem filhos? Não tem herdeiro? Por que, então, possui Milcom a Gade, e o seu povo habita nas suas cidades?
2 Portanto, eis que vêm os dias, diz o Senhor, em que farei ouvir contra Rabá dos filhos de Amom o alarido de guerra, e tornar-se-á num montão de ruínas, e os seus arrabaldes serão queimados a fogo; então Israel deserdará aos que e deserdaram a ele, diz o Senhor.
3 Uiva, ó Hesbom, porque é destruída Ai; clamai, ó filhas de Rabá, cingi-vos de sacos; lamentai, e dai voltas pelas sebes; porque Milcom irá em cativeiro, juntamente com os seus sacerdotes e os seus príncipes.
4 Por que te glorias nos vales, teus luxuriantes vales, ó filha apóstata? que confias nos teus tesouros, dizendo: Quem virá contra mim?
5 Eis que farei vir sobre ti pavor, diz o Senhor Deus dos exércitos, de todos os que estão ao redor de ti; e sereis lançados fora, cada um para diante, e ninguém recolherá o desgarrado.
6 Mas depois disto farei voltar do cativeiro os filhos de Amom, diz o senhor.
7 A respeito de Edom. Assim diz o Senhor dos exércitos: Acaso não há mais sabedoria em Temã? Pereceu o conselho dos entendidos? Desvaneceu-se-lhes a sabedoria?
8 Fugi, voltai, habitai em profundezas, ó moradores de Dedã; porque trarei sobre ele a calamidade de Esaú, o tempo em que o punirei.
9 Se vindimadores viessem a ti, não deixariam alguns rabiscos? se ladrões de noite, não te danificariam só o quanto lhes bastasse?
10 Mas eu desnudei a Esaú, descobri os seus esconderijos, de modo que ele não se poderá esconder. E despojada a sua descendência, como também seus irmãos e seus vizinhos, e ele já não existe.
11 Deixa os teus órfãos, eu os guardarei em vida; e as tuas viúvas confiem em mim.
12 Pois assim diz o Senhor: Eis que os que não estavam condenados a beber o copo, certamente o beberão; e ficarias tu inteiramente impune? Não ficarás impune, mas certamente o beberás.
13 Pois por mim mesmo jurei, diz o Senhor, que Bozra servirá de objeto de espanto, de opróbrio, de ruína, e de maldição; e todas as suas cidades se tornarão em desolações perpétuas.
14 Eu ouvi novas da parte do Senhor, que um embaixador é enviado por entre as nações para lhes dizer: Ajuntai-vos, e vinde contra ela, e levantai-vos para a guerra.
15 Pois eis que te farei pequeno entre as nações, desprezado entre os homens.
16 Quanto à tua terribilidade, enganou-te a arrogância do teu coração, ó tu que habitas nas cavernas dos penhascos, que ocupas as alturas dos outeiros; ainda que ponhas o teu ninho no alto como a águia, de lá te derrubarei, diz o Senhor.
17 E Edom se tornará em objeto de espanto; todo aquele que passar por ela se espantará, e assobiará por causa de todas as suas pragas.
18 Como na subversão de Sodoma e Gomorra, e das cidades circunvizinhas, diz o Senhor, não habitará ninguém ali, nem peregrinará nela filho de homem.
19 Eis que como leão subirá das margens do Jordão um inimigo contra a morada forte; mas de repente o farei correr dali; e ao escolhido, pô-lo-ei sobre ela. Pois quem é semelhante a mim? e quem me fixará um prazo? e quem é o pastor que me poderá resistir?
20 Portanto ouvi o conselho do Senhor, que ele decretou contra Edom, e os seus desígnios, que ele intentou contra os moradores de Temã: Até os mais novos do rebanho serão arrastados; certamente ele assolará as suas moradas sobre eles.
21 A terra estremecerá com o estrondo da sua queda; o som do seu clamor se ouvirá até o Mar Vermelho.
22 Eis que como águia subirá, e voará, e estenderá as suas asas contra Bozra; e o coração do valente de Edom naquele dia se tornará como o coração da mulher que está em dores de parto.
23 A respeito de Damasco. Envergonhadas estão Hamate e Arpade, e se derretem de medo porquanto ouviram más notícias; estão agitadas como o mar, que não pode aquietar-se.
24 Enfraquecida está Damasco, virou as costas para fugir, e o tremor apoderou-se dela; angústia e dores apossaram-se dela como da mulher que está de parto.
25 Como está abandonada a cidade famosa, a cidade da minha alegria!
26 Portanto os seus jovens lhe cairão nas ruas, e todos os homens de guerra serão consumidos naquele dia, diz o Senhor dos exércitos.
27 E acenderei fogo no muro de Damasco, o qual consumirá os palácios de Ben-Hadade.
28 A respeito de Quedar, e dos reinos de Hazor, que Nabucodonosor, rei de Babilônia, feriu. Assim diz o Senhor: Levantai-vos, subi contra Quedar, e destruí os filhos do Oriente.
29 As suas tendas e os seus rebanhos serão tomados; as suas cortinas serão levadas, como também todos os seus vasos, e os seus camelos; e lhes gritarão: Há terror de todos os lados!
30 Fugi, desviai-vos para muito longe, habitai nas profundezas, ó moradores de Hazor, diz o Senhor; porque Nabucodonosor, rei de Babilônia, tomou conselho contra vós, e formou um desígnio contra vós.
31 Levantai-vos, subi contra uma nação que está sossegada, que habita descuidada, diz o Senhor; que não tem portas nem ferrolhos, que habita a sós.
32 E os seus camelos serão para presa e a multidão do seu gado para despojo; e espalharei a todo o vento aqueles que cortam os cantos da sua cabeleira; e de todos os lados lhes trarei a sua calamidade, diz o Senhor.
33 Assim Hazor se tornará em morada de chacais, em desolação para sempre; ninguém habitará ali, nem peregrinará nela filho de homem.
34 A palavra do Senhor, que veio a Jeremias, o profeta, acerca de Elão, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, dizendo:
35 Assim diz o Senhor dos exércitos: Eis que eu quebrarei o arco de Elão, o principal do seu poder.
36 E trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro cantos dos céus, e os espalharei para todos estes ventos; e não haverá nação aonde não cheguem os fugitivos de Elão.
37 E farei que Elão desfaleça diante de seus inimigos e diante dos que procuram a sua morte. Farei vir sobre eles o mal, o furor da minha ira, diz o Senhor; e enviarei após eles a espada, até que eu os tenha consumido.
38 E porei o meu trono em Elão, e destruirei dali rei e príncipes, diz o Senhor.
39 Acontecerá, porém, nos últimos dias, que restaurarei do cativeiro a Elão, diz o Senhor.”

As profecias dirigidas a Moabe no capítulo anterior, também são aplicáveis a Amom, Edom, Hazor e Quedar, que eram reinos aparentados segundo a carne a Israel, porque eram descendentes de Abraão, mas ao determinar a sentença contra eles de que não seriam mais nações, o Senhor marcou de modo muito claro a eleição de Israel, o povo que Ele havia amado, escolhido e formado para manifestar a partir dEle a sua glória e salvação na terra.

“21 Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me, a hora vem, em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai.
22 Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos; porque a salvação vem dos judeus.” (Jo 4.21,22)

Edom era Esaú, o irmão gêmeo de Israel, a quem Deus desprezou desde o ventre de sua mãe Rebeca, porque sabia em Sua presciência que não seria amado por Esaú, e que ele desejaria viver como um pagão cananeu, como de fato vivera toda a sua vida, e transmitiu seus costumes contrários aos do Senhor aos seus descendentes, sobre os quais é declarada agora uma sentença de destruição.
Eles também haviam odiado Israel, durante toda a sua existência como nação, dando cumprimento à revelação profética, que Deus dera a Rebeca de que no seu ventre havia duas nações (Edom e Israel) que viveriam em inimizade, assim como os gêmeos estavam lutando no seu ventre.        
Nos versos 17 e 18 Deus diz que subverteria Edom, tal como fizera com Sodoma e Gomorra, de modo que não haveria mais nenhum edomita que residisse naquelas terras, depois que fossem levados em cativeiro pelos babilônios.
Tal seria a dimensão da destruição que Deus traria sobre os homens de Edom, que não haveria quem ficasse para cuidar dos seus órfãos e viúvas, aos quais o Senhor se referiu que Ele mesmo tomaria o encargo de cuidar deles para que permanecessem em vida (v.11). 
Se Deus havia julgado o Seu próprio povo, como deixaria impune tais nações? Isto é um sinal e aviso profético para o final dos tempos, quando o Senhor castigará os crentes rebeldes da grande Igreja de Laodicéia, próximo do período da manifestação do Anticristo, e como deixará de julgar com um grande e terrível juízo os ímpios de todas as nações da terra?   
A partir do verso 23 são dirigidos juízos sobre a Síria, especialmente sobre a sua capital, Damasco, e suas cidades de Hamate e Arpade. Damasco seria deixada deserta mas não destruída inteiramente, mas os palácios do rei Ben-Hadade, e o muro de Damasco seriam incendiados.   
A partir do verso 28 são descritas as assolações dos reinos dos árabes, de Quedar e de Hazor, também por Nabucodonosor. Eles viviam em tendas e não em cidades fortificadas com portões com ferrolhos, mas mesmo assim seriam feitos presas por Babilônia, e seus camelos e todo o seu gado também lhes seriam tomados. E Hazor seria assolada para que não fosse mais habitada, porque seria tornada em morada de chacais.   
A partir do verso 34 é descrita a assolação de Elão, mas o Senhor não a destruiria de todo, porque vemos elamitas juntamente com partos, em Jerusalém, no dia em que o Espírito Santo foi derramado no dia de Pentecostes. E isto está em conformidade com a promessa que Deus fizera através de Jeremias acerca deles, quanto a serem levantado por Ele no futuro:

“Acontecerá, porém, nos últimos dias, que restaurarei do cativeiro a Elão, diz o Senhor.” (v. 39)




JEREMIAS 50

“1 A palavra que falou o Senhor acerca de Babilônia, acerca da terra dos caldeus, por intermédio de Jeremias o profeta.
2 Anunciai entre as nações e publicai, arvorando um estandarte; sim publicai, não encubrais; dizei: Tomada está Babilônia, confundido está Bel, caído está Merodaque, confundidos estão os seus ídolos, e caídos estão os seus deuses.
3 Pois do Norte sobe contra ela uma nação que fará da sua terra uma desolação, e não haverá quem nela habite; tanto os homens como os animais já fugiram e se foram.
4 Naqueles dias, e naquele tempo, diz o Senhor, os filhos de Israel virão, eles e os filhos de Judá juntamente; andando e chorando virão, e buscarão ao Senhor seu Deus.
5 Acerca de Sião indagarão, tendo os seus rostos voltados para lá e dizendo: Vinde e uni-vos ao Senhor num pacto eterno que nunca será esquecido.
6 Ovelhas perdidas têm sido o meu povo; os seus pastores as fizeram errar, e voltar aos montes; de monte para outeiro andaram, esqueceram-se do lugar de seu repouso.
7 Todos os que as achavam as devoraram, e os seus adversários diziam: Culpa nenhuma teremos; porque pecaram contra o Senhor, a morada da justiça, sim, o Senhor, a esperança de seus pais.
8 Fugi do meio de Babilônia, e saí da terra dos caldeus, e sede como os bodes diante do rebanho.
9 Pois eis que eu suscitarei e farei subir contra Babilônia uma companhia de grandes nações da terra do Norte; e por-se-ão em ordem contra ela; dali será ela tomada. As suas flechas serão como as de valente herói; nenhuma tornará sem efeito.
10 E Caldéia servirá de presa; todos os que a saquearem ficarão fartos, diz o Senhor.
11 Embora vos alegreis e vos regozijeis, ó saqueadores da minha herança, embora andeis soltos como novilha que pisa a erva, e rincheis como cavalos vigorosos,
12 muito envergonhada será vossa mãe, ficará humilhada a que vos deu à luz; eis que ela será a última das nações, um deserto, uma terra seca e uma solidão.
13 Por causa da ira do Senhor não será habitada, antes se tornará em total desolação; qualquer que passar por Babilônia se espantará, e assobiará por causa de todas as suas pragas.
14 Ponde-vos em ordem para cercar Babilônia, todos os que armais arcos; atirai-lhe, não poupeis as flechas, porque ela tem pecado contra o Senhor.
15 Gritai contra ela rodeando-a; ela já se submeteu; caíram seus baluartes, estão derribados os seus muros. Pois esta é a vingança do Senhor; vingai-vos dela; conforme o que ela fez, assim lhe fazei a ela.
16 Cortai de Babilônia o que semeia, e o que maneja a foice no tempo da sega; por causa da espada do opressor virar-se-á cada um para o seu povo, e fugirá cada qual para a sua terra.
17 Cordeiro desgarrado é Israel, os leões o afugentaram; o primeiro a devorá-lo foi o rei da Assíria, e agora por último Nabucodonosor, rei de Babilônia, lhe quebrou os ossos.
18 Portanto, assim diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Eis que castigarei o rei de Babilônia e a sua terra, como castiguei o rei da Assíria.
19 E farei voltar Israel para a sua morada, e ele pastará no Carmelo e em Basã, e se fartará nos outeiros de Efraim e em Gileade.
20 Naqueles dias, e naquele tempo, diz o Senhor, buscar-se-á a iniqüidade em Israel, e não haverá; e o pecado em Judá, e não se achará; pois perdoarei aos que eu deixar de resto.
21 Sobe contra a terra de Merataim, sim, contra ela, e contra os moradores de Pecode; mata e inteiramente destrói tudo após eles, diz o Senhor, e faze conforme tudo o que te ordenei.
22 Na terra há estrondo de batalha, e de grande destruição.
23 Como foi cortado e quebrado o martelo de toda a terra! como se tornou Babilônia em objeto de espanto entre as nações!
24 Laços te armei, e também foste presa, ó Babilônia, e tu não o soubeste; foste achada, e também apanhada, porque contra o Senhor te entremeteste.
25 O Senhor abriu o seu arsenal, e tirou os instrumentos da sua indignação; porque o Senhor Deus dos exércitos tem uma obra a realizar na terra dos caldeus.
26 Vinde contra ela dos confins da terra, abri os seus celeiros; fazei dela montões, e destruí-a de todo; nada lhe fique de resto.
27 Matai a todos os seus novilhos, desçam ao degoladouro; ai deles! porque é chegado o seu dia, o tempo da sua punição.
28 Eis a voz dos que fogem e escapam da terra de Babilônia para anunciarem em Sião a vingança do Senhor nosso Deus, a vingança do seu templo.
29 Convocai contra Babilônia os flecheiros, todos os que armam arcos; acampai-vos contra ela em redor, ninguém escape dela. Pagai-lhe conforme a sua obra; conforme tudo o que ela fez, assim lhe fazei a ela; porque se houve arrogantemente contra o Senhor, contra o Santo de Israel.
30 Portanto cairão os seus jovens nas suas praças, e todos os seus homens de guerra serão destruídos naquele dia, diz o Senhor.
31 Eis que eu sou contra ti, ó soberbo, diz o Senhor Deus dos exércitos; pois o teu dia é chegado, o tempo em que te hei de punir?
32 Então tropeçará o soberbo, e cairá, e ninguém haverá que o levante; e porei fogo às suas cidades, o qual consumirá tudo o que está ao seu redor.
33 Assim diz o Senhor dos exércitos: Os filhos de Israel e os filhos de Judá são juntamente oprimidos; e todos os que os levaram cativos os retêm, recusam soltá-los.
34 Mas o seu Redentor é forte; o Senhor dos exércitos é o seu nome. Certamente defenderá em juízo a causa deles, para dar descanso à terra, e inquietar os moradores de Babilônia.
35 A espada virá sobre os caldeus, diz o senhor, e sobre os moradores de Babilônia, e sobre os seus príncipes, e sobre os seus sábios.
36 A espada virá sobre os paroleiros, e eles ficarão insensatos; a espada virá sobre os seus valentes, e eles desfalecerão.
37 A espada virá sobre os seus cavalos, e sobre os seus carros, e sobre todo o povo misto, que se acha no meio dela, e eles se tornarão como mulheres; a espada virá sobre os seus tesouros, e estes serão saqueados.
38 Cairá a seca sobre as suas águas, e elas secarão; pois é uma terra de imagens esculpidas, e eles pelos seus ídolos fazem-se loucos.
39 Por isso feras do deserto juntamente com lobos habitarão ali; também habitarão nela avestruzes; e nunca mais será povoada, nem será habitada de geração em geração.
40 Como quando Deus subverteu a Sodoma e a Gomorra, e às suas cidades vizinhas, diz o Senhor, assim ninguém habitará ali, nem peregrinará nela filho de homem.
41 Eis que um povo vem do norte; e uma grande nação e muitos reis se levantam das extremidades da terra.
42 Armam-se de arco e lança; são cruéis, e não têm piedade; a sua voz brama como o mar, e em cavalos vêm montados, dispostos como homens para a batalha, contra ti, ó filha de Babilônia.
43 O rei de Babilônia ouviu a fama deles, e desfaleceram as suas mãos; a angústia se apoderou dele, dores, como da que está de parto.
44 Eis que como leão subirá das margens do Jordão um inimigo contra a morada forte, mas de repente o farei correr dali; e ao escolhido, pô-lo-ei sobre ela. Pois quem é semelhante a mim? e quem me fixará um prazo? Quem é o pastor que me poderá resistir?
45 Portanto ouvi o conselho que o Senhor decretou contra Babilônia, e o propósito que formou contra a terra dos caldeus: Certamente eles, os pequenos do rebanho, serão arrastados; certamente o aprisco ficará apavorado por causa deles.
46 Ao estrondo da tomada de Babilônia estremece a terra; e o grito se ouve entre as nações.”

Esta profecia de Jeremias sobre a queda de Babilônia, somente se cumprira 70 anos após ter sido proferida, quando Nabucodonosor já não estaria mais no trono, e quando estivesse reinando seu neto Belssazar, filho de Evil-Merodaque, que havia sucedido a Nabucodonosor no trono de Babilônia.
Assim a queda de Babilônia, foi predita antes mesmo do nascimento do rei persa, Ciro, por quem ela seria dominada.    
À queda de Babilônia corresponderia a elevação e restauração dos judeus, conforme prometido por Deus nesta profecia.  
Deus havia envergonhado os falsos deuses de todas as nações relacionadas nos capítulos anteriores, e agora envergonharia os de Babilônia, tal como tinha feito com os falsos deuses do Egito nos dias de Moisés, e tudo isto deveria servir para reforçar a convicção no povo que voltaria do cativeiro, que somente o Deus dos judeus é Deus, e que não passam de invenções de homens os deuses das nações.   
Os judeus buscariam ao Senhor quando Babilônia fosse castigada e Ele se deixaria achar por eles, porque perdoaria os seus pecados, com que haviam transgredido contra Ele. 
Deus faria das terras férteis de Babilônia um grande deserto, de maneira que ninguém habitaria nelas por gerações sucessivas. 
A arqueologia descobriu em anos recentes as antigas ruínas de Babilônia, numa região desolada ocupada atualmente pelo Iraque.
Sadam Hussein, tentou reviver a antiga glória de Babilônia, nomeando-se a si mesmo o Nabucodonosor redivivo, e todos sabemos da destruição que tem acontecido naquele país e o que foi feito aos palácios e monumentos por ele erigidos. Se tivesse um maior conhecimento destas Escrituras e se tivesse o temor do Senhor quanto ao que declarou sobre a ruína eterna de Babilônia, não teria se envolvido em tal empreendimento, que em primeira instância, tratava-se de uma afronta à determinação de Deus.
O templo de Bel, divindade Babilônica, tinha a altura de 200 metros, e era nele que Nabucodonosor guardava os objetos que levara do templo de Jerusalém, que ele havia destruído, sendo este um dos motivos declarados pelo Senhor, nesta profecia de Jeremias, dos juízos que traria contra Babilônia. 

A cidade de Babilônia fora construída a cerca de 80 quilômetros da moderna Bagdá, é ficava próxima do Golfo Pérsico. Suas muralhas tinham mais de cem metros de altura e tinha largura em torno de cinco metros. Cada lado da cidade possuía vinte e cinco portas de metal, e de cada uma destas portas partia uma rua com cerca de seis quilômetros de comprimento. Daí podemos inferir o grande o orgulho que  havia no rei deles bem como em todo o povo, que seria mais um dos motivos de terem sido ameaçados com o juízo de Deus que viria sobre eles no futuro (v. 29 a 32)    

Nenhum comentário:

Postar um comentário