quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Malaquias - cap 3 e 4


Malaquias 3

“1 Eis que eu envio o meu mensageiro, e ele há de preparar o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, e o anjo do pacto, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos exércitos.
2 Mas quem suportará o dia da sua vinda? e quem subsistirá, quando ele aparecer? Pois ele será como o fogo de fundidor e como o sabão de lavandeiros;
3 assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata, até que tragam ao Senhor ofertas em justiça.
4 Então a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, e como nos primeiros anos.
5 E chegar-me-ei a vós para juízo; e serei uma testemunha veloz contra os feiticeiros, contra os adúlteros, contra os que juram falsamente, contra os que defraudam o trabalhador em seu salário, a viúva, e o órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos exércitos.
6 Pois eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.
7 Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes. Tornai vós para mim, e eu tornarei para vós diz o Senhor dos exércitos. Mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
8 Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.
9 Vós sois amaldiçoados com a maldição; porque a mim me roubais, sim, vós, esta nação toda.
10 Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança.
11 Também por amor de vós reprovarei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; nem a vossa vide no campo lançará o seu fruto antes do tempo, diz o Senhor dos exércitos.
12 E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos.
13 As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Que temos falado contra ti?
14 Vós tendes dito: inútil é servir a Deus. Que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante do Senhor dos exércitos?
15 Ora pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam; sim, eles tentam a Deus, e escapam.
16 Então aqueles que temiam ao Senhor falaram uns aos outros; e o Senhor atentou e ouviu, e um memorial foi escrito diante dele, para os que temiam ao Senhor, e para os que se lembravam do seu nome.
17 E eles serão meus, diz o Senhor dos exércitos, minha possessão particular naquele dia que prepararei; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve.
18 Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que o não serve.”

Ainda que Israel estivesse sendo infiel à aliança que o Senhor havia feito com eles, no entanto, Ele permaneceria fiel e cumpriria tudo o que havia prometido em relação a eles.
O Messias viria ao Seu templo para restaurar todas as coisas, e a Sua vinda seria repentina, mas seria precedida por um mensageiro que lhe prepararia o Seu caminho (João Batista).  
Ele, Jesus era o Anjo da aliança que havia guiado os israelitas no deserto, o qual eles desejavam ver de novo nos dias de Malaquias. 
Ele viria, mas não do modo que os israelitas esperavam, porque viria para santificar o Seu povo, como um fogo de ourives que separa a escória do ouro, como um sabão dos lavandeiros, que limpa a sujeira.
Deus requer ofertas em justiça, e para tanto, os ofertantes devem ser justificados e purificados. Este trabalho é feito pelo Messias através do fogo e do lavar do Espírito Santo, que Ele dá a todo aquele que nEle crê. 
Aqueles que em Judá e Jerusalém fossem purificados pelo Messias, seriam aceitos pelo Senhor, e tanto eles quanto as suas ofertas Lhe seriam de novo agradáveis, como no princípio, nos dias antigos, quando o povo andou em conformidade com a vontade de Deus, tal como nos dias de Josué.  
Deus seria uma bênção para os justificados e purificados pelo Messias, mas seria um juízo contra os feiticeiros, os adúlteros, os que juram falsamente, contra os que defraudam o trabalhador em seu salário, a viúva, e o órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro, e que não O temiam (v. 5).
Na verdade, todos de Israel não eram consumidos, não por causa do próprio mérito e justiça deles, mas porque o Senhor é imutável em Sua fidelidade e misericórdia em cumprir as boas promessas que fez para o Seu povo (v. 6).
Porque o povo sempre andou errado para com Ele, desde os dias dos patriarcas, e se desviou dos seus estatutos e não os cumpriram (v. 7).
Contudo, mesmo a um povo infiel o Senhor permanece fiel, chamando-o ao arrependimento (v. 7).
E o modo de retornar para Deus é declarado por Ele a partir do verso 8:
Não Lhe roubando nos dízimos e nas ofertas alçadas.
Ambos eram determinações específicas da Lei de Moisés, que a propósito enumerava diversos tipos de ofertas e o modo da sua apresentação, especialmente para a manutenção do ministério e do serviço do santuário. O dízimo para o sustento dos levitas e dos sacerdotes, e as ofertas alçadas, para a manutenção dos serviços da casa de Deus.
Os israelitas sempre se desviavam do cumprimento desta ordenança, e este havia sido um dos motivos de os levitas não cumprirem fielmente o dever deles em Israel.
Nós vemos mesmo nos dias de Neemias quando ele havia restaurado o serviço do templo, que os levitas voltaram para suas possessões porque o povo estava sendo infiel nos dízimos e nas ofertas, de modo que os levitas não podiam ser sustentados vivendo somente dos serviços da casa de Deus.
Por isso há uma promessa de bênção feita através do profeta Malaquias, para eles, associada ao ato de obediência a estes dois mandamentos da Lei.
Em vez de serem amaldiçoados, como estava acontecendo, Israel seria abençoado caso cumprisse a ordenança relativa aos dízimos e às ofertas, para que o serviço do templo e do ensino da Lei em Israel, não sofresse pela falta de recursos. 
Certamente, isto não é tudo, porque os sacerdotes e escribas dos dias de Jesus viviam em grande abastança, resultado da exploração do povo e de um serviço religioso corrompido. Não era de modo  nenhum pela falta de bens que eram infiéis no serviço que deveriam prestar para Deus.
No entanto, a carência total de recursos, pode paralisar qualquer ministério. 
A falta de piedade de todo o povo de Israel nos dias de Malaquias levava-os a considerarem que servir a Deus era perda de tempo e de recursos. Afinal, as nações ímpias, com seus falsos deuses prosperavam e não sofriam juízos conforme o que eles próprios,  israelitas, haviam experimentado ao longo da sua história como nação. 
Contudo, Deus chamou tal atitude de palavras agressivas dirigidas contra Ele.
E lhes falou acerca do juízo vindouro, no qual se verá a diferença entre o justo e o ímpio, entre aquele que serve a Deus, e o que não O serve; porque aqueles que são do Senhor, ainda que sofram injustiças neste mundo, serão poupados por Ele no juízo final, porque são o seu tesouro particular, e são como filhos, que são poupados pelo pai ao qual eles servem (v. 16 a 18). 


Malaquias 4

“1 Pois eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como restolho; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo.
2 Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.
3 E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos exércitos.
4 Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, a qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e ordenanças.
5 Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor;
6 e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.”

Este capítulo é uma continuação do final do anterior.
Naquele nós vimos Deus proferindo que não era correta a idéia que o Seu povo tinha acerca dos soberbos e das nações ímpias que prosperavam, enquanto eles, o povo da aliança, sofriam.
O Senhor declarou deles, daqueles que O serviam, serem o seu particular tesouro que Ele pouparia no dia do Juízo.
E nada foi declarado quanto aos injustos e que não O servem no capítulo anterior, senão que se veria outra vez a grande diferença que há entre eles, e aqueles que são justos e que O servem.
Mas aqui, é declarado deles, logo no início deste capitulo, que, no dia do juízo “que vem ardendo como uma fornalha, todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como restolho; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo” (v. 1).
E mais uma vez, se declara promessas de bênçãos para os justos que temem o nome do Senhor, para os quais é proferido que “nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.” (v. 2).
O sol da justiça prometido é Cristo, que cura o povo do Senhor das suas enfermidades, especialmente do pecado, e isto é para eles motivo de alegria, tal como os bezerros que saem saltando quando são livrados da estrebaria.
E aqueles ímpios que os israelitas invejam na prosperidade deles aqui neste mundo, seriam pisados pelos santos no dia do juízo, e seriam feitos como cinza debaixo das plantas dos seus pés (v. 3). 
Isto significa que o mal será subjugado pelo bem no dia do grande juízo de Deus.
Então Israel foi incentivado pelo profeta à perseverança,  porque há grande diferença entre o destino daqueles que servem e dos que não servem a Deus.
Como Israel foi vocacionado para ser uma nação santa, conforme a Sua eleição declarada no primeiro capítulo desta profecia, pela escolha de Jacó, em contraposição à rejeição de Esaú, deveriam portanto, lembrar-se continuamente da lei de Moisés, e de todos os seus estatutos e ordenanças (v. 4).
O grande e terrível dia do juízo do Senhor, que fora predito anteriormente, seria no entanto, precedido pela vinda do profeta Elias, a saber, João Batista, que viria no mesmo ministério de Elias, conforme está claramente explicitado no Novo Testamento.
Ele viria conforme prometido, para que houvesse conversão real em Israel, demonstrada na harmonia de coração entre pais e filhos, de modo que a terra de Israel não fosse amaldiçoada por Deus, por causa da sua permanência no pecado.   
Este seria mais um sinal relativo à vinda do Messias, a saber, Ele seria precedido por um mensageiro que lhe prepararia o caminho.
Quanto à referência ao profeta Elias como sendo João, cabe uma análise mais detalhada, quanto ao que encontramos relativamente à mesma, no primeiro capítulo do evangelho de João.

João 1.19 a 28

“19 E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?
20 E confessou, e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.
21 E perguntaram-lhe: Então quem? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não.
22 Disseram-lhe pois: Quem és? para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo?
23 Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.
24 E os que tinham sido enviados eram dos fariseus.
25 E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
26 João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis.
27 Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca.
28 Estas coisas aconteceram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.”

Nos versos 15 a 18 nós vemos o testemunho geral que João dava de Jesus, e aqui nestes versos 19 a 28 nós temos registrado o testemunho que ele deu em certa ocasião quando os judeus lhe enviarem sacerdotes e levitas de Jerusalém para lhe perguntarem quem ele era (v. 19).
João confessou que não era o Cristo. Que ele não era o grande profeta prometido desde Moisés (Dt 18.18). E também disse que não era o profeta Elias, que eles pensavam que voltaria à terra por causa da profecia de Malaquias 4.5, que era de fato uma referência a João Batista sob o codinome de Elias (Mt 17.10-13), mas isto não significava que João fosse de fato Elias.  
Ele viria no mesmo tipo de espírito e poder do profeta Elias, conforme o anjo preanunciou o nascimento de João a seu pai Zacarias (Lc 1.17).
João disse aos sacerdotes e levitas que ele era aquele do qual havia falado o profeta Isaías. A voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor. Ele mostrou a eles que o seu ministério estava apoiado nas Escrituras.
Aqueles sacerdotes e levitas que eram fariseus não retrucaram a resposta que João lhes dera, mas questionaram ainda por que ele batizava, já que não era o Cristo, nem Elias e nem o profeta.

João lhes respondeu que ele batizava com água, mas já se encontrava entre os judeus Alguém que eles não conheciam, e que viria após ele, apesar de ser antes dele (até mesmo de Abraão e de tudo e de todos) do qual ele disse humildemente não ser digno sequer de lhe desatar a correia da sua sandália, serviço este que era prestado pelos escravos de mais baixa categoria aos seus senhores. Deste modo João testificou a respeito da dignidade dAquele que veio anunciando, a saber, nosso Senhor Jesus Cristo. 

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