quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Salmos 72, 74, 75, 76 e 79


SALMO 72 – Salmo de Salomão

Neste salmo de autoria de Salomão, é proclamada a justiça do reino do Messias, do qual o seu reino pacífico era uma figura. O próprio nome Salomão, que foi um nome dado por Deus ao filho de Davi, significa pacífico; indicando isto que o reino do Messias, que é da casa de Davi será um reino de paz e justiça, tal como foi o reino de Salomão, até antes dele ter se desviado dos caminhos do Senhor. 

“Concede ao rei, ó Deus, os teus juízos e a tua justiça, ao filho do rei.  Julgue ele com justiça o teu povo e os teus aflitos, com equidade.  Os montes trarão paz ao povo, também as colinas a trarão, com justiça. Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos dos necessitados e esmague ao opressor. Ele permanecerá enquanto existir o sol e enquanto durar a lua, através das gerações.  Seja ele como chuva que desce sobre a campina ceifada, como aguaceiros que regam a terra. Floresça em seus dias o justo, e haja abundância de paz até que cesse de haver lua.  Domine ele de mar a mar e desde o rio até aos confins da terra.  Curvem-se diante dele os habitantes do deserto, e os seus inimigos lambam o pó.  Paguem-lhe tributos os reis de Társis e das ilhas; os reis de Sabá e de Sebá lhe ofereçam presentes. E todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam. Porque ele acode ao necessitado que clama e também ao aflito e ao desvalido.  Ele tem piedade do fraco e do necessitado e salva a alma aos indigentes.  Redime a sua alma da opressão e da violência, e precioso lhe é o sangue deles.  Viverá, e se lhe dará do ouro de Sabá; e continuamente se fará por ele oração, e o bendirão todos os dias. Haja na terra abundância de cereais, que ondulem até aos cimos dos montes; seja a sua messe como o Líbano, e das cidades floresçam os habitantes como a erva da terra. Subsista para sempre o seu nome e prospere enquanto resplandecer o sol; nele sejam abençoados todos os homens, e as nações lhe chamem bem-aventurado.  Bendito seja o SENHOR Deus, o Deus de Israel, que só ele opera prodígios. Bendito para sempre o seu glorioso nome, e da sua glória se encha toda a terra. Amém e amém!  Findam as orações de Davi, filho de Jessé.” 

 



SALMO 74 – Salmo de Asafe

Este salmo de Asafe bem poderia ser unido ao livro das Lamentações de Jeremias, porque trata não somente do  mesmo assunto das assolações feitas contra os judeus bem como contra o templo do Senhor.
Assim, este lamento pode ser aplicado à destruição de Jerusalém nos dias de Nabucodonosor, como a qualquer outra assolação sofrida pelos judeus e o seu culto ao Senhor, em qualquer época da história de Israel. O salmista pergunta por que Deus estava rejeitando o Seu povo, no entanto, ele sabia qual era o motivo de tal rejeição, ainda que não de todos os judeus, mas da grande maioria que lhe era infiel. É o sentimento nacionalista que fala neste salmo. Todavia, Deus não age com base nos nossos sentimentos nacionalistas, ou nos de qualquer outra natureza, senão somente baseado na justiça e na verdade. Israel lhe havia virado as costas por séculos, e na Sua bondade sempre chamou o povo ao arrependimento, e lhes advertiu de que suas cidades seriam assoladas e seriam levados em cativeiro caso não se arrependessem, e foi de fato o que Ele fez, e que agora levava Asafe a lamentar pela condição de ruína a que fora deixada a nação de Israel. Asafe argumentou com o Senhor para que se lembrasse da aliança que havia feito com o Seu povo, no entanto, não foi Ele quem fora infiel à aliança, mas Israel. Eles haviam anulado a aliança que havia sido feita através de Moisés, e então já estava em andamento, para ser inaugurada, uma Nova Aliança, conforme havia sido prometida desde Abraão e aos profetas. Deus tornaria a restaurar os judeus que se arrependessem e tornaria a fazer-lhes bem em sua própria terra, tal como tem feito tantas vezes na história daquela nação, todavia, eles experimentariam antes, todo o Seu desagrado para com as suas apostasias.         

“Por que nos rejeitas, ó Deus, para sempre? Por que se acende a tua ira contra as ovelhas do teu pasto?  Lembra-te da tua congregação, que adquiriste desde a antiguidade, que remiste para ser a tribo da tua herança; lembra-te do monte Sião, no qual tens habitado.  Dirige os teus passos para as perpétuas ruínas, tudo quanto de mal tem feito o inimigo no santuário. Os teus adversários bramam no lugar das assembleias e alteiam os seus próprios símbolos. Parecem-se com os que brandem machado no espesso da floresta,  e agora a todos esses lavores de entalhe quebram também, com machados e martelos.  Deitam fogo ao teu santuário; profanam, arrasando-a até ao chão, a morada do teu nome. Disseram no seu coração: Acabemos com eles de uma vez. Queimaram todos os lugares santos de Deus na terra. Já não vemos os nossos símbolos; já não há profeta; nem, entre nós, quem saiba até quando. Até quando, ó Deus, o adversário nos afrontará? Acaso, blasfemará o inimigo incessantemente o teu nome? Por que retrais a mão, sim, a tua destra, e a conservas no teu seio? Ora, Deus, meu Rei, é desde a antiguidade; ele é quem opera feitos salvadores no meio da terra. Tu, com o teu poder, dividiste o mar; esmagaste sobre as águas a cabeça dos monstros marinhos. Tu espedaçaste as cabeças do crocodilo e o deste por alimento às alimárias do deserto. Tu abriste fontes e ribeiros; secaste rios caudalosos. Teu é o dia; tua, também, a noite; a luz e o sol, tu os formaste.  Fixaste os confins da terra; verão e inverno, tu os fizeste. Lembra-te disto: o inimigo tem ultrajado ao SENHOR, e um povo insensato tem blasfemado o teu nome. Não entregues à rapina a vida de tua rola, nem te esqueças perpetuamente da vida dos teus aflitos.  Considera a tua aliança, pois os lugares tenebrosos da terra estão cheios de moradas de violência. Não fique envergonhado o oprimido; louvem o teu nome o aflito e o necessitado.  Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua própria causa; lembra-te de como o ímpio te afronta todos os dias.  Não te esqueças da gritaria dos teus inimigos, do sempre crescente tumulto dos teus adversários.” 



SALMO 75 – Salmo de Asafe

Este salmo pode ter sido composto provavelmente no tempo em que Davi assumiu o trono de Israel, quando todos os seus inimigos, especialmente os da casa de Saul, haviam sido subjugados pelo Senhor. Então, pela pena de Asafe, Davi rendeu graças ao Senhor e invocou o Seu nome e declarou as Suas maravilhas, pois havia cumprido tudo o que lhe havia prometido fazer no tempo determinado, julgando retamente a sua causa, especialmente a que tinha em relação a Saul, que o perseguiu injustamente, e lhe injuriou e caluniou chamando-o de traidor. Deus é tão reto Juiz que ainda que a terra vacile e todos os seus moradores, no entanto, ainda assim, o Senhor é poderoso para firmar as suas colunas, tal como estava firmando Israel debaixo do trono de justiça de Davi, depois de tantos anos de conturbação sob Saul. Sendo um Deus poderoso que julga assim com justiça, todo soberbo deveria meditar para não ser arrogante, e os ímpios a não confiarem na sua própria força. Pelo mesmo motivo, ninguém deve andar altivamente, falando com insolência contra o Senhor, porque Ele é uma Rocha que não pode ser derrubada. Não é de nenhuma parte da terra que nos vem o auxílio quando debaixo de grande aflição, porque vem da mão do próprio Senhor o abater e o exaltar a quem quer, porque é o Juiz de toda a terra. É da sua mão que é dado de beber o cálice do vinho da amargura a todos os ímpios do mundo. Por isso Davi reinaria em justiça tal como o Seu Deus, abatendo a força dos ímpios, mas exaltando a força dos justos.         

“Graças te rendemos, ó Deus; graças te rendemos, e invocamos o teu nome, e declaramos as tuas maravilhas.  Pois disseste: Hei de aproveitar o tempo determinado; hei de julgar retamente.  Vacilem a terra e todos os seus moradores, ainda assim eu firmarei as suas colunas. Digo aos soberbos: não sejais arrogantes; e aos ímpios: não levanteis a vossa força. Não levanteis altivamente a vossa força, nem faleis com insolência contra a Rocha. Porque não é do Oriente, não é do Ocidente, nem do deserto que vem o auxílio.  Deus é o juiz; a um abate, a outro exalta.  Porque na mão do SENHOR há um cálice cujo vinho espuma, cheio de mistura; dele dá a beber; sorvem-no, até às escórias, todos os ímpios da terra.  Quanto a mim, exultarei para sempre; salmodiarei louvores ao Deus de Jacó.  Abaterei as forças dos ímpios; mas a força dos justos será exaltada.” 


SALMO 76 – Salmo de Asafe

Este salmo foi composto por ocasião de grande vitória dada por Deus a algum rei de Judá, contra uma investida de uma nação inimiga que viera contra eles com carros e cavalos. Mas Deus lhes tirou o ânimo forte e lhes fez vir um sono profundo que nenhum dos valentes inimigos pôde usar suas próprias mãos na batalha. Deus fizera um milagre notório aos olhos de Judá, e por isso se vestiu das cinzas da ira de Seus inimigos, porque o ódio deles contra o Seu povo foi a causa da própria ruína deles, e as cinzas do que lhes restara da guerra eram a prova do grande poder do Senhor para livrar, e não somente isto, exaltavam o Seu nome. 

“Conhecido é Deus em Judá; grande, o seu nome em Israel.  Em Salém, está o seu tabernáculo, e, em Sião, a sua morada.  Ali, despedaçou ele os relâmpagos do arco, o escudo, a espada e a batalha. Tu és ilustre e mais glorioso do que os montes eternos.  Despojados foram os de ânimo forte; jazem a dormir o seu sono, e nenhum dos valentes pode valer-se das próprias mãos. Ante a tua repreensão, ó Deus de Jacó, paralisaram carros e cavalos. Tu, sim, tu és terrível; se te iras, quem pode subsistir à tua vista? Desde os céus fizeste ouvir o teu juízo; tremeu a terra e se aquietou,  ao levantar-se Deus para julgar e salvar todos os humildes da terra. Pois até a ira humana há de louvar-te; e do resíduo das iras te cinges. Fazei votos e pagai-os ao SENHOR, vosso Deus; tragam presentes todos os que o rodeiam, àquele que deve ser temido.  Ele quebranta o orgulho dos príncipes; é tremendo aos reis da terra.” 



SALMO 79 – Salmo de Asafe

Este salmo é semelhante ao salmo 74, também de autoria de Asafe, e descreve as assolações feitas contra os judeus bem como contra o templo do Senhor, nos dias de Nabucodonosor, de Babilônia. Neste, a destruição de Jerusalém é citada diretamente, tendo a cidade sido feita um montão de ruínas, e muitos de seus habitantes foram mortos na ocasião, a ponto de se dizer que seus corpos serviram de pasto para as aves de rapina e às feras da terra, e tantos eram eles, que não foi possível dar-lhes um sepultamento digno. Os judeus se tornaram motivo de zombaria para as nações vizinhas. O salmista clama para que Deus vingasse as assolações de Judá dando o devido pago às nações ímpias que a haviam destruído. E clamou pela misericórdia do Senhor para que não visitasse neles as iniquidades dos seus ancestrais, que em seus pecados, haviam dado ocasião àquelas assolações que lhes vieram da parte do Senhor. Ele clamou por misericórdia porque estavam sobremodo abatidos. Além de clamar por misericórdia, também orou pedindo que os pecados do povo de Judá fossem perdoados, e que o Senhor os livrasse por amor do Seu nome. Que Ele fizesse este bem ao Seu povo para que as nações não escarnecessem do próprio Deus, dizendo que nada fizera por eles. As nações ímpias estavam se gloriando contra o próprio Deus, e por isso o salmista pediu-lhe que lhes retribuísse sete vezes tanto, o opróbrio com o qual Lhe estavam vituperando; enquanto eles, ovelhas do Seu rebanho continuariam Lhe dando graças de geração em geração proclamando os Seus louvores.            


“Ó Deus, as nações invadiram a tua herança, profanaram o teu santo templo, reduziram Jerusalém a um montão de ruínas.  Deram os cadáveres dos teus servos por pasto às aves dos céus e a carne dos teus santos, às feras da terra.  Derramaram como água o sangue deles ao redor de Jerusalém, e não houve quem lhes desse sepultura.  Tornamo-nos o opróbrio dos nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria dos que nos rodeiam.  Até quando, SENHOR? Será para sempre a tua ira? Arderá como fogo o teu zelo?  Derrama o teu furor sobre as nações que te não conhecem e sobre os reinos que não invocam o teu nome. Porque eles devoraram a Jacó e lhe assolaram as moradas.  Não recordes contra nós as iniquidades de nossos pais; apressem-se ao nosso encontro as tuas misericórdias, pois estamos sobremodo abatidos.  Assiste-nos, ó Deus e Salvador nosso, pela glória do teu nome; livra-nos e perdoa-nos os pecados, por amor do teu nome.  Por que diriam as nações: Onde está o seu Deus? Seja, à nossa vista, manifesta entre as nações a vingança do sangue que dos teus servos é derramado.  Chegue à tua presença o gemido do cativo; consoante a grandeza do teu poder, preserva os sentenciados à morte.  Retribui, Senhor, aos nossos vizinhos, sete vezes tanto, o opróbrio com que te vituperaram. Quanto a nós, teu povo e ovelhas do teu pasto, para sempre te daremos graças; de geração em geração proclamaremos os teus louvores.”

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