quinta-feira, 10 de outubro de 2013

NAUM 1



“1 Oráculo acerca de Nínive. Livro da visão de Naum, o elcosita.
2 O Senhor é um Deus zeloso e vingador; o Senhor é vingador e cheio de indignação; o Senhor toma vingança contra os seus adversários, e guarda a ira contra os seus inimigos.
3 O Senhor é tardio em irar-se, e de grande poder, e ao culpado de maneira alguma terá por inocente; o Senhor tem o seu caminho no turbilhão e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés.
4 Ele repreende o mar, e o faz secar, e esgota todos os rios; desfalecem Basã e Carmelo, e a flor do Líbano murcha.
5 Os montes tremem perante ele, e os outeiros se derretem; e a terra fica devastada diante dele, sim, o mundo, e todos os que nele habitam.
6 Quem pode manter-se diante do seu furor? e quem pode subsistir diante do ardor da sua ira? a sua cólera se derramou como um fogo, e por ele as rochas são fendidas.
7 O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia; e conhece os que nele confiam.
8 E com uma inundação transbordante acabará duma vez com o lugar dela; e até para dentro das trevas perseguirá os seus inimigos.
9 Que é o que projetais vós contra o Senhor? Ele destruirá de vez; não se levantará por duas vezes a angústia.
10 Pois ainda que eles se entrelacem como os espinhos, e se saturem de vinho como bêbados, serão inteiramente consumidos como restolho seco.
11 Não saiu de ti um que maquinava o mal contra o Senhor, aconselhando maldade?
12 Assim diz o Senhor: Por mais intatos que sejam, e por mais numerosos, assim mesmo serão exterminados e passarão. Ainda que te afligi, não te afligirei mais.
13 Mas agora quebrarei o seu jugo de sobre ti, e romperei as tuas cadeias.
14 Contra ti, porém, o Senhor deu ordem que não haja mais linhagem do teu nome; da casa dos teus deuses exterminarei as imagens de escultura e as de fundição; farei o teu sepulcro, porque és vil.
15 Eis sobre os montes os pés do que traz boas novas, do que anuncia a paz! Celebra as tuas festas, ó Judá, cumpre os teus votos, porque o ímpio não tornará mais a passar por ti; ele é inteiramente exterminado.”

Cerca de 100 anos antes desta profecia de Naum, os ninivitas haviam se convertido com a pregação de Jonas, mas com o passar dos anos voltaram à prática das suas antigas obras, e tornaram-se piores ainda do haviam sido dantes.
Nínive era a capital do reino da Assíria, e a principal cidade dos assírios.
Nos dias de Naum haviam se tornado uma cidade sangrenta, cheia de mentiras e roubos. O cão havia retornado ao seu vômito, e a porca ao lamaçal.
Então eles não se arrependeriam como os seus antepassados haviam feito debaixo da ameaça de juízo da parte de Deus que lhes foi dirigida pelo profeta Jonas.
Não lhes foi dado um prazo determinado para se arrependerem (40 dias) tal como na época de Jonas.
Aqui em Naum é proferida uma sentença inapelável contra eles, apesar de se declarar que o Senhor é tardio em se irar (longânimo); contudo os ninivitas haviam abusado da longanimidade de Deus, e em vez de se arrependerem permaneceram na prática da iniquidade.
Então eles experimentariam o justo juízo do Senhor, que apesar de ser longânimo, é também zeloso e vingador e cheio de indignação contra o mal; e que toma vingança contra os seus adversários e guarda a ira contra os seus inimigos.    
Ele é tão justo que não pode declarar inocente quem é culpado. Por isso perdoa com base no preço pago por Cristo por nossos pecados, ao ter morrido na cruz. Mas não pode dizer que o pecador é inocente, senão perdoado, caso se arrependa.
Todavia, os ninivitas não quiseram achar lugar de arrependimento perante Ele, e por isso teriam que enfrentar a ira do Senhor.
Como eles poderiam subsistir diante do furor de Deus, ardendo em fogo contra eles?
Eles se recusaram a fazer do Senhor a fortaleza deles, e portanto não poderiam tê-lo como a sua proteção no dia da angústia que lhes sobreviria.
A bondade do Senhor só pode ser experimentada por aqueles que nEle confiam, porque Ele conhece de modo íntimo somente a estes (v. 7).
A bondade de Deus não permitirá que o mal prevaleça na terra. Ele sempre agirá em favor daqueles que praticam a justiça, ainda que pareça demorado em julgar a causa deles.  
Os inimigos de Deus são portanto, também inimigos da bondade e da justiça, e não poderão prevalecer no juízo; porque o próprio Senhor se levantará contra eles e os perseguirá, até que os tenha desarraigado da terra.  
A Assíria havia confiado em suas imagens de escultura, em seus falsos deuses, e por isso o Senhor deu ordem para que não houvesse mais a linhagem do nome deles.
A destruição da Assíria deveria ser proclamada como boas novas para o povo de Judá, o povo do Senhor, porque ficaria livre da ameaça de invasão dos assírios, uma vez que seriam exterminados pelo mandado de Deus.
A Assíria cairia sob o poder do exército dos caldeus, a saber, de Babilônia, que passaria a ser a senhora do mundo antigo, no lugar deles, pelo tempo determinado por Deus, até que ela mesma também viesse a cair sob o poder da Média e da Pérsia, e estas, sob o poder da Macedônia, sob Alexandre, o Grande.
Estes grandes reinos, que foram impérios que dominaram outras nações, em seus dias, caíram sucessivamente, uns após outros, e não puderam permanecer por causa da prática da iniquidade, e assim tem ocorrido com todas os impérios hegemônicos que têm se levantado na história da humanidade, com a intenção de dominar o mundo.
O último representante destes impérios será o Anticristo, que também cairá pelo conselho determinado por Deus, porque ninguém poderá dominar as nações do mundo inteiro, perpetuamente, senão somente aquele que for um Imperador cujo trono se assente sobre a justiça, e que não se firme na iniquidade, e sabemos que este é o Reino de Cristo, que haverá de se manifestar no tempo do fim, para que Ele reine sobre todas as coisas, tanto as que são da terra, quanto as que são do céu.
É interessante observar que nenhum outro possui o poder que somente o Senhor possui, tanto para criar quanto para subjugar. No entanto, Ele não usa este poder para fazer a Sua vontade prevalecer pela força, conforme costumam fazer os poderosos deste mundo.
Nenhum reino há de prevalecer pelo uso da força. Por isso o reino do Messias é um reino de justiça, amor e paz.
Ele não se associa aos que usam da prática da iniquidade para aumentar a força do Seu reino, ao contrário, Ele os sujeita a um juízo de destruição, porque o Seu trono é de justiça e não de iniquidade.
É isto o que está sendo declarado pelo profeta Naum, ao comparar o exercício do poder pelos assírios, com o que é exercido pelo Senhor. 
O caráter da bondade e da longanimidade de Deus é declarado pelo profeta. Todavia, não se deve confundir que isto exclua uma ira santa contra o pecado, e não somente tal ira, como a manifestação de um juízo de destruição da iniquidade que acende tal ira divina.  
 Muitos se confundem a este respeito, pensando que a melhor forma de expressão de um caráter verdadeiramente cristão é ser tolerante com toda forma de expressão do pecado que se veja em nós ou em outros, sem que se manifeste qualquer tipo de ira ou de ação disciplinadora contra aqueles que praticam abertamente o pecado.
Este não é, de modo nenhum, conforme vemos nesta profecia de Naum, e em muitas outras passagens da Bíblia, o caráter de Deus, e por conseguinte, de todos aqueles que são verdadeiramente Seus filhos

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